Boas
Bem, acho que era por isto que eu não queria entrar nesta discussão, pois é demasiado complexa, e bastante difícil de abraçar todos os problemas que envolvem a educação, sob pena de não focar aspectos que seguramente não deveriam ser esquecidos.
Convém dizer que, antes de emitir a minha opinião, à imagem de algumas pessoas que por aqui deixaram a sua opinião, a minha mãe é professora, para além de mais uns quantos membros na família, passando por tios e primos...
Por outro lado e, para não ser muito extenso (!!!), não pretendo que argumentos que venha a usar sejam vistos como redutores do actual problema.
Por outro, espero que ao expor os problemas que "eu" considero existirem, seja fácil deduzir a minha proposta.
Para este tema, identifico:
Ministério da educação;
Professores;
Pais;
Alunos;
Sindicatos;
Conselho Directivo;
Ministério da Educação
- disconectado da realidade que se passa em muitas escolas;
- má alocação de recursos (Capital vs Trabalho);
- políticas erradas que visam trabalhar para as estatísticas;
Pessoalmente, tenho a sensação de que as políticas e procedimentos que o ME produz, é para que "tudo" aconteça quase em modo automático, desde os concursos à progressão de carreira.
Penso que seria benéfico para todos que o ME desse mais autonomia às escolas, para que estas se adaptassem dentro de um quadro regulatório, às necessidades das zonas onde estão inseridas.
Isto resultaria obrigatoriamente numa gestão mais eficiente de recursos, numa maior responsabilidade para as escolas, aumento da independência do ME, colocando-se desse modo numa posição mais confortável para exigir das escolas, premiando e penalizando os Conselhos Executivos consoante os seus desempenhos. Ou seja, há que dar os meios para depois se poder exigir.
Professores
não sei se ganham pouco, se ganham muito. Penso é que è erradíssimo as progressões de carreira serem feitas de forma praticamente automática. Se o merecerem, como em qualquer outro sítio e for obtido como resultado do seu trabalho, ninguém tem o direito de questionar a sua justiça, seja no início de carreira, seja no fim de carreira;
Considero errada a forma como se vê se se "gasta" muito ou pouco na educação. Deveria era ter-se em conta o custo médio por aluno do sistema educativo, e ter em linha de conta os investimentos que foram feitos no passado, baseado na mesma medida;
a mobilidade que é exigida a muitos professores em início de carreira associado aos baixos salários do mesmo início de carreira, é um factor dissuador para o desempenho da profissão com dedicação. No início tem-se o pior de dois mundos, no fim, tem-se o melhor de dois mundos...;
não tendo números aqui presentes, admito que a maior parte dos professores são do sexo feminino, e isso, contribuirá seguramente para o aumento do absentismo, tendo em conta que, na maior parte dos casos, são elas que se dividem entre atenção à família e profissão.
muitos vêm a profissão como a única saída que tiveram, logo muitos desses casos não terão a vocação (...e motivação) para o desempenho dessa função;
por vezes mantêm uma actividade paralela;
as aulas preparadas, muitas das vezes vêm já de anos anteriores, o que deixa uma péssima imagem;
tarefa complicada com o respeito que os alunos lhe têm. Sou defensor que deveria de existir algo que conferisse aos professores maior autoridade.
para aqueles que anualmente têm o lugar "garantido" (efectivos e aqueles que ciclicamente são sempre colocados), parece que não sabem o quão difícil pode ser manter um emprego;
os que nunca são colocados, a forma como exigem ser colocados, dá a sensação que se obtém emprego por decreto;
Devia sim, era de existir avaliações sérias aos desempenhos anuais de cada professor, e não com base apenas nos resultados obtidos pelos alunos, mas também às suas qualidades e requisitos para o desempenho dessa função, como forma de estabelecimento de planos individuais de melhoria. Não obstante, os resultados alcançados por estes últimos, fariam parte também da avaliação, mas numa vertente quantitativa que teria o seu peso.
Daqui se depreende que, tal cenário só era possível com autonomia nas escolas.
A possibilidade dum indivíduo dar aulas, não devia ser limitado apenas à sua formação académica, mas também ter formação específica para leccionar, e só nessas circunstâncias é que se tornava candidatável a professor (da mesma maneira que um médico que quer seguir uma especialidade, tem de o fazer no fim do curso normal de medicina). Resultava daqui que, muito provavelmente só aqueles com vocação para a profissão a seguiriam, diminuia a oferta, aumentava-se a credibilidade da classe, separando o "trigo do joio", como também o grau de certeza de que tínhamos as pessoas certas a dar aulas aumentava.
Pais
pareçem em muitos dos casos, desresponsabilizados da educação dos seus próprios filhos;
perdoem-me, mas considero o nosso povo culturalmente atrasado pelo menos uns 20 anos, da mesma forma que o estamos do ponto vista económico.
o problema que tanto se fala da produtividade do país, também está relacionado com o problema cultural
Nas suas vidas, os pais deveriam procurar a formação contínua. Resolvia-se vários problemas, para além de se tornarem igualmente exemplos para os filhos.
Para além disso, só vejo como solução deixar andar o tempo, e esperar que a coisa se resolva por si própria...
Alunos
Reflexos muitas das vezes do que se passa com os pais. Aquilo que estes apostam na formação, será o mesmo que os filhos apostarão. Desacompanhados muitas das vezes. Hoje, parece-me que com a facilidade com que se obtém não só os bens materiais (inegavelmente mais fácil do que à 15 anos atrás) como também a passagem de ano, leva a uma perda de valores e do nível de exigência, principalmente para mentes que não estão ainda preparadas para serem autónomas. Por outro lado, esse facilitismo, leva ao desinteresse pela escola, daí talvez o grande abandono que se verifica depois.
Sindicatos
Que me desculpem, mas dispensáveis. Considero-os irresponsáveis pelo tipo de exigências que fazem. Parece que não estão atentos à realidade que os rodeia, e tantas outras vezes, são do contra porque parece que tem de ser do contra. Isto estende-se a tantas outras actividades (como aconteceu na VW/Ford de Palmela e na GM em Alhandra). Ou então, há que renovar as suas direcções.
Conselho Directivo
Deviam ter mais poderes;
Deviam ser seleccionados com o maior rigor possível;
Deviam ser avaliados, e ser premiados / penalizados consoante os resultados globais obtidos pelas escolas, desde gestão de RH, orçamental, acções desenvolvidas pela escola, resultados dos alunos, etc.;
Deviam avaliar os professores
Em termos de horários dos professores, se existe pouco entendimento se fazem muito se fazem pouco, no limite passavam das tais 22 ou 25 horas, e havia 30 ou mais, e nesses horários, que deviam ser passados nas escolas com gabinetes próprios, contemplavam logo os períodos para preparação de aulas à gestão das turmas e tudo o que fosse necessário.
Na avaliação dos diversos componentes do sistema educativo, penso que deveria igualmente haver uma entidade externa para fazer essas avaliações.
Isto já vai longo, não vou reler e isto é apenas a forma como vejo o sistema educativo português. Espero não ferir susceptibilidades a ninguém, pois não foi essa a intenção. Em todas as classes existe do melhor e do pior. Muito mais haveria por dizer
Um abraço
Bem, acho que era por isto que eu não queria entrar nesta discussão, pois é demasiado complexa, e bastante difícil de abraçar todos os problemas que envolvem a educação, sob pena de não focar aspectos que seguramente não deveriam ser esquecidos.
Convém dizer que, antes de emitir a minha opinião, à imagem de algumas pessoas que por aqui deixaram a sua opinião, a minha mãe é professora, para além de mais uns quantos membros na família, passando por tios e primos...
Por outro lado e, para não ser muito extenso (!!!), não pretendo que argumentos que venha a usar sejam vistos como redutores do actual problema.
Por outro, espero que ao expor os problemas que "eu" considero existirem, seja fácil deduzir a minha proposta.
Para este tema, identifico:
Ministério da Educação
- disconectado da realidade que se passa em muitas escolas;
- má alocação de recursos (Capital vs Trabalho);
- políticas erradas que visam trabalhar para as estatísticas;
Pessoalmente, tenho a sensação de que as políticas e procedimentos que o ME produz, é para que "tudo" aconteça quase em modo automático, desde os concursos à progressão de carreira.
Penso que seria benéfico para todos que o ME desse mais autonomia às escolas, para que estas se adaptassem dentro de um quadro regulatório, às necessidades das zonas onde estão inseridas.
Isto resultaria obrigatoriamente numa gestão mais eficiente de recursos, numa maior responsabilidade para as escolas, aumento da independência do ME, colocando-se desse modo numa posição mais confortável para exigir das escolas, premiando e penalizando os Conselhos Executivos consoante os seus desempenhos. Ou seja, há que dar os meios para depois se poder exigir.
Professores
Devia sim, era de existir avaliações sérias aos desempenhos anuais de cada professor, e não com base apenas nos resultados obtidos pelos alunos, mas também às suas qualidades e requisitos para o desempenho dessa função, como forma de estabelecimento de planos individuais de melhoria. Não obstante, os resultados alcançados por estes últimos, fariam parte também da avaliação, mas numa vertente quantitativa que teria o seu peso.
Daqui se depreende que, tal cenário só era possível com autonomia nas escolas.
A possibilidade dum indivíduo dar aulas, não devia ser limitado apenas à sua formação académica, mas também ter formação específica para leccionar, e só nessas circunstâncias é que se tornava candidatável a professor (da mesma maneira que um médico que quer seguir uma especialidade, tem de o fazer no fim do curso normal de medicina). Resultava daqui que, muito provavelmente só aqueles com vocação para a profissão a seguiriam, diminuia a oferta, aumentava-se a credibilidade da classe, separando o "trigo do joio", como também o grau de certeza de que tínhamos as pessoas certas a dar aulas aumentava.
Pais
Nas suas vidas, os pais deveriam procurar a formação contínua. Resolvia-se vários problemas, para além de se tornarem igualmente exemplos para os filhos.
Para além disso, só vejo como solução deixar andar o tempo, e esperar que a coisa se resolva por si própria...
Alunos
Reflexos muitas das vezes do que se passa com os pais. Aquilo que estes apostam na formação, será o mesmo que os filhos apostarão. Desacompanhados muitas das vezes. Hoje, parece-me que com a facilidade com que se obtém não só os bens materiais (inegavelmente mais fácil do que à 15 anos atrás) como também a passagem de ano, leva a uma perda de valores e do nível de exigência, principalmente para mentes que não estão ainda preparadas para serem autónomas. Por outro lado, esse facilitismo, leva ao desinteresse pela escola, daí talvez o grande abandono que se verifica depois.
Sindicatos
Que me desculpem, mas dispensáveis. Considero-os irresponsáveis pelo tipo de exigências que fazem. Parece que não estão atentos à realidade que os rodeia, e tantas outras vezes, são do contra porque parece que tem de ser do contra. Isto estende-se a tantas outras actividades (como aconteceu na VW/Ford de Palmela e na GM em Alhandra). Ou então, há que renovar as suas direcções.
Conselho Directivo
Em termos de horários dos professores, se existe pouco entendimento se fazem muito se fazem pouco, no limite passavam das tais 22 ou 25 horas, e havia 30 ou mais, e nesses horários, que deviam ser passados nas escolas com gabinetes próprios, contemplavam logo os períodos para preparação de aulas à gestão das turmas e tudo o que fosse necessário.
Na avaliação dos diversos componentes do sistema educativo, penso que deveria igualmente haver uma entidade externa para fazer essas avaliações.
Isto já vai longo, não vou reler e isto é apenas a forma como vejo o sistema educativo português. Espero não ferir susceptibilidades a ninguém, pois não foi essa a intenção. Em todas as classes existe do melhor e do pior. Muito mais haveria por dizer
Um abraço