Caldeirão da Bolsa

Recurso à divida da PT impede Sonae de oferecer 14 euros na

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Recurso à divida da PT impede Sonae de oferecer 14 euros na

por luiz22 » 22/2/2006 14:55

MERCADOS Publicado 22 Fevereiro 2006 12:24
ABN Amro
Recurso à divida da Portugal Telecom impede Sonae de oferece 14 euros na OPA
Os analistas do ABN Amro defendem que a Sonae, caso consiga avançar com a OPA nos termos propostos, poderia pagar 14 euros por cada acção da PT, em vez dos 9,50 euros anunciados. Andrew Scotland diz que a Sonae só não vai mais longe devido ao elevado grau de endividamento que vai ter de recorrer para financiar a operação.

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Pedro Carvalho
pc@mediafin.pt


Os analistas do ABN Amro defendem que a Sonae, caso consiga avançar com a OPA nos termos propostos, poderia pagar 14 euros por cada acção da PT, em vez dos 9,50 euros anunciados. Andrew Scotland diz que a Sonae só não vai mais longe devido ao elevado grau de endividamento que vai ter de recorrer para financiar a operação.

O banco de investimento holandês defende que perante o actual cenário, é mais provável que as acções da Portugal Telecom (PT) [Cot] venham a cair do que subir. Uma subida seria despoletada por uma revisão em alta do preço da oferta pública de aquisição (OPA) ou pelo surgimento de uma oferta concorrente.

Com base neste raciocínio, e visto que as acções da PT estão a negociar em redor dos 9,80 euros, o ABN Amro aumentou o preço-alvo para as acções da PT de forma a igualar o valor da contrapartida da Sonae de 9,50 euros, sugerindo uma recomendação de «manter».

Numa análise à maior operação financeira alguma vez realizada em Portugal, o analista Andrew Scotland diz que o prémio proposto pela Sonae «é justificado» pelos riscos da operação não avançar, pelos riscos políticos e de regulação e, principalmente, pelo elevado grau de dívida que o grupo vai ter de contrair para financiar a operação.

No entanto, o banco holandês defende que caso a Sonae conseguisse a fusão nos termos propostos no anúncio preliminar da OPA, e com as sinergias e alienação de alguns activos, poderia pagar aos accionistas da PT 14 euros por cada acção detida, ou seja, mais de 47% face ao preço de 9,50 euros.

No entanto, a dívida parece ser o principal entrave a uma revisão em alta da contrapartida.

Antes da OPA, o credit default swap (CDS) - que é uma espécie de seguro para a dívida da PT a 5 anos - cotava nos 44 pontos base e desde então saltou para os 170 pontos base.

No caso da Sonae conseguir a OPA com sucesso, o valor justo para este instrumento de protecção será de 350 pontos base, segundo as contas de Scotland.

«Por agora, a maior parte dos credores está a evitar entrar na dívida da PT, ou está a tomar posições "short" na dívida», ou seja, apostar na deterioração da qualidade do endividamento ou num alargamento do «spread».

Operação rende 14% a 20% à Sonae e pode vender à France Télécom em três anos

O ABN Amro construiu um modelo de «leverage buy out» (LBO)

para a «nova» PT, ou seja, a compra da empresa com recurso ao endividamento.

O banco partiu de algumas premissas para o negócio: um aumento de capital de 1,5 mil milhões de euros da Sonae; a alienação da posição detida na Vivo; a venda da PT Multimédia [Cot] a preço de mercado, sendo o resto do valor da PT e o défice do fundo de pensões financiados com recurso à dívida.

Este cenário resultará num rendibilidade para a Sonae, com base no indicador na taxa do «free cash flow», de 14% a 20% por ano, até 2010.

Já o rácio da dívida liquida sobre o EBITDA (resultados antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações) em 2006 e após o efeito da alavancagem, passará para os 7,37 vezes, um valor que se irá abatendo ao longo dos anos para chegar a 2010 nos 6,91 vezes.

Actualmente, este rácio na PT não passa dos 1,7 vezes.

Além do potencial retorno estimado para a Sonae, o ABN Amro avança que se a OPA tiver sucesso, «acreditamos que no espaço de três ano a Sonae, se quiser, poderá delinear uma estratégia de saída, com a venda da PT à France Télécom».

A operadora gaulesa que controla mais de 20% do capital da Sonaecom
As decisões fáceis podem fazer-nos parecer bons,mas tomar decisões difíceis e assumi-las faz-nos melhores.
 
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