Apostam mais em títulos estrangeiros
Acções da EDP e BCP continuam a ser as preferidas dos fundos portugueses
As acções da Energias de Portugal e do Banco Comercial Português continuam a figurar no topo da lista das acções preferidas dos fundos de investimento portugueses, que no mês de Julho apostaram mais nas acções estrangeiras, em detrimento das nacionais.
Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
As acções da Energias de Portugal e do Banco Comercial Português continuam a figurar no topo da lista das acções preferidas dos fundos de investimento portugueses, que no mês de Julho apostaram mais nas acções estrangeiras, em detrimento das nacionais.
De acordo com a CMVM, no mês de Julho, os investimentos em acções nacionais desceram 1,2% para 698,1 milhões de euros. Em contrapartida, o valor das acções cotadas nos mercados da União Europeia registou uma variação mensal positiva de 4,6%, ascendendo a 798,4 milhões de euros e o das acções nos mercados fora da União Europeia aumentou 4,9%, totalizando 601,4 milhões de euros.
Esta aposta nos mercados accionistas estrangeiros estará relacionada com a fraca performance da bolsa nacional nos últimos meses, incapaz de acompanhar a tendência positivas das congéneres, isto apesar de Julho ter sido um mês de ganhos para o PSI-20.
À semelhança de Junho, as acções da EDP e do BCP são as que tem maior peso nas carteiras dos fundos portugueses. No mês passado os fundos tinham 79,9 milhões de euros investidos na EDP e 63,6 milhões de euros no BCP, valores que representam um aumento mensal de 4,4% e 3,5%.
Apesar das quedas de Julho, a Sonae SGPS (1,9%) e a Brisa (10,4%) surgem em seguida na lista. A Portugal Telecom continua em queda, tendo as aplicações na operadora nacional descido 4,2% para 41,7 milhões de euros, um valor que já é inferior ao verificado na Semapa (42,1 milhões de euros).
Destaque para a Mota-Engil, que viu os fundos aumentarem a exposição à empresa em 12,5%, para 28,2 milhões de euros.
Nos mercados estrangeiros, os fundos portugueses aplicam mais investimento na Total Fina (na UE) e na General Electric (nos Estados Unidos).
Considerando todos os tipos de investimento (acções, obrigações, etc), a exposição dos fundos ao mercado português desceu 1,4% para 1,24 mil milhões de euros. As aplicações totais cresceram 0,4%, para 18,14 mil milhões de euros.
Portugal recebe apenas 6,8% do investimento total dos fundos, atrás do Luxemburgo (39,4%), Reino Unido (13,6%) e Irlanda (11%).
A capitalização média dos organismos de investimento colectivo em valores mobiliários (fundos de investimento mobiliário) totalizou, em Julho do corrente ano, 113 milhões de euros, o que traduz um decréscimo de 1,6% relativamente ao mês anterior, tendo o valor sob gestão sido fixado em 24.967,7 milhões de euros (menos 0,1% do que em Junho).
No mesmo mês o valor sob gestão dos fundos especiais de investimento cresceu 4,5%, para 1.046,2 milhões de euros e a capitalização média foi de 61,5 milhões de euros (menos 1,1 milhões de euros do que no mês anterior).
O Millennium BCP manteve a liderança nas quotas de mercado em termos de valor gerido (19,9%) e a Caixagest continuou a gerir o maior número de fundos (38).