tiopatinhas Escreveu:acho que o país continua a gastar petróleo de forma irresponsável, nada racional. Lembro-me antigamente que os professores iam da Guarda para Trancoso e os carros rodavam (faziam uma vaquinha como antigamente se chamava). Pois meus amigos, agora ninguém dá boleia a ninguém

Cada um leva o seu carrinho (que convém seja superior ao do colega

) e não se espera pelos outros. Por vezes vários carros de colegas circulam à mesma hora. Em Lisboa a mesma coisa

. Filas insuportáveis

. Porque não usam mais o transporte publico?
tiopatinhas, concordo com os aspectos que referes.
Em minha opinião toda a gente se queixa do preço dos combustíveis mas a verdade é que todos continuam a usar o carro individualmente e a abastecer sem parar.
Eu acho que quem faz o preço dos combustíveis não são as gasolineiras mas sim o mercado. Claro que são as gasolineiras que os fixam o preço final de venda, mas isso é um reflexo da evolução do preço do petróleo que por sua vez reflecte a procura no mercado. Ora, a procura continua a aumentar, tanto lá fora como cá.
E o que se passa emn Portugal? Toda a gente se queixa da crise mas toda a gente continua a andar de carro. Mais curioso ainda, as vendas de carros não abrandam (ainda esta manhã vi um carro com uma matrícula das novas com as letras "AS", ou seja em apenas 5 meses já esgotámos quase todas as combinações começadas por A, pois já vão 18 combinações em 5 meses o que dá uns 35000 carros novos por mês, pelo menos - crise?

) e certamente as pessoas nao compram carros novos para andarem de transportes. A procura de combustíveis aumenta, a oferta não aumenta, logo o preço sobe. Isto é básico.
A verdade é que as alternativas de transportes públicos existem (pelo menos em meio urbano e suburbano, como acontece na Grande Lisboa), só que as pessoas (o tal "mercado") não parecem muito interessadas nessa opção, preferem ir de carro. Claro que cada um terá as suas justificações, nem isso está em causa, mas olhando para as respostas que já li (e ouvi) sobre este assunto identifico uma variedade de motivos para as pessoas continuarem a usar o carro:
1 - estatuto
2 - comodismo
3 - inércia de mudar o hábito já adquirido e enraizado de vir de carro
4 - vontade de chegar mais depressa (mesmo que se esteja 45 ou 60 minutos numa fila de trânsito, a ânsia de chegar instantaneamente a todo o lado, que nos dias de hoje domina quase toda a gente, elimina à partida a opção "transporte público")
5 - total desconhecimento do preço dos transportes públicos; se todos os utilizadores de transporte individual fizessem as contas ao que gastam em combustível + estacionamento + portagens (quando aplicável) e comparassem com o preço dos transportes para fazer o mesmo percurso, talvez chegassem a umas conclusões interessantes (aliás o transporte público em Portugal é MUITO BARATO se compararmos com os outros países europeus).
Como diz o outro: "não há dinheiro mas vai-se arranjando para o tabaco". Eu digo: "não há dinheiro mas vai-se arranjando para a GASOSA". Toda a gente se queixa mas todos continuam a usar.
E digo mais: em minha opinião a gasolina não está cara. O conceito de CARO que toda a gente refere tem a ver com valor passado (está certamente MAIS CARA do que no passado), mas não com preço (valor) presente. Em termos presentes (e tentando ignorar a evolução passada), a gasolina nao se pode considerar cara. Senao, vejamos: quem PAGA a gasolina ao preço a que ela está hoje é porque acha que ela vale esse preço. Ou seja, é porque face às necessidades que cada um tem ("preciso do carro para ir a tal parte"), considera que é a melhor opção em termos de custo / benefício / rapidez, face às outras alternativas existentes. É um pouco com as acções. Uma dada acção pode estar "CARA" em termos fundamentais, mas se o mercado continua a comprá-la a um preço exagerado, é porque mercado "acha" que ela vale isso.
No dia em que o MERCADO (como um todo) achar que a gasolina está cara, deixará de comprar e então o preço irá descer. Não sei é quando virá esse dia, pois não há sinais de abrandamento de consumo e da procura.
Saudações,
Elias