Como se combate o populismo? "Com eleições", responde Fukuyama

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Para Angola, já e em força

08/03/2006 14:05

A Angola juntam quantidade idêntica de Brasil e deixam o preparo em lume brando. Finalmente, adicionam q.b. de Espanha, condimentam com um pouco de Europa de Leste e servem quente, ao maior número de pessoas possíveis, como se fosse a estratégia mais brilhante, só ao alcance de uma elite iluminada.

Por vezes aprimora-se a receita com um toque de Cabo Verde ou um raminho de Moçambique, mas mantendo na íntegra as características que a tornam numa iguaria única e vencedora.

Aliás, a julgar pelas intenções anunciadas, mais de 50% das nossas empresas já estarão em Angola, no Brasil ou em Espanha a fazerem negócios, podendo orgulhar-se de estarem a ser bem sucedidas em mercados tidos como complicados por circunstâncias diferentes.

Infelizmente a realidade é outra. Antes de mais porque uma parte substancial das empresas que apostam nestes mercados não têm massa crítica para serem bem sucedidas na aventura. E depois porque optam por esta via pelas piores razões. Ou seja, escolhem estes países, não por acreditarem convictamente nas suas potencialidades, mas sim para tentarem obter extramuros os sucessos comerciais que lhes escapam em Portugal.

Como a memória infelizmente é curta já poucos se lembram da euforia com que muitas empresas portuguesas partiram para Angola entre 1990 e 1992. Da guerra civil que se reacendeu nesse último ano, após a UNITA ter rejeitado o resultado das eleições, e do desastre que isso significou para muitas empresas nacionais.

Também é bom não esquecer o fiasco da Sonae no Brasil ou as dificuldades sentidas em Espanha, para compensar esta esquizofrenia internacionalista com algum bom senso.

Em qualquer um destes países, apesar do diferente estado de maturação de cada mercado, o fundamental é estar preparado para antecipar os problemas.

É bom que a visita de José Sócrates a Angola, entre 4 e 7 de Abril, não sirva de pretexto para mais uma entrada de leão das empresas portuguesas, a que se segue a costumeira saída de sendeiro. Em mercados como o angolano - princípio que deve ser universal - não basta aos empresários serem bons. Exige-se que sejam os melhores e que o seu sucesso derive exclusivamente desta condição. Só isto.

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