Ecomista-chefe Lehman Brothers
Impacto do «Katrina» na economia dos EUA vai ser moderado
O economista-chefe da casa de investimento Lehman Brothers nos EUA, Ethan Harris, considera, em entrevista divulgada hoje pela publicação electrónica londrina Cantos, que o impacto do furacão Katrina na economia norte-americana acabará por ser moderado.
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Jornal de Negócios Online
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O economista-chefe da casa de investimento Lehman Brothers nos EUA, Ethan Harris, considera, em entrevista divulgada hoje pela publicação electrónica londrina Cantos, que o impacto do furacão Katrina na economia norte-americana acabará por ser moderado.
Esta entidade financeira reviu, desta forma, a previsão de crescimento do produto interno bruto (PIB) dos EUA no terceiro trimestre de 4,5% para 3,8%, em termos anuais, após o que recuperará no quarto trimestre com uma expansão de 4,0%, segundo a Lusa.
Harris invoca a história dos designados desastres naturais, para relembrar que após uma redução acentuada na zona afectada ocorre um esforço massivo de reconstrução, que se acaba por traduzir na recuperação do tempo perdido e na injecção de um estímulo significativo na economia.
A redução das consequências do furacão a um enfraquecimento no crescimento no terceiro trimestre pode porém dar lugar a resultados mais negativos, «se a destruição das infra-estruturas petrolíferas, o aumento dos preços das energia e o impacto [negativo] na confiança dos consumidores aumentar com o tempo».
A incerteza reside na dimensão dos estragos provocados na infra-estrutura petrolífera.
A área do golfo do México afectada pelo «Katrina» representa cerca de 14% da capacidade de refinação dos EUA.
Desta capacidade, um terço voltará a funcionar com uma relativa rapidez , mas sobre os outros dois terço há «uma incerteza enorme».
Harris admite inclusive, em declarações citadas pela agência Lusa, que está surpreendido com o estado «decente» das infra-estruturas petrolíferas, como refinarias, oleodutos e plataformas, depois de ter visto a dimensão da devastação humana, das inundações e da destruição d as áreas residenciais.
Espera em todo o caso que haja uma situação de alguma escassez nos mercados dos produtos refinados, o que o leva a considerar que os EUA precisam que a ajuda externa lhes dê mais gasolina do que petróleo.
«As filas de espera nas estações de gasolina é o tipo de coisa que me preocupa na economia», acrescenta, uma vez que «a escassez física, as pessoas em filas de espera, afecta a confiança e pode transformar um choque moderado num grande choque na economia».
Sobre a quantificação dos custos do furacão, o economista-chefe da Lehman Brothers refere números dos custos para as seguradoras em torno dos 20 mil milhões de dólares, mas admite que este montante possa ser o dobro ou mais, uma vez que há muita propriedade que não estava coberta pelo seguro.
Acrescem os cerca de 10 mil milhões de dólares que o governo federal deve afectar à reconstrução da zona, bem como o dinheiro que as famílias apliquem no esforço de reconstrução