Rugir no Quénia
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Rugir no Quénia
17 Agosto 2005 13:59
Fernando Sobral
Rugir no Quénia
fsobral@mediafin.pt
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A arte de um grande político pode ser conquistar o palco. Ou pode ser tornar-se um actor de televisão. Para os eleitores, no entanto, um grande político é aquele que os faz criar esperanças. Seja na Pampilhosa de Serra ou no Quénia. Num dos locais há uma fauna que pereceu para sempre. No outro há animais que se podem ver.
Há outra grande representação possível para um político: conseguir, num período de caos, mascarar o seu medo com a couraça da segurança das muralhas de um castelo. José Sócrates, já se percebeu, é uma imitação em forma de iogurte de marca branca de Guterres. Tem medo por detrás de uma voz forte. É um sussurro enquanto político. Sócrates foi fazer «fitness» numa altura em que o país precisava de corredores que trepassem até aos confins da Serra da Estrela.
António Costa desculpou-o, até porque está habituado a ficar acordado enquanto muitos dos que o cercam no Governo dormem a sesta. Sócrates pode ter direito às suas férias, como qualquer português tem, após começar a trabalhar quatro meses a prazo como caixa num hipermercado, mas há momentos de desespero. O país arde. Os ministros surgem nos jornais a escrever como estudantes com a quarta classe. Enquanto isso os leões continuam a rugir no Quénia. E a ficarem calados em Portugal.
Fernando Sobral
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A arte de um grande político pode ser conquistar o palco. Ou pode ser tornar-se um actor de televisão. Para os eleitores, no entanto, um grande político é aquele que os faz criar esperanças. Seja na Pampilhosa de Serra ou no Quénia. Num dos locais há uma fauna que pereceu para sempre. No outro há animais que se podem ver.
Há outra grande representação possível para um político: conseguir, num período de caos, mascarar o seu medo com a couraça da segurança das muralhas de um castelo. José Sócrates, já se percebeu, é uma imitação em forma de iogurte de marca branca de Guterres. Tem medo por detrás de uma voz forte. É um sussurro enquanto político. Sócrates foi fazer «fitness» numa altura em que o país precisava de corredores que trepassem até aos confins da Serra da Estrela.
António Costa desculpou-o, até porque está habituado a ficar acordado enquanto muitos dos que o cercam no Governo dormem a sesta. Sócrates pode ter direito às suas férias, como qualquer português tem, após começar a trabalhar quatro meses a prazo como caixa num hipermercado, mas há momentos de desespero. O país arde. Os ministros surgem nos jornais a escrever como estudantes com a quarta classe. Enquanto isso os leões continuam a rugir no Quénia. E a ficarem calados em Portugal.
As decisões fáceis podem fazer-nos parecer bons,mas tomar decisões difíceis e assumi-las faz-nos melhores.
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