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Um ano de Sócrates

MensagemEnviado: 24/2/2006 1:01
por luiz22
Publicação: 22-02-2006 15:01


Um ano de Sócrates







Começou a comemoração do primeiro ano de governo. Começou com o aniversário da eleição (a 19 de Fevereiro) e só acaba no aniversário da posse (a 12 de Março). Em poucas palavras, Sócrates teve a capacidade de surpreender quase toda a gente. Por boas e más razões.

Ricardo Costa
Director-Adjunto de Informação
opiniao@sic.pt



Comecemos pelo mau:


A saída do ministro das Finanças foi o episódio mais triste do Governo (embora a substituição até tenha sido para melhor).
As nomeações partidárias.
As autárquicas.
As presidenciais, numa sucessão de escolhas e decisões erradas.
A trapalhada do referendo do aborto.
A humilhação de José Tavares no Plano Tecnológico.
A decisão da OTA e do TGV em simultâneo e com poucas explicações.
As trapalhadas da ministra da Cultura.
Os incêndios (este ponto pode ficar todos os anos)
As declarações de Freitas sobre os cartoons.
Passemos, então, ao bom:


A gestão de informação (poucos segredos saem cá para fora).
A determinação (mesmo quando soa a casmurrice não deixa de ser uma coisa nova).
A capacidade de enfrentar lobys.
A explicação ao País de que a expressão “direitos adquiridos” não é um termo fechado.
Os sinais dados pelo OE de 2006.
Os investimentos estrangeiros (muitos foram só show-off mas animam).
A colocação dos professores (embora fosse difícil fazer pior que Santana nesta área)
A ideia de que devemos ter medo das Finanças.
Enfim, a verdade é esta (ou melhor, a minha opinião é esta). Sócrates mostrou que é o contrário de Guterres. Tem menos cultura geral e capacidade de argumentação, mas compensa isso tudo com a certeza do que quer, vacila muito pouco e é de um pragmatismo total. E é isso que deixa o centro-direita assustado. Nos próximos anos não vai ser fácil fazer oposição nesse campo. O caminho está aberto ao PCP, ao Bloco e às frentes sindicais. É por aí que virão as principais críticas a Sócrates.