CALDEIRÃO DE BOLSA

Portugal Telecom dispara 22% para 10 euros
A Portugal Telecom arrancou o dia com uma valorização de 20,42% para os 9,85 euros, tendo já transaccionado nos 10 euros, a que corresponde uma subida de 22,25%. A PT está assim a superar a contrapartida de 9,50 euros oferecida pelo grupo Belmiro de Azevedo na OPA. A Lisbon Borkers diz que a Sonae delineou uma boa estratégia de ataque mas avança que o valor da oferta é muito baixo e que a Telefónica vai sair à defesa da sua parceira.

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Pedro Carvalho
pc@mediafin.pt


Acções da PT em bolsa

A Portugal Telecom arrancou o dia com uma valorização de 20,42% para os 9,85 euros, tendo já transaccionado nos 10 euros, a que corresponde uma subida de 22,25%. A PT está assim a superar a contrapartida de 9,50 euros oferecida pelo grupo Belmiro de Azevedo na OPA. A Lisbon Borkers diz que a Sonae delineou uma boa estratégia de ataque mas avança que o valor da oferta é muito baixo e que a Telefónica vai sair à defesa da sua parceira.

Em Nova Iorque, os ADR da Portugal Telecom (PT) [Cot] fecharam em subida de 17,62% para os 11,55 dólares.

Na bolsa de Lisboa, as acções da maior operadora de telecomunicações nacional, depois de uma abertura com reservas, seguiam com um ganho de 22,25%% para os 10 euros. Este é o valor mais elevado na PT desde Maio de 2001.

A Lisbon Brokers, em reacção ao lançamento da Oferta Pública de Aquisição (OPA) por parte da Sonae SGPS [Cot] diz que apesar de considerar que a SGPS «delineou uma boa estratégia de ataque, [...] não estamos inteiramente convencidos do sucesso da oferta, dado que considerarmos o valor demasiado baixo».

A contrapartida de 9,50 euros é considerada baixa já que a Lisbon Brokers avalia a empresa em 12,5 mil milhões, 16% acima da oferta de 10,7 mil milhões proposta pela Sonae.

A negociar nos 9,85 euros, o mercado está a avaliar a PT em 11,11 milhões de euros.

«Apesar do descontentamento dos investidores privados domésticos, que estão num processo de diversificação das suas carteiras de investimento devido à falta de confiança na visão estratégica da PT e na sua gestão, e estão ansiosos para aliviar posições na PT, podem ainda querer uma preço melhor pelas suas acções», comenta o analista John dos Santos.

Segundo a mesma fonte, esta OPA é uma forma da Sonae SGPS colmatar o progresso lento que a sua subsidiária Sonaecom [Cot] tem conseguido no sector das telecomunicações.

Novas ofertas sobre a Portugal Telecom à vista

«Deste modo, pensamos que a Sonae SGPS simplesmente abriu uma caixa de Pandora, neste caso de bem e não de mal, no que respeita a PT, podendo haver lugar à formulação de novas ofertas por esta ou outras entidades», vaticina o analista.

Por exemplo, e apesar de estar ela próprio envolvida em processos de aquisições/fusões, «pensamos que a Telefónica não irá deixar a sua ‘parceira’ ser comprada por um preço abaixo do seu valor justo, ou seja, uns ‘meros’ 10,7 mil milhões».

Sonae vai de aumentar o capital para financiar a operação

O banco reforçou a recomendação de «manter» nos títulos da Sonaecom com um preço-avo de 3,70 por acção, e de «comprar» para a Sonae SGPS [Cot] com um valor justo de 1,30 por acção, «apesar do eventual sucesso da operação implicar a necessidade de recorrer a um aumento de capital na Sonae SGPS».

As acções da Sonae SGPS, Sonaecom e PT Multimédia estão suspensas, com a Euronext Lisbon a «aguardar mais desenvolvimentos do negócio».

Aquisições, dividendos e aumento de capital

Outras das condições para a OPA avancar diz respeito ao pressuposto que a PT não realizar uma série de operações que são consideradas de defesa contra operações deste género. São elas o pagamento de um dividendo especial, realizar um aumento de capital e comprar ou vender activos no montante superior a 100 milhões de euros, entre outras, como se enumera na lista em baixo.