Chamadas mais caras que na União Europeia
PT diz relatório da Autoridade de Concorrência cria percepções falsas
A Portugal Telecom defende que o estudo realizado pela Autoridade da Concorrência (AdC), onde se diz que em Portugal as chamadas fixas são 62% mais caras do que a média da União Europeia, assenta em pressupostos errados, uma vez que tem como base a paridade de poder de compra, o que deve ser utilizado para medir o nível de desenvolvimento de um país e não para ver qual o nível de eficiência de uma empresa.
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Sara Antunes
saraantunes@mediafin.pt
A Portugal Telecom defende que o estudo realizado pela Autoridade da Concorrência (AdC), onde se diz que em Portugal as chamadas fixas são 62% mais caras do que a média da União Europeia, assenta em pressupostos errados, uma vez que tem como base a paridade de poder de compra, o que deve ser utilizado para medir o nível de desenvolvimento de um país e não para ver qual o nível de eficiência de uma empresa.
A PT, em conferência de imprensa, respondeu ao estudo apresentado pela AdC, onde defende, segundo um estudo referente a 2004 elaborado pela Anacom, regulador do sector em Portugal, que o preço da chamada local de três minutos é 20% superior à média europeia, e não 62% como consta no estudo da AdC. E uma chamada nacional é 2% superior e não 33% face à média da UE a 15.
Se a comparação for entre o cabaz de consumo, o valor «em Portugal é 2% superior à média europeia» e não 34%.
A PT diz ainda que a AdC estabeleceu comparações pouco correctas, pois usou países que têm um poder de compra maior que Portugal, ou que liberalizaram o mercado de telecomunicações há muitos anos.
Portugal tem um poder de compra 26 pp abaixo da média
Segundo um relatório da OCDE, o poder de compra em Portugal é inferior em 26 pontos percentuais à média europeia, o que faz com que o estudo da AdC não «corresponda à verdade», segundo António de Almeida, da PT Comunicações, que sublinha que «uma coisa é a taxa de esforço, a outra são os preços» praticados.
Os responsáveis da PT defendem que «é grave» que a relatório tenho surgido como «a realidade» do país, e que depois do impacto que o relatório causou tinham de «esclarecer a situação criada que causou percepções erradas relativamente aos preços no sector de telecomunicações», originando «percepções falaciosas» e promovendo «insinuações sem base para tal».
O problema da paridade de poder de compra é que «mede apenas a capacidade aquisitiva» dos consumidores, referem os responsáveis, acrescentando que «se há sectores que competem bem na UE é o de telecomunicações».
«Esta metodologia é válida para qualquer coisa», mas «desafio que se faça a comparação e se encontre um produto mais barato» em qualquer sector, disse António de Almeida que acrescentou que o diferencial que Portugal tem de poder de compra (26 pp) face à UE faz com que não se conseguia encontrar produtos mais baratos com esta base de comparação.
«O único bem que cai sistematicamente» é o de telecomunicações referiu a mesma fonte, que como exemplo comparou a evolução do sector de telecomunicações com o de transportes. O índice de telecomunicações em Portugal em 1997 estava nos 115 pontos e em 2002 desceu para os 100, enquanto os transportes passou de 82 para os 100, no mesmo período.
«Todos sabemos que o sector de telecomunicações é o bem que baixa mais de preço e é o mais fustigado», afirmou António Almeida.
Penetração de banda larga em Portugal é 55% superior à média europeia
De acordo com o estudo divulgado segunda-feira pela AdC, a taxa de penetração de Internet em banda larga em Portugal é de 6,4%, ou 25% inferior à média da UE a 15. A PT adverte que a medição da penetração tem de ser feita com base nos lares que têm computador e não tendo em consideração todos os lares.
«Em lares com PC – universo relevante – Portugal tem a maior taxa de penetração de banda larga, com 52%, sendo 55% superior à média europeia», segundo os dados fornecidos hoje pela PT que se referem ao relatório da Anacom. O problema nesta área é que a penetração de PC nos lares é muito inferior à média europeia, de 37%.
Claro que esta noticia é verdadeira, e um dia vou escrever alguns dos motivos, que vão fazer com que este grupo economico perca dezenas de cl por dia.
Por enquanto fica a noticia.