Diz que acções estão a desconto de 10% face às espanholas
Goldman Sachs inicia cobertura da EDP com recomendação de «outperform»
A Goldman Sachs iniciou a cobertura das acções da Energias de Portugal com uma recomendação de «outperform» e um preço-alvo de 2,75 euros, que representa um potencial de valorização de 15%. As acções da eléctrica, que hoje tocaram num novo máximo de quatro anos acima dos 2,50 euros, estão a desconto face às congéneres espanholas, refere o banco de investimento.
Nuno Carregueiro
nc@mediafin.ptAcções da EDP em seis meses
A Goldman Sachs iniciou a cobertura das acções da Energias de Portugal com uma recomendação de «outperform» e um preço-alvo de 2,75 euros, que representa um potencial de valorização de 15%. As acções da eléctrica, que hoje tocaram num novo máximo de quatro anos acima dos 2,50 euros, estão a desconto face às congéneres espanholas, refere o banco de investimento.
A Goldman Sachs espera que a EDP beneficie de uma «regulação favorável e uma reduzida concorrência». Para o banco de investimento, Portugal está a registar um dos mais fortes crescimentos na procura de electricidade na Europa, a que acresce o facto de a EDP estar «pouco exposta» aos preços das «commodities» e ter ainda mais potencial de corte de custos.
O preço-alvo definido de 2,75 euros representa um potencial de valorização de 15% face aos 2,41 euros a que a EDP fechou na quarta-feira.
O banco de investimento espera uma maior clarificação na regulação dos mercados em Espanha e Portugal nos próximos meses, com a definição das tarifas para 2006. Como os preços tendem a convergir entre o praticado em Espanha e Portugal, a Goldman Sachs estima que a eléctrica nacional mantenha a sua quota de mercado em Portugal.
A proposta da ERSE aponta para um aumento das tarifas de 5,6% no próximo ano, e a decisão do regulador nacional levou várias casas de investimento a reverem as suas avaliações à EDP.
A Goldman Sachs foi a última a «aplaudir» a decisão e considera agora que a EDP, «na nossa perspectiva, vai entrar numa boa fase e apresentar uma performance superior ao sector em 2006, graças a uma regulação mais benigna em Portugal, preços grossistas elevados em Espanha, investimentos rentáveis nas energias renováveis e centrais de ciclo combinado, e tendência positiva no negócio no Brasil.
O banco estima que a EDP apresenta um crescimento médio anual de 5% no EBITDA até 2009 e um aumento de 12% nos lucros por acção, taxas de crescimento que estão entre as mais elevadas do sector.
Tendo em conta os múltiplos previstos para 2006, a EDP está a transaccionar com um desconto de 10% face às congéneres espanholas, acrescenta a Goldman Sachs, assinalando que o risco de regulação para a empresa portuguesa é mais baixo do que para as congéneres espanholas.
Sem ter em conta o défice tarifário em Espanha, a Goldman Sachs assinala que a avaliação da EDP poderia subir para 2,81 euros, e que mais cortes de custos no negócio de produção de electricidade, representam mais uma subida de 10 cêntimos na avaliação.
As acções da EDP seguiam a subir 1,22% para os 2,49 euros, sendo que já atingiram um novo máximo de quatro anos nos 2,51 euros.