O BCP nega ter apresentado qualquer «proposta formal» ao Governo para integrar o seu fundo de pensões na Segurança Social.
O comunicado do banco surge em resposta a uma notícia do «Público», segundo a qual o BCP teria proposto ao Executivo a passagem da totalidade dos trabalhadores do banco para o regime geral da Segurança Social e a consequente transferência do fundo de pensões dos seus empregados, para garantir as reformas de 27.500 funcionários. O jornal diz ainda que o fundo de pensões do Millennium bcp está avaliado em quatro mil milhões de euros, equivalentes a 2,9%do Produto Interno Bruto (PIB) português.
O próprio ministro do Trabalho e Solidariedade Social disse já desconhecer a proposta do BCP e o ministro das Finanças garantiu no Parlamento que a medida não faz parte da estratégia orçamental do Governo.
No comunicado do BCP, o banco diz que «no desempenho das suas funções é normal que o Presidente do maior Banco do País mantenha contacto regular com o Senhor Primeiro Ministro, com os Ministros das pastas mais directamente relacionadas com a actividade do Banco ¿ Finanças, Economia, Trabalho, Justiça, Cultura, etc. ¿ tal como com os titulares das Autoridades de Supervisão e da Concorrência. É, igualmente, normal que nesses contactos sejam abordadas matérias de especial relevância para a vida das instituições e correspondentes implicações externas. A questão do regime de Previdência dos trabalhadores bancários é matéria de análise recorrente entre responsáveis das Instituições de Crédito, Autoridades e Sindicatos, tendo sido objecto de estudo por diversas comissões ministeriais, ao longo dos últimos trinta anos».
O banco recorda ainda que era já do conhecimento público que o banco está desde Março a inscrever os novos trabalhadores no Regime Geral de Segurança Social.
«Porque o assunto está devidamente clarificado nas instâncias adequadas ¿ interna e externamente ¿, nada teria o Conselho de Administração a referir em relação à análise do Público, não fora o caso de a mesma estar a dar origem a destaques inadequados, que tendem a dar um significado que a realidade não justifica», conclui o BCP.