As Consequências de uma Crise
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Incognitus Escreveu:Desde o inicio de Janeiro de 2004, o preço do petróleo já subiu 130%. A escalada do crude não foi acompanhada pelas petrolíferas.
Infelizmente logo no início este artigo possui um erro BRUTAL.
"A Escalada do crude não foi acompanhada pelas petrolíferas".
Na realidade, a escalada do crude foi MAIS que acompanhada pelas petrolíferas, porque tanto as margens de refinação como as de transporte aumentaram brutalmente.
Mas ... mas ... o petróleo subiu 130% e os combustíveis só subiram 40% ...
Pois, acontece que a maior parte dos preços dos combustíveis são imposto, e essa componente manteve-se relativamente estável, daí a menor subida do preço final.
É sempre chato quando estes artigos revelam tão brutais problemas logo no seu início.
Infelizmente em Portugal ainda se escreve por escrever.
"O desprezo pelo dinheiro é frequente, sobretudo naqueles que não o possuem"
Fonte: "La Philosophie de G. C."
Autor: Courteline , Georges
Site porreiro para jogar (carregar em Arcade) : www.gamespt.net
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Desde o inicio de Janeiro de 2004, o preço do petróleo já subiu 130%. A escalada do crude não foi acompanhada pelas petrolíferas.
Infelizmente logo no início este artigo possui um erro BRUTAL.
"A Escalada do crude não foi acompanhada pelas petrolíferas".
Na realidade, a escalada do crude foi MAIS que acompanhada pelas petrolíferas, porque tanto as margens de refinação como as de transporte aumentaram brutalmente.
Mas ... mas ... o petróleo subiu 130% e os combustíveis só subiram 40% ...
Pois, acontece que a maior parte dos preços dos combustíveis são imposto, e essa componente manteve-se relativamente estável, daí a menor subida do preço final.
É sempre chato quando estes artigos revelam tão brutais problemas logo no seu início.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein
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Petrolíferas
Lucros das empresas batem recordes
A.J.G.
Os lucros dos gigantes petrolíferos mundiais nunca estiveram tão bem. A maior parte das empresas de exploração e distribuição de petróleo apresentaram resultados líquidos recorde no primeiro semestre deste ano, quando comparado com o semestre homólogo de 2004.
A British Petroleum (BP) conseguiu um lucro até Junho de 15,3 mil milhões de euros contra os 8,9 mil milhões de euros de 2004. Já a Shell, que recentemente apresentou os resultados do segundo trimestre, obteve um aumento do resultado líquido em 22%, situando-se nos 4,6 mil milhões de euros, Por seu lado, a vizinha espanhola Repsol, considerada a quarta maior petrolífera mundial, atingiu os 2,6 mil milhões de euros, correspondendo a uma subida nos lucros de 25%.
Os analistas e as próprias petrolíferas são unânimes em considerar que esta ‘performance’ se deve quase exclusivamente à escalada acentuada do preço do petróleo nos mercados mundiais, apesar de alguns reveses em algumas explorações.
Lucros das empresas batem recordes
A.J.G.
Os lucros dos gigantes petrolíferos mundiais nunca estiveram tão bem. A maior parte das empresas de exploração e distribuição de petróleo apresentaram resultados líquidos recorde no primeiro semestre deste ano, quando comparado com o semestre homólogo de 2004.
A British Petroleum (BP) conseguiu um lucro até Junho de 15,3 mil milhões de euros contra os 8,9 mil milhões de euros de 2004. Já a Shell, que recentemente apresentou os resultados do segundo trimestre, obteve um aumento do resultado líquido em 22%, situando-se nos 4,6 mil milhões de euros, Por seu lado, a vizinha espanhola Repsol, considerada a quarta maior petrolífera mundial, atingiu os 2,6 mil milhões de euros, correspondendo a uma subida nos lucros de 25%.
Os analistas e as próprias petrolíferas são unânimes em considerar que esta ‘performance’ se deve quase exclusivamente à escalada acentuada do preço do petróleo nos mercados mundiais, apesar de alguns reveses em algumas explorações.
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As Consequências de uma Crise
Petróleo deverá atingir 70 dólares “brevemente”
Pedro Ferreira Esteves com agências
O petróleo negociado em Londres atingiu ontem um novo máximo histórico, mais uma vez impulsionado pela especulação em torno de um conflito entre o Irão e os EUA.
Apesar dos analistas anteciparem correcções pontuais durante as próximas sessões, a generalidade dos observadores aponta para uma valorização adicional até aos 70 dólares por barril a curto prazo.
No mercado londrino, o Brent do Mar do Norte chegou aos 66,85 dólares por barril, um novo recorde desde que foi inaugurada na década de 80 a negociação destes contratos de futuros. Este valor, que acabaria por sofrer uma correcção, é superior ao máximo de 66,77 dólares alcançado na sexta-feira. Já em Nova Iorque, o barril continuou a transaccionar em torno dos 67 dólares, depois de na última sessão da semana passada ter registado um novo recorde nos 67,1 dólares.
“Ninguém ficará surpreendido por ver o petróleo alcançar os 70 dólares brevemente”, disse à AFP o analista do Barclays Capital, Kevin Norrish, acrescentando que “os preços estão a reagir às inquietações sobre o aprovisionamento a curto prazo, depois de uma série de encerramentos de refinarias nos EUA e num contexto de relações internacionais problemáticas com o Irão”.
A subida observada ontem surge depois do Irão, o quarto maior produtor mundial de petróleo, ter reiterado a sua intenção de prosseguir com o programa nuclear, desafiando assim as determinações das Nações Unidas e provocando mais uma reacção de indignação dos EUA. Os investidores temem que esta situação possa resultar num conflito com sérias repercussões no fornecimento de petróleo no mercado mundial.
Dadas as características actuais do mercado – forte crescimento da procura e reduzida margem de produção excedentária pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo – os fundos especulativos estão a antecipar que uma ruptura grave da produção provoque uma situação de penúria no mercado.
Os problemas de refinação e os baixos ‘stocks’ de gasolina nos EUA também estão a contribuir para a valorização do custo do petróleo. Tal como a antecipação do aumento da procura por produtos distilados, que acelera durante o quarto trimestre de cada ano para fazer frente ao arrefecimento das temperaturas no hemisfério norte. Os analistas defendem que o preço do petróleo ainda tem espaço para crescer, uma vez que a procura de gasolina nos EUA, bem como o próprio crescimento económico norte-americano, ainda não sofreram qualquer impacto significativo dos preços altos da energia. “O mercado não está a mostrar sinais de ter atingido o máximo ainda. O próximo alvo são os 70 dólares por barril”, resumiu um operador à Reuters.
Petróleo deverá atingir 70 dólares “brevemente”
Pedro Ferreira Esteves com agências
O petróleo negociado em Londres atingiu ontem um novo máximo histórico, mais uma vez impulsionado pela especulação em torno de um conflito entre o Irão e os EUA.
Apesar dos analistas anteciparem correcções pontuais durante as próximas sessões, a generalidade dos observadores aponta para uma valorização adicional até aos 70 dólares por barril a curto prazo.
No mercado londrino, o Brent do Mar do Norte chegou aos 66,85 dólares por barril, um novo recorde desde que foi inaugurada na década de 80 a negociação destes contratos de futuros. Este valor, que acabaria por sofrer uma correcção, é superior ao máximo de 66,77 dólares alcançado na sexta-feira. Já em Nova Iorque, o barril continuou a transaccionar em torno dos 67 dólares, depois de na última sessão da semana passada ter registado um novo recorde nos 67,1 dólares.
“Ninguém ficará surpreendido por ver o petróleo alcançar os 70 dólares brevemente”, disse à AFP o analista do Barclays Capital, Kevin Norrish, acrescentando que “os preços estão a reagir às inquietações sobre o aprovisionamento a curto prazo, depois de uma série de encerramentos de refinarias nos EUA e num contexto de relações internacionais problemáticas com o Irão”.
A subida observada ontem surge depois do Irão, o quarto maior produtor mundial de petróleo, ter reiterado a sua intenção de prosseguir com o programa nuclear, desafiando assim as determinações das Nações Unidas e provocando mais uma reacção de indignação dos EUA. Os investidores temem que esta situação possa resultar num conflito com sérias repercussões no fornecimento de petróleo no mercado mundial.
Dadas as características actuais do mercado – forte crescimento da procura e reduzida margem de produção excedentária pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo – os fundos especulativos estão a antecipar que uma ruptura grave da produção provoque uma situação de penúria no mercado.
Os problemas de refinação e os baixos ‘stocks’ de gasolina nos EUA também estão a contribuir para a valorização do custo do petróleo. Tal como a antecipação do aumento da procura por produtos distilados, que acelera durante o quarto trimestre de cada ano para fazer frente ao arrefecimento das temperaturas no hemisfério norte. Os analistas defendem que o preço do petróleo ainda tem espaço para crescer, uma vez que a procura de gasolina nos EUA, bem como o próprio crescimento económico norte-americano, ainda não sofreram qualquer impacto significativo dos preços altos da energia. “O mercado não está a mostrar sinais de ter atingido o máximo ainda. O próximo alvo são os 70 dólares por barril”, resumiu um operador à Reuters.
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As Consequências de uma Crise
Preço dos bens não energéticos resiste à subida do petróleo
Bruno Proença
A evolução dos preços dos bens não energéticos tem-se mantido relativamente tranquila desde 2000, ao contrário dos bens energéticos, que têm registado subidas bruscas motivadas pela alta do preço do petróleo.
Estes dados do Banco de Portugal vêm demonstrar que alguns dos tradicionais mecanismos de transmissão à actividade económica da evolução do brent parecem não estar a funcionar.
Em Maio, por exemplo, enquanto os preços dos bens energéticos registaram uma subida homóloga de 6,7%, os dos bens não energéticos tiveram uma ascensão de apenas 0,6%. Segundo os analistas, esta aparente impermeabilidade do nível de preços das mercadorias produzidas pelos sectores não energéticos à subida do barril do petróleo é explicada pelo estado recessivo da economia nacional. “Com a falta de dinamismo económico, o consumo está mais fraco, o que tem obrigado as empresas a não reflectir nos preços o crescimento dos custos energéticos”, explicou Rui Constantino, economista-chefe do Santander Negócios.
Ou seja, confrontados com a falta de dinamismo da procura, as empresas diminuem as margens de lucro e internalizam o aumento dos custos de produção.
Ainda assim, parece também certo que a evolução do produto nacional deverá ser afectada pela alta do brent, até porque a subida média do preço desde o início do ano já ultrapassou os cenários de referência do Governo e está nos limites do intervalo fixado pelo Banco de Portugal. Além disto, entre os analistas é consensual que a tendência de subida no petróleo veio para ficar, pelo que o crescimento este ano da riqueza nacional em cerca de 0,5% – como avançou o banco central – pode estar comprometido, o que coloca Portugal ainda mais perto da recessão.
E isto acontece porque além do mecanismo – directo e indirecto – nos preços, os efeitos nefastos da subida dos custos energéticos chegam à actividade produtiva de outras formas.
Por um lado, com o aumento do preço do crude sobe automaticamente o custo das importações, o que leva a uma deterioração do contributo da procura externa liquida (exportações menos importações) para o produto.
Por outro lado, a subida do petróleo prejudica a economia da zona euro, o que, consequentemente, afecta a economia nacional, até porque o mercado europeu é o destino de 80% das exportações nacionais.
Preço dos bens não energéticos resiste à subida do petróleo
Bruno Proença
A evolução dos preços dos bens não energéticos tem-se mantido relativamente tranquila desde 2000, ao contrário dos bens energéticos, que têm registado subidas bruscas motivadas pela alta do preço do petróleo.
Estes dados do Banco de Portugal vêm demonstrar que alguns dos tradicionais mecanismos de transmissão à actividade económica da evolução do brent parecem não estar a funcionar.
Em Maio, por exemplo, enquanto os preços dos bens energéticos registaram uma subida homóloga de 6,7%, os dos bens não energéticos tiveram uma ascensão de apenas 0,6%. Segundo os analistas, esta aparente impermeabilidade do nível de preços das mercadorias produzidas pelos sectores não energéticos à subida do barril do petróleo é explicada pelo estado recessivo da economia nacional. “Com a falta de dinamismo económico, o consumo está mais fraco, o que tem obrigado as empresas a não reflectir nos preços o crescimento dos custos energéticos”, explicou Rui Constantino, economista-chefe do Santander Negócios.
Ou seja, confrontados com a falta de dinamismo da procura, as empresas diminuem as margens de lucro e internalizam o aumento dos custos de produção.
Ainda assim, parece também certo que a evolução do produto nacional deverá ser afectada pela alta do brent, até porque a subida média do preço desde o início do ano já ultrapassou os cenários de referência do Governo e está nos limites do intervalo fixado pelo Banco de Portugal. Além disto, entre os analistas é consensual que a tendência de subida no petróleo veio para ficar, pelo que o crescimento este ano da riqueza nacional em cerca de 0,5% – como avançou o banco central – pode estar comprometido, o que coloca Portugal ainda mais perto da recessão.
E isto acontece porque além do mecanismo – directo e indirecto – nos preços, os efeitos nefastos da subida dos custos energéticos chegam à actividade produtiva de outras formas.
Por um lado, com o aumento do preço do crude sobe automaticamente o custo das importações, o que leva a uma deterioração do contributo da procura externa liquida (exportações menos importações) para o produto.
Por outro lado, a subida do petróleo prejudica a economia da zona euro, o que, consequentemente, afecta a economia nacional, até porque o mercado europeu é o destino de 80% das exportações nacionais.
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As Consequências de uma Crise
Aviação ainda beneficia de contratos de futuros
R.C.
As maiores companhias de aviação europeias ainda conseguiram no segundo trimestre deste ano apresentar resultados líquidos positivos, a beneficiar algumas delas de contratos de ‘hedging’ na compra de combustíveis.
Estes contratos – que assentam na compra de combustível por um determinado tempo a um preço fixo – permitem alguma estabilidade em termos de variação do preço dos crude.
As companhias British Airways (BA), Lufthansa e Ibéria obtiveram em conjunto um lucro de 373 milhões de euros, mais 81,3% que os 206 milhões alcançados em igual período de 2003, avançou o Expansión. Das três, a única que apresentou uma quebra de resultados foi a Iberia (menos 37%), já influenciada pela escalada do preço do crude.
A companhia alemã, foi aquela que melhor performance obteve, passando de prejuízos de 23 milhões para lucros de 116 milhões de euros. Também a BA, cresceu os seus resultados líquidos em 108%. Estas melhorias deveram-se, não só a estratégias comerciais bem sucedidas, mas também de fortes reduções de custos. Estes são considerados fundamentais não só para ultrapassar o impacto da subida do preço do crude, mas também para enfrentar a concorrências das companhias ‘low cost’.
A companhia portuguesa TAP já veio alertar para a possibilidade de fechar o ano com prejuízos em função do impacto do preço dos combustíveis. Só nos primeiros cinco meses do ano, a companhia portuguesa pagou mais 45% pelo ‘jet-fuel’ que em igual período do ano passado, o que demostra bem o impacto negativo na companhia.
Aviação ainda beneficia de contratos de futuros
R.C.
As maiores companhias de aviação europeias ainda conseguiram no segundo trimestre deste ano apresentar resultados líquidos positivos, a beneficiar algumas delas de contratos de ‘hedging’ na compra de combustíveis.
Estes contratos – que assentam na compra de combustível por um determinado tempo a um preço fixo – permitem alguma estabilidade em termos de variação do preço dos crude.
As companhias British Airways (BA), Lufthansa e Ibéria obtiveram em conjunto um lucro de 373 milhões de euros, mais 81,3% que os 206 milhões alcançados em igual período de 2003, avançou o Expansión. Das três, a única que apresentou uma quebra de resultados foi a Iberia (menos 37%), já influenciada pela escalada do preço do crude.
A companhia alemã, foi aquela que melhor performance obteve, passando de prejuízos de 23 milhões para lucros de 116 milhões de euros. Também a BA, cresceu os seus resultados líquidos em 108%. Estas melhorias deveram-se, não só a estratégias comerciais bem sucedidas, mas também de fortes reduções de custos. Estes são considerados fundamentais não só para ultrapassar o impacto da subida do preço do crude, mas também para enfrentar a concorrências das companhias ‘low cost’.
A companhia portuguesa TAP já veio alertar para a possibilidade de fechar o ano com prejuízos em função do impacto do preço dos combustíveis. Só nos primeiros cinco meses do ano, a companhia portuguesa pagou mais 45% pelo ‘jet-fuel’ que em igual período do ano passado, o que demostra bem o impacto negativo na companhia.
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As Consequências de uma Crise
As Consequências de uma Crise
Preço do combustivel subiu 40% desde a liberalização do mercado
Rui Cabrita
Desde o inicio de Janeiro de 2004, o preço do petróleo já subiu 130%. A escalada do crude não foi acompanhada pelas petrolíferas.
O preço do crude já subiu cerca de 130% desde Janeiro de 2004, data do início da liberalização do mercado de retalho em Portugal, percentagem que representa mais de quatro vezes a subida dos combustíveis em Portugal – gasóleo e gasolina sem chumbo 95 – no mesmo período. A escalada do petróleo não foi totalmente absorvida pelos retalhistas nacionais, já que, no mesmo período, o preço do gasóleo subiu 40% enquanto o da gasolina sem chumbo 95 se situou em volta dos 30%.
No início de Janeiro de 2004, o barril de ‘brent’ (o preço de referência do mercado europeu) valia 29,54 dólares, fixando-se, um ano depois, (Janeiro de 2005) nos 39,873 dólares por barril. Oito meses depois (no passado dia 11), o barril estava cotado acima dos 67 dólares, valor considerado por muitos como impossível de alcançar.
Esta subida teve repercussões no preço de venda ao público dos combustíveis, uma vez que com o inicio da liberalização, Portugal deixava de ter os seus preços fixados administrativamente. O então ministro da Economia, Carlos Tavares, liberalizou o sector e deixou o mercado funcionar, sujeitando-o às flutuações do mercado internacional. Acontece que desde a liberalização, o petróleo conheceu por diversos factores, uma trajectória ascendente.
Tal mecanismo levou a subidas importantes mas mais modestas do combustíveis. No mesmo período, o preço do gasóleo rodoviário já subiu cerca de 39,7%, percentagem que, no caso da gasolina sem chumbo 95, se situou nos 29%.
A líder de mercado em Portugal, a Galp Energia, considera inevitável o reflexo nos preços ao consumidor a escalada da cotação da matéria-prima. Fonte oficial da petrolífera nacional disse ao DE que “se o preço do crude e dos produtos refinados sobem, então as companhias terão de acompanhar essa subida”. O critério de actualização ao consumidor, no caso da Galp, não obedece “a nenhum critério específico”. É estabelecido, em função da percepção “que a empresa faz dos mercados internacionais, e do preço pago à saída das refinarias”, esclarece a mesma fonte. O único critério que a empresa procura seguir é o de não aumentar os preço mais do que uma vez numa semana, “numa tentativa de dar o máximo de estabilidade possível. Mas mesmo assim, nem sempre é possível fazê-lo”, justificou o mesmo responsável.
Olhando para o mercado internacional, as principais empresas que actuam no mercado português concordam que a principal causa da subida do petróleo deriva de acções especulativas e de instabilidade geo-política.
Fonte oficial da Galp defende que “esta subida do crude não se deve a nenhuma escassez de matéria-prima. As companhias não têm qualquer dificuldade em encontrar produto nem é difícil escolher as origens. A única dificuldade é pagar o preço”. Estes níveis devem-se “a especulação do mercado e à instabilidade dos principais produtores de petróleo”.
O mesmo argumento é usado pelos responsáveis da Repsol. Fonte oficial do Grupo espanhol, que detém 400 estações de serviço em Portugal, explica que “o comportamento do preço do crude incorpora aspectos especulativos”. Depois, na fase seguinte do processo – a refinação – , está menos sujeita a este processo, mas incorpora já o efeito anterior a que se associa alguma pressão da procura, nomeadamente em termos de gasóleo. Finalmente na última fase, a da distribuição, aquela que determina o preço final ao consumidor, as margens já estão muito esmagadas e dependem muito do fornecedor. Este processo leva, segundo o mesmo responsável da petrolífera espanhola, “a que haja pouca margem de manobra para não reflectir o preço nos consumidores”.
A este factores, o responsável da BP apontou outros para justificar a subida do preço do crude: o aumento da procura essencialmente da China e Índia bem como alguma desadequação entre oferta e procura, porque “a cadeia de produção, transporte e transformação não se desenvolveu proporcionalmente ao aumento da procura”.
No caso especifico de Portugal, a BP aponta ainda a excessiva carga fiscal, com um “ISP e IVA muito elevados”.
Preço do combustivel subiu 40% desde a liberalização do mercado
Rui Cabrita
Desde o inicio de Janeiro de 2004, o preço do petróleo já subiu 130%. A escalada do crude não foi acompanhada pelas petrolíferas.
O preço do crude já subiu cerca de 130% desde Janeiro de 2004, data do início da liberalização do mercado de retalho em Portugal, percentagem que representa mais de quatro vezes a subida dos combustíveis em Portugal – gasóleo e gasolina sem chumbo 95 – no mesmo período. A escalada do petróleo não foi totalmente absorvida pelos retalhistas nacionais, já que, no mesmo período, o preço do gasóleo subiu 40% enquanto o da gasolina sem chumbo 95 se situou em volta dos 30%.
No início de Janeiro de 2004, o barril de ‘brent’ (o preço de referência do mercado europeu) valia 29,54 dólares, fixando-se, um ano depois, (Janeiro de 2005) nos 39,873 dólares por barril. Oito meses depois (no passado dia 11), o barril estava cotado acima dos 67 dólares, valor considerado por muitos como impossível de alcançar.
Esta subida teve repercussões no preço de venda ao público dos combustíveis, uma vez que com o inicio da liberalização, Portugal deixava de ter os seus preços fixados administrativamente. O então ministro da Economia, Carlos Tavares, liberalizou o sector e deixou o mercado funcionar, sujeitando-o às flutuações do mercado internacional. Acontece que desde a liberalização, o petróleo conheceu por diversos factores, uma trajectória ascendente.
Tal mecanismo levou a subidas importantes mas mais modestas do combustíveis. No mesmo período, o preço do gasóleo rodoviário já subiu cerca de 39,7%, percentagem que, no caso da gasolina sem chumbo 95, se situou nos 29%.
A líder de mercado em Portugal, a Galp Energia, considera inevitável o reflexo nos preços ao consumidor a escalada da cotação da matéria-prima. Fonte oficial da petrolífera nacional disse ao DE que “se o preço do crude e dos produtos refinados sobem, então as companhias terão de acompanhar essa subida”. O critério de actualização ao consumidor, no caso da Galp, não obedece “a nenhum critério específico”. É estabelecido, em função da percepção “que a empresa faz dos mercados internacionais, e do preço pago à saída das refinarias”, esclarece a mesma fonte. O único critério que a empresa procura seguir é o de não aumentar os preço mais do que uma vez numa semana, “numa tentativa de dar o máximo de estabilidade possível. Mas mesmo assim, nem sempre é possível fazê-lo”, justificou o mesmo responsável.
Olhando para o mercado internacional, as principais empresas que actuam no mercado português concordam que a principal causa da subida do petróleo deriva de acções especulativas e de instabilidade geo-política.
Fonte oficial da Galp defende que “esta subida do crude não se deve a nenhuma escassez de matéria-prima. As companhias não têm qualquer dificuldade em encontrar produto nem é difícil escolher as origens. A única dificuldade é pagar o preço”. Estes níveis devem-se “a especulação do mercado e à instabilidade dos principais produtores de petróleo”.
O mesmo argumento é usado pelos responsáveis da Repsol. Fonte oficial do Grupo espanhol, que detém 400 estações de serviço em Portugal, explica que “o comportamento do preço do crude incorpora aspectos especulativos”. Depois, na fase seguinte do processo – a refinação – , está menos sujeita a este processo, mas incorpora já o efeito anterior a que se associa alguma pressão da procura, nomeadamente em termos de gasóleo. Finalmente na última fase, a da distribuição, aquela que determina o preço final ao consumidor, as margens já estão muito esmagadas e dependem muito do fornecedor. Este processo leva, segundo o mesmo responsável da petrolífera espanhola, “a que haja pouca margem de manobra para não reflectir o preço nos consumidores”.
A este factores, o responsável da BP apontou outros para justificar a subida do preço do crude: o aumento da procura essencialmente da China e Índia bem como alguma desadequação entre oferta e procura, porque “a cadeia de produção, transporte e transformação não se desenvolveu proporcionalmente ao aumento da procura”.
No caso especifico de Portugal, a BP aponta ainda a excessiva carga fiscal, com um “ISP e IVA muito elevados”.
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