CALDEIRÃO DE BOLSA

Boas,

Apesar de não deixar de concordar em boa parte com alguns argumentos, também parece-me importante referir no que a aquisição de casa diz respeito, alguns pontos positivos (pelo menos vejo-os dessa forma) que considero relevantes:

comprar casa independentemente do destino que se lhe queira dar (viver / arrendar) é uma forma de aumentar o património no longo prazo, que por outras vias o mesmo valor (ou mesmo que seja inferior) seria dispendido no aluguer, e logo considerado uma despesa e não investimento;

desde que a operação seja bem planeada (não ultrapassar 30% do rendimento disponível do agregado e com recurso em parte a capitais próprios, em percentagem idêntica, dá simultaneamente para preparar um plano paralelo de amortização de capital nos primeiros anos, que se traduzirá praticamente no dobro do capital poupado no final do contrato;

casa própria, pode sempre servir de alavanca, desde que tenha sido bem planeada a sua aquisição, como uma alavanca para outros investimentos

Um abraço

drivingsouth Escreveu:O que procuro é na gama média, lisboa, T2 (não familiar portanto), e tenho presenciado alguma necessidade vendedora dos vendedores (redundantemente falando).

Drivingsouth,

Eu estou na mesma situacao que tu (procuro T2 ou T1, Lisboa, bairro de classe media, media/alta) ja ha dois anos. Nao vivo em Lisboa (como podes ver aqui ao lado) mas volto a "casa" todos os 6 meses.

Se ha dois anos havia arrogancia por parte dos vendedores, essa arrogancia desapareceu este Verao. Penso que o proximo passo sera a baixa de precos. Vou esperar mais 1 ou 2 anos, sem risco que os precos aumentem e com a possibilidade (cada vez mais real) de baixarem.

O Recolector tocou em pontos interessantes,

"Quem compre totalmente ou em grande %, uma casa com recurso ao crédito, nunca vai ganhar dinheiro com a sua venda."
"Quase ninguém contabiliza a imobilização do capital."

que acho que deves ter em conta.

Um abraco

CN

«O preço ja se faz no comprador e não no vendedor, é portanto o comprador que detem o poder para marcar preço, sinal q os preços estão dominados pela procura »
O vmerck, é na minha opinião o que define melhor o mercado imobiliario nos tempos que correm.
Pequena historia: Há dias fui ao Mourapraia, em Vilamoura, falar com um dos co-proprietários sobre o preço dos apartamentos. Dizia eu então: tenho um cliente com 300 mil euros para comprar um T2. resposta pronta do «velho» promotor «isso é apenas o dinheiro de sinal…». Para fazerem uma ideia, o mais barato dos T2 é de, 356 000 euros e o mais caro 448 000 euros.
Não é verdade o que o «velho» me disse. Quando eu lá for com o meu cliente ele baixa as calças até caírem-lhe em cima das botas e tendo em conta o temporal agressivo nos últimos dias aqui no Algarve, corre o risco de apanhar uma pneumonia para a eternidade. Mais: Se eu não lhe lembrar que deixou cair as calças, fica lá até final do ano á espera que venha outro cliente, afim de dizer que os preços são um «bocadinho» mais baixos.
R. Martins

Recolector Escreveu:Na minha modesta opinião, devias comprar uma casa de que gostes e em que te sintas bem, que esteja dentro dos preços da zona e que esteja dentro do teu orçamento claro

Esta é claramente a melhor opção, pensar sobretudo no que gostamos e naquilo que achamos estar a pagar um preço correcto ou barato!

Últimamente muito se tem falado de um hipotético "Crash" no mercado imobiliário português, na sequência de dados que dão conta do sobreaquecimento de mercados de países como a Espanha e os EUA. Acontece que em Portugal o auge do presente ciclo do mercado imobiliário foi em 2000/2001 (são os que estão + "entalados" ...) e desde aí os preços têm diminuido e/ou estagnado, para além de que a inflação tb conta para a correcção dos preços em baixa.

Como estamos num fórum de mercados mobiliários, há alguma tendência para fazer uma analogia directa dos crashs bolsistas com os "crashs" imobiliários o que não é de todo preciso. O mercado imobiliário não é regulado quanto ao preço. Enquanto nos bens móveis, o mercado define o preço de cada tipo de bem, no mercado imobiliário, o mercado, quando muito, define o preço médio de uma tipologia de bem e há milhentas tipologias de bens imóveis ... Mas o preço médio, geralmente traduzido no valôr do m2 é apenas uma referência, pois ninguém compra casa ao metro ...

Comprar uma acção de uma empresa, não é o mesmo que comprar um imóvel, no sentido que é muito mais díficil dissociar o estado global da economia do valôr dos bens imóveis do que dos móveis ... Podemos estar numa economia pujante e comprar, em contra-corrente, acções de uma empresa com um bom desconto sem que estejamos a sofrer uma degradação da nossa situação económica global; já no mercado imobiliário, provávelmente não teriamos grandes ganhos ao comprar num "CRASH" pois o "ganho" desse negócio seria anulado pela degradação generalizada da economia.

Cada caso é um caso. Não podes dissociar um negócio imobiliário do financiamento. Antes do mais tens que decidir se queres comprar uma casa "para sempre" ou se pensas trocá-la a prazo. Se é de transição, tens que estudar o melhor financiamento. Uma vez que NUNCA vais pagar a casa na totalidade, pode ser melhor estar por exemplo 5 anos sem amortizar capital. Terás tb que comprar casas vendáveis, T1, T2, próximo de escolas, transportes, etc.

drivingsouth Escreveu:(o banco de portugal diz que não)

O BP ainda muito recentemente disse exactamente o contrário ... O que o BP diz não deve ser tomado à letra, tem que ser contextualizado e entendido com uma forma de influênciar o mercado num dado sentido. Recentemente pensou-se que o mercado poderia estar sobreaquecido, mas depois de uma análise mais demorada, verificaram que não era o caso, daí virem agora deitar água na fervura ...

Jameson Escreveu:antigamente comprava-se casa porque era praticamente garantido que nunca se perdia dinheiro e havia uma valorização permanente do imóvel

O princípal motivo porque a maioria das pessoas compravam/compram casa é simplesmente porque isso resulta num esforço financeiro mensal inferior ao do aluguer. Quem compre totalmente ou em grande %, uma casa com recurso ao crédito, nunca vai ganhar dinheiro com a sua venda. São comuns situações em que a contabilização dos juros corresponde a outra casa ... Só as elevadas taxas de inflação do passado recente, induziam a sensação de mais-valias gordas e garantidas. Quase ninguém contabiliza a imobilização do capital.

Na minha modesta opinião, devias comprar uma casa de que gostes e em que te sintas bem, que esteja dentro dos preços da zona e que esteja dentro do teu orçamento claro

drivingsouth Escreveu:Boas

Tenho uma duvida que talvez por aqui se possa opinar. O mercado de venda de habitações tem vindo a estagnar durante os ultimos tempos, já tendo ouvido falar que pode estar para breve um crach nas vendas (o banco de portugal diz que não), aumento das taxas de juro, etc...

A minha questão é, visto estar a pensar comprar casa, e ver alguma pressão vendedora até ao final do ano, o que pensam ir acontecer nos próximos tempos? Pergunto-me se vale a pena esperar uns meses.

Refiro-me a Lisboa mais própriamente.

Cumps

Boas,

A minha opinião é a seguinte: em caso de crise no mercado da habitação (que ao que parece é o que existe um pouco aqui por todo lado) as zonas mais afectadas serão sempre as zonas de arredores das grandes cidades.

Sinceramente, e no caso de Lisboa (Lisboa cidade), não acredito nem pouco mais ou menos na queda dos preços. No melhor cenário mantêm-se. E digo isto porque à 3 anos que acompanho esse mercado em particular (para além de ter acabado a comprar casa em Lisboa) e nunca constatei qualquer descida dos preços. Também sempre me questionei como seria possível, dada o nível da oferta.

Agora nas zonas sub-urbanas de Lisboa já constatei, tipo Pinhal Novo, Amadora como exemplos dum lado e de outro do Rio. Por outro lado, zonas como Alverca, Arruda (depois da AE, que pessoalmente considero ainda como a zona de maior potencial fora mas perto de Lisboa) e Alcochete continuaram a registar aumentos durante estes últimos anos, apesar de ligeiros.

Penso que uma das grandes razões para os preços não descerem, tem muito a ver com a forma de financiamento dos construtores, que normalmente ao exigirem enormes pagamentos antecipados [30%-50%] antes/durante da construção estar concluída, acabam por não se sentirem pressionados a vender para pagar os financiamentos da obra, pois estes vão sendo assegurados em boa parte pelo comprador (dou como exemplo a minha, contrato promessa em Abril de 2004, já paguei cerca de 40% e só deverei fazer a escritura em Maio / Junho de 2006....).

Por outro lado, só arrancam com a obra a sério quando têm já um conjunto mínimo de compradores (vá-se a Setúbal e veja-se quantos prédios estão apenas em betão, exactamente por falta de compradores).

Por outro lado ainda, eles dizem que não baixam porque... à 2 / 3 anos que não aumentam e que por isso, já deve ser entendido como uma redução do preço.

Finalmente, porque passam muitas das vezes o ónus da venda para uma Imobiliária durante um certo e determinado tempo, que findo esse prazo, já não têm qualquer direito de exclusividade, e as imobiliárias para vender, abdicam por vezes é de parte da sua margem em prol de assegurarem as vendas...

Bom, isto foi parte do que vi e encontrei ao longo destes 3 anos.

Refiro-me como é óbvio a casas novas.

Pode sempre esperar por indivíduos à rasca agora com a subida das taxas para o mercado de usado, que acredito que não tenham equacionado (ou melhor, nunca devem ter avaliado o impacto) o aumento que uma taxa de juro teria sobre a sua mensalidade. É que uma taxa de juro nos 4% - 4,5%, terá um impacto entre os 30% e os 45% na renda de uma casa para um empréstimo entre 30 a 40 anos, piorando nos casos em que tenham diferido um pagamento de [10%-30%] para o final do prazo do contrato.

Mas taxas nestes valores, também só acredito em meados de 2008.

Um abraço

Fruto de tudo o que se tem falado (taxa de juro, aumento da oferta, estagnação na procura) também acredito que o valor médio cairá, mas mesmo assim porque não procurar já hoje uma boa opurtunidade? Se comprares bem, estarás mais protegido a uma eventual quebra de mercado. Adicionalmente, penso que em determinados nichos de mercado, fruto de escassa oferta com essas características, esse eventual decréscimo de valor não se vai fazer sentir.

não sou de Lisboa, não conheço o mercado

mas falando em termos gerais, e atendendo ás caracteristicas do imóvel há mais probabilidades de descer, ou manter o preço, do q subir

talvez haja aqui alguém q esteja mais por dentro do mercado lisboeta

O que procuro é na gama média, lisboa, T2 (não familiar portanto), e tenho presenciado alguma necessidade vendedora dos vendedores (redundantemente falando).

A minha dúvida é: quanto! Em percentagem,...? Se houverem opiniões fundamentadas agradeço.

O preço ja se faz no comprador e não no vendedor, é portanto o comprador que detem o poder para marcar preço, sinal q os preços estão dominados pela procura
Claro que havera sempre apartamentos pela sua qualidade estaram imunes a isto( é como na bolsa, em mercado de queda ha sempre algumas q sobem....)

sim, o mercado está a mudar

antigamente comprava-se casa porque era praticamente garantido que nunca se perdia dinheiro e havia uma valorização permanente do imóvel

desde há muito que se vem assistido a um desequilibrio entre a oferta ( excesso de oferta, já temos uma capacidade instalada brutal) e a procura ( no passado pujante, com baixas tx de juro e crédito bonificado, mas agora cada vez mais estagnada).

O aumento cada vez mais provavél da tx juro na zona Euro, vai aumentar o "custo" dos empréstimos bancários, não só reduzindo a procura de imóveis mas tb aumentando a oferta de imóveis ( clientes que deixem de pagar, o banco irá exercer a hipoteca).

O efeito varia comforme as zonas e o tipo de imóvel.

Geralmente, os imóveis de luxo, classe alta, em zona nobres costumam estar mais imunes as estes efeitos.

Imóveis médios, em zona densas podem levam um tombo.

Boa tarde,

Eu não sei que tipo de casa nem qual a localização que deseja.

Mas estou a vender uma no fim da Almirante Reis ao pé do Metro é um T3+2 e está barata :-)

Boas

Tenho uma duvida que talvez por aqui se possa opinar. O mercado de venda de habitações tem vindo a estagnar durante os ultimos tempos, já tendo ouvido falar que pode estar para breve um crach nas vendas (o banco de portugal diz que não), aumento das taxas de juro, etc...

A minha questão é, visto estar a pensar comprar casa, e ver alguma pressão vendedora até ao final do ano, o que pensam ir acontecer nos próximos tempos? Pergunto-me se vale a pena esperar uns meses.

Refiro-me a Lisboa mais própriamente.

Cumps