Resultados do quarto trimestre devem ser fracos
Santander diz que é boa oportunidade para entrar na Portucel
O Santander acredita que 2006 vai ser um ano positivo para a Portucel. Depois de ter visitado a empresa, o banco de investimento diz que vai rever as estimativas e avaliação da companhia de pasta e papel, aguardando que 2006 seja um ano de melhoria para a empresa controlada pela Semapa, isto apesar de esperar que os resultados do quarto trimestre, a divulgar no final deste mês, sejam «fracos».
Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
Portucel em seis meses
O Santander acredita que 2006 vai ser um ano positivo para a Portucel. Depois de ter visitado a empresa, o banco de investimento diz que vai rever as estimativas e avaliação da companhia de pasta e papel, aguardando que 2006 seja um ano de melhoria para a empresa controlada pela Semapa, isto apesar de esperar que os resultados do quarto trimestre, a divulgar no final deste mês, sejam «fracos».
Assim, apesar de admitir que as acções da Portucel reajam em baixa quando forem divulgados os resultados, a analista Sónia Pimpão aconselha a "aproveitar a oportunidade para entrar na acção", isto porque "o fluxo de notícias em 2006 deve ser forte", sobretudo devido à subida dos preços do papel, ao projecto da nova máquina e ao previsto aumento do "free float".
A justificar as melhores perspectivas para 2006 estão os preços mais elevados da pasta e do papel, menores custos com pessoal e a recuperação dos resultados financeiros, que no final de 2005 foram penalizados pela cobertura de risco cambial.
No que diz respeito aos resultados do quarto trimestre, o Santander estima que estes venham a ser penalizados por custos operacionais não recorrentes, depois da forte redução de postos de trabalho efectuada na segunda metade de 2005. A cobertura de risco cambial resultou num custo financeiro de 11 milhões de euros, que vai penalizar os resultados de 2005.
Quanto à nova máquina de papel que a Portucel quer instalar, o Santander diz que a principal questão reside nos benefícios fiscais e subsídios que serão atribuídos a este investimento, que «tem uma forte probabilidade» de ser feito em Portugal.
Um outro factor positivo para a Portucel diz respeito à subida dos preços da pasta e do papel. No início deste mês os preços da pasta de celulose branqueada de eucalipto (BEKP) subiram 20 dólares por tonelada. «Ainda assim, os ‘stocks’ continuam muito baixos e a procura robusta», diz Sónia Pimpão, lembrando que a depreciação do euro face ao dólar também deve suportar receitas mais elevadas.
O produtores de papel UWF também já aumentaram os preços este mês, entre 4 e 5%, o que «são muito boas notícias, depois de três anos de tendência negativa" nos preços deste produto.
Sónia Pimpão lembra contudo que apesar de Portucel beneficiar com estas subidas, os aumentos nos produtos «premium», que representam 62% do volume de vendas da Portucel, devem ser mais modestos.