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MensagemEnviado: 25/7/2005 10:25
por marafado
China vai manter controlo sobre yuan nos próximos cinco anos
As autoridades chinesas não vão permitir movimentos livres de entrada e saída de investimento na sua moeda, o yuan, pelo menos nos próximos cinco anos, devido ao receio de que as operações dos «hedge funds» pressionem a cotação da moeda.

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Ruben Bicho
rbicho@mediafin.pt


As autoridades chinesas não vão permitir movimentos livres de entrada e saída de investimento na sua moeda, o yuan, pelo menos nos próximos cinco anos, devido ao receio de que as operações dos «hedge funds» pressionem a cotação da moeda.

O Banco Central da China receia que a pressão dos «hedge funds» crie uma situação semelhante à que ocorreu noutras economias asiáticas em 1997, em que se registou uma forte depreciação das moedas locais.

«Circulam entre 800 mil milhões de dólares a um bilião de dólares em ‘hedge funds’ e o sistema financeiro chinês é relativamente fraco. Se o yuan se tornasse totalmente convertível seria atacado por esses hedge funds», afirmou Li Deshui, membro do comité monetário do Banco Central da China.

Actualmente o yuan é convertível na balança corrente chinesa para permitir a negociação de bens mas não é convertível puramente em termos financeiros, o que impede a livre circulação da moeda para fins de investimento no mercado monetário.

«Nos próximos cinco anos não vejo que o yuan se possa tornar totalmente convertível. Os nossos bancos não são bons o suficiente e o sistema monetário não está ao nível dos padrões internacionais», disse Li Deshui.

A China decidiu na semana passada retirar a fixação do yuan ao dólar, reavaliando a sua moeda em 2,1% contra a moeda norte-americana. A partir de agora, o valor do yuan será fixado contra um cabaz de moedas que, segundo Li Deshui, incluirá os principais parceiros comerciais do país. «Não estou a falar só de euros, ienes, dólares e libras», disse o responsável, negando-se a especificar as moedas envolvidas.

Os principais parceiros comerciais da China em 2004 foram a União Europeia, os EUA, o Japão, Hong Kong, a Coreia do Sul, Taiwan, a Rússia, a Austrália e o Canadá, de acordo com o «site» do ministério do Comércio da China.

As reservas da China

MensagemEnviado: 25/7/2005 10:21
por marafado
No Financial Times
As reservas da China

FT


A China tem um modo muito próprio de fazer as coisas.

Após ter resistido, durante tanto tempo, às pressões de reapreciação do iuan, Pequim reagiu, muito antes do previsto por John Snow, secretário do Tesouro norte-americano.

O ajuste inicial em alta, face ao dólar, não ultrapassou os 2,1%. No entanto, a China também adoptou um regime de “gestão flutuante” baseado num cabaz de moedas não especificadas. Além disso, as taxas de câmbio “serão mais flexíveis de acordo com as condições do mercado”. Porém, o Governo chinês ainda não deixou transparecer qual será o ritmo de reapreciação do iuan, se bem que não seja descabido de todo antever novos ganhos.

Tudo isto deverá facilitar futuras reapreciações das moedas asiáticas uma vez que a região já sentiu na pele as consequências do ajuste do dólar. Por seu lado, a Malásia seguiu os passos da China, na flutuação controlada, fazendo com que os rápidos ganhos do iene não sejam de estranhar. Mais, o euro, que inicialmente sofreu uma valorização, enfrenta, neste momento, uma situação menos clara. As taxas de juro e os diferenciais de crescimento, que nos meses anteriores impulsionaram a moeda americana, continuam a fornecer algum apoio. A adopção de um cabaz de moedas pela China significa uma diversificação das reservas em moeda estrangeira face ao euro e às moedas asiáticas. Se, por um lado, esta situação pode influenciar uma nova acumulação de reservas, por outro, ainda se desconhece o preço a que a China venderá as suas reservas em dólares. Em princípio, o dólar vai sair prejudicado, pelo que a compra do iene contra o euro deverá ser a melhor solução.

O facto da China ter de reciclar alguns dólares fez crescer a rentabilidade dos títulos de Tesouro norte-americano. No entanto, a média trimestral dos números oficiais líquidos de aquisição de títulos de Tesouro tem vindo a diminuir desde o ano passado. A reciclagem das reservas é um dos factores que influencia as taxas de juro norte-americanas a longo prazo. O mistério do iuan está resolvido. Falta agora solucionar o enigma das obrigações.