Fonte: Negocios.pt
Juros podem subir menos que o previsto
Euro desliza após declarações de Trichet
O euro registou a maior queda das últimas três semanas face ao dólar depois de Jean Claude Trichet ter afirmado que os riscos que ameaçam o crescimento económico permanecem. O presidente do BCE evitou dar sinais sobre movimentos futuros nos juros, o que levou o mercado reduzir as apostas sobre novas subidas.
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Ana Filipa Rego
arego@mediafin.pt
O euro registou a maior queda das últimas três semanas face ao dólar depois de Jean Claude Trichet ter afirmado que os riscos que ameaçam o crescimento económico permanecem. O presidente do BCE evitou dar sinais sobre movimentos futuros nos juros, o que levou o mercado reduzir as apostas sobre novas subidas.
Contra a moeda norte-americana, o euro desvalorizava 0,87% para os 1,2022 dólares, depois de ter deslizado até 0,99%, maior queda das últimas três semanas.
O presidente do Banco Central Europeu (BCE) não indiciou novas subidas nos juros, o que levou o mercado a estimar que poderão não ser tantas e tão rápidas quando o previsto. Os investidores reduziram as apostas de que o BCE iria subir os juros três vezes este ano, tal como esperavam antes.
Ao mesmo tempo que o mercado acredita que o BCE vai subir os juros novamente, depois de Trichet afirmar que os responsáveis vêem riscos de uma aceleração da inflação, no seu discurso, o mesmo responsável não referiu que estavam «vigilantes» nos preços, uma palavra que o banco usou o ano passado para assinalar o aumento de preocupações com a subida de preços.
Trichet alertou que existem riscos quanto ao crescimento económico da região, o que já está a levar os mercados a anteciparem um menor agravamento no preço do dinheiro.
O mesmo responsável também alertou para o facto de ser «essencial» que a valorização de 39% nos preços do crude do último ano e que as taxas indirectas mais elevadas noutros países não impulsionem as expectativas de inflação, acrescentou.
Trichet explicou que «manter a estabilidade dos preços a médio prazo é o seu principal objectivo e isso vai continuar a monitorizar as suas decisões» relativamente aos juros, sublinhando que os efeitos da valorização do petróleo em 2005 poderão vir a «materializar-se de forma gradual».
Dados económicos ajudam dólar
O dia de hoje foi também marcado pela divulgação de dados económicos nos EUA. O défice da balança comercial do país recuou em Novembro, num mês em que as exportações cresceram para o nível mais elevado de sempre, impulsionados pelos equipamentos de transporte. A queda dos custos das importações do petróleo também contribuiu para a diminuição do défice.
O défice da balança comercial recuou para os 64,2 mil milhões de dólares (53,14 mil milhões de euros) do recorde histórico de 68,1 mil milhões de dólares (56,37 mil milhões de euros) registado em Outubro, anunciou hoje o Departamento do Comércio.
Foi ainda anunciado que os novos pedidos de desemprego aumentaram menos do que o esperado na semana passada e que os preços na importação nos EUA caíram inesperadamente 0,2% em Dezembro, pressionados por custos mais baixos do petróleo, aço e computadores.
Fonte: Negocios.pt