CALDEIRÃO DE BOLSA

EMPRESAS Publicado 6 Fevereiro 2006 10:47
Acções do BCP sobem 1,23%
BCP, Lloyds e ABN podem ser alvos do BBVA após falhar compra do BNL
O BBVA perdeu a corrida para a compra do italiano BNL a favor dos franceses do BNP Paribas e estará agora pressionado para novas aquisições. Os «targets» mais prováveis são o Lloyds, o Banco Comercial Português (BCP) e o ABN Amro, segundo os analistas.
Pedro Carvalho
pc@mediafin.pt


Acções do BCP em três meses

O BBVA perdeu a corrida para a compra do italiano BNL a favor dos franceses do BNP Paribas e estará agora pressionado para novas aquisições. Os «targets» mais prováveis são o Lloyds, o Banco Comercial Português (BCP) e o ABN Amro, segundo os analistas.

O presidente do Banco Bilbao Vizcaia Argentaria (BBVA), Francisco Gonzalez, segundo os analistas de banca, poderá estar pressionado para comprar um outro banco, isto depois de ter falhado a aquisição do sexto maior banco italiano.

Esta pressão exercida sobre Gonzalez tem a ver com as declarações proferidas a 25 de Janeiro quando o presidente do BBVA reiterou o objectivo de colocar o segundo maior banco espanhol entre os dez maiores do mundo. Actualmente, o BBVA é o 19º maior banco do mundo em valor de mercado.

Uma opção para se aproximar deste objectivo seria comprar o Banca Nazionale del Lavoro (BNL), uma intenção contrariada em Julho com uma oferta concorrente por parte da Compagnia Assicuratrice Unipol.

Na semana passada, o BBVA cedeu e decidiu-se pela venda dos 15% que detinha no BNL ao BNP Paribas, no âmbito da oferta de compra de 9 mil milhões de euros por parte dos franceses.

Com esta venda, o BBVA conseguiu uma mais-valia de 600 milhões de euros mas na bolsa de Madrid as acções negociavam hoje em queda de 1,34% para os 16,19 euros.

Isto porque os analistas prevêem que o BBVA possa vir a tentar a aquisição de um outro banco, uma compra que se poderá fazer a múltiplos mais elevados.

Os alvos

Os candidatos são muitos. À semelhança da investida do Santander sobre o Abbey National, o BBVA poderá agora voltar-se para o mercado britânico, através da compra do Lloyds.

De acordo com o analista Arturo de Frias do banco de investimento alemão Dresdner, além do Lloyds, outros candidatos a serem comprados pelo BBVA podem incluir o banco holandês ABN Amro, o Banco Comercial Português (BCP) [Cot] ou ainda um banco no Brasil.

«É altura para o BBVA tomar uma grande decisão que poderá condicionar o modelo do banco na próxima década», diz Frias, citado pela agência Bloomberg.

Segundos os especialistas do banco espanhol Santander, o BBVA terá cerca de 10 mil milhões de euros para gastar em aquisições, apontando como prováveis «targets» o ABN, o BCP ou uma aquisição nos Estados Unidos da América.

Além destas instituições, os analistas apontam como possíveis alvos outros bancos italianos como o Capitalia que saltou hoje para um máximo de mais de cinco anos na bolsa de Milão.

Este cenário tem estado a animar todo o sector da banca na Europa e em Portugal, o BCP somava 1,23% para os 2,47 euros, com o mercado a avaliar o banco em cerca de 8,8 mil milhões de euros.

Em 2003, a imprensa nacional já dava conta do interesse do BBVA em entrar para o BCP, uma operação que terá sido travada no âmbito político e que contribuiu para a criação do Manifesto dos 40.