1 de novembro de 2005
Rankings
O Institute of Higher Education, Shanghai Jiao Tong University elabora anualmente, presumo que com critérios suficientemente rigorosos e objectivos, o ranking mundial académico de universidades:
http://ed.sjtu.edu.cn/rank/2005/ARWU2005TOP500list.htmSem surpresa, lideram o pelotão, as instituições americanas, britânicas, nórdicas, francesas, alemãs e japonesas.
O que deixou o mundo atónito, foi a constatação do que em seguida se vos divulga.
(A violência e imprevisibilidade do conteúdo do próximo parágrafo aconselha que os leitores mais impressionáveis deixem devidamente pronto a ser ingerido, um valente copo de água com açúcar).
Então não é que nas 123 universidades europeias mais bem classificadas não consta nem umazinha portuguesa...o que constitui caso único em toda a Europa ocidental (com excepção daqueles "países" tipo Andorra e San Marino que só servem para chatear nas provas da UEFA).
A princípio ainda pensei que só contassem até Espanha, e que tivessem colocado os templos do saber lusitano no ranking africano. Sucede que, na lista mundial, na quarta linha a contar do fim da penúltima página das vinte que a compõem, lá aparece a Universidade de Lisboa, sendo apresentada, para minha perplexidade, como europeia...
Foi aqui que percebi que se tratava de mais um daqueles estudos encomendados pelo resto do mundo para deixar o tuga mal visto.
Quer dizer, um país que define a educação como prioridade absoluta, que disponibiliza mundos e fundos ao bom funcionamento da máquina escolar superior, que investe convictamente na investigação, que proporciona a docentes, alunos e pessoal auxiliar, condições de trabalho invejáveis, amiúde retribuídas por manifestações de agradecimento promovidas por qualquer dessas classes, e fazem-nos uma destas ?
Só quem não frequenta ou frequentou o ensino superior em Portugal pode acreditar em tamanha falsidade...É por demais evidente o encomendanço da classificação... Os gaijos de Harvard devem estar com falta de freguesia, à conta da auréola de qualidade que envolve o meio académico português, e vai daí, inventa-se um ranking, com o único objectivo de denegrir o produto nacional.
Devem estar à espera que acreditemos que universidades onde fazem testes com cruzinhas valem alguma coisa...
Quanto aos senhores dos ministérios educativos, queiram fazer o favor de nos poupar a relatórios estéreis sobre as razões para a (des)classificação das nossas universidades e mantenham-se ocupados na eterna reforma do sistema de ensino.
A conclusão a tirar deste estudo é só uma, e aliás bem portuguesa. Fomos roubados.
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