Nuno Carregueiro
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A CUF, holding do Grupo José de Mello, vendeu a empresa que controla 86,04% do capital da Fisipe a três quadros da empresa através de uma operação de management-buy-out (MBO). As acções da empresa dispararam 27,78% na sessão de hoje, elevando para 64% o ganho acumulado em quatro sessões.
Num comunicado a Fisipe diz que a CUF alienou hoje 1,01 milhões de acções da Negofor, empresa que controla 86,04% do capital da Fisipe, a três quatros da empresa.
A Negofor foi dividida em partes iguais ao administrador delegado, João Manuel Dotti, ao administrador financeiro, João Costa Pereira, e ao responsável pelo pelouro comercial, José Miguel Contreiras, por um montante não revelado.
Antes do comunicado ser publicado na CMVM, António Nogueira Leite, o responsável pelo planeamento do grupo e administrador da CUF, tinha afirmado que apesar de ter investidores estrangeiros interessados na Fisipe, a CUF optou por apoiar «a iniciativa de empreendedorismo de altos quadros do grupo» que garante a continuidade da empresa e dos 270 postos de trabalho.
A venda da Fisipe permite à CUF, segundo o seu administrador, citado pela Lusa, concentrar os esforços nas suas áreas principais de negócio, estando prevista a duplicação do pólo petroquímico de Estarreja, investimentos nas unidades de produção de amoníaco e ureia do Lavradio e a continuação da aposta na expansão do negócio de fertilizantes.
A socieda de advogados Albuquerque & Associados mediou o negócio.
A CUF Serviços é totalmente detida pela José de Mello Participações II, SGPS, S.A., cuja totalidade do capital social é da titularidade da José de Mello – Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A.. A CUF, com esta venda, passará a ter 0,19% do capital da Fisipe.
Na sessão de hoje da bolsa nacional, as acções da Fisipe ganharam 27,78%, para 23 cêntimos, tendo trocado de mãos 150 mil papéis, muito acima da média diária desde o início do ano, que está em 19 mil títulos.
Nas últimas quatro sessões, o ganho acumulado pelas acções foi de 64%, com a liquidez diária sempre acima dos 100 mil títulos.
A notícia da Lusa e o comunicado da CMVM ocorreram já depois do fecho da bolsa.