Lisbon Brokers defende
Portugal terá de seguir política semelhante a Espanha nas «golden share»
O Governo português terá de seguir o exemplo da Espanha no que consiste às «golden Share» nas empresas nacionais, segundo a Lisbon Brokers. A Portugal Telecom será uma das empresas visadas, o que aumenta as hipóteses de ser alvo de uma fusão ou aquisição.
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Sara Antunes
saraantunes@mediafin.pt
O Governo português terá de seguir o exemplo da Espanha no que consiste às «golden Share» nas empresas nacionais, segundo a Lisbon Brokers. A Portugal Telecom será uma das empresas visadas, o que aumenta as hipóteses de ser alvo de uma fusão ou aquisição.
O Governo espanhol acabou com as «golden share» com o objectivo de evitar uma sanção de Bruxelas por desrespeitar a legislação comunitária. Depois de Espanha, Portugal também se pode seguir e ser obrigado a tomar as mesma medidas.
«O facto do governo Espanhol ser obrigado a abandonar o poder de veto que detém em certas empresas privatizadas e cotadas, tais com a Telefónica, Endesa, Repsol, e Iberia, irá de certo criar um precedente, ao qual o Estado Português terá que seguir», de acordo com o «research» da Lisbon Brokers.
Com o termo da «golden share» por parte do governo nacional, a PT fica mais exposta a uma possível aquisição. O Governo detém uma «golden share» de 500 acções na Portugal Telecom e o Estado já admitiu aumentar a sua participação na operadora nacional no caso de perder o privilegio do veto permitido pela «golden share».
Bruxelas está a analisar os casos portugueses, como o caso da PT, depois de ter recebido queixas de alguns accionistas da empresa. A Galp e a EDP são outras empresas onde o Estado português detém uma «golden share» e que poderá estar perto do fim.
«Deste modo, a actividade de M&A [fusões e aquisição] na Europa poderá aumentar, especialmente na Península Ibéria, com a PT a ser um potencial alvo», explica a mesma nota de «research».
«De facto, e como temos vindo a propor nos nossos últimos relatórios, a PT irá ser ‘obrigada’ a procurar outras alternativas de crescimento já que alguns dos segmentos de negócio onde actua estão a chegar à sua maturidade em termos de expansão de margem, o que poderá ser um óptimo percursor para a PT procurar auxilio no exterior para esta expansão, já que sem uma protecção explicita por parte do governo, a PT obviamente estará na mira dos outros operadores globais», refere.
O analista da Lisbon Brokers, John dos Santos, manteve o preço-alvo nos 8,60 euros e a recomendação de «comprar» para as acções da operadora, acrescentando que não inclui «nenhum prémio de M&A na nossa avaliação, mas cada vez mais na nossa tese de investimento».
As acções da PT [Cot] recuava 0,51% para os 7,88 euros.