Como se combate o populismo? "Com eleições", responde Fukuyama

[Surfer]

O presidente-executivo do BPI declarou que é há muito tempo favorável à eliminação do sigilo bancário para fins fiscais, porque as contas podem ser acedidas por funcionários da administração fiscal obrigados a sigilo e é «absolutamente necessária» para combater a fraude e a evasão fiscais.

Sei que provavelmente a maioria não comunga da minha opinião, mas eu estou totalmente de acordo com as declarações e indignação de Fernando Ulrich.

Embora o governo tenha manifestado esta intenção de avançar com a publicação das declarações fiscais na internet como forma de "moralizar" os contribuintes(?) faltosos, se por um lado podemos avaliar esta acção como corajosa e pedagódica, por outro lado é a confirmação da total incapacidade do estado em fiscalizar e agir sobre os ditos faltosos.

No fundo o estado reconhece que é incapaz por si só (conforme sua competência) de fiscalizar e disciplinar os contribuintes. Como é incapaz de o fazer, então opta pela via mais fácil e popular, ou seja que sejam Eles proprios a fiscalizar e ajuizar o bom do mau contribuinte.

É como se de uma relação frágil e irresponsavel trata-se de pai para filho, em que o pai (estado) uma vez incapaz de controlar e responsabilizar o filho (contribuinte) pelo seu mau comportamento, o lança-se à sorte da vida...«Uma vez que não te controlo, então que seja a «vida» a corrigir-te»!

Eu cá não preciso de saber das declarações fiscais de ninguém, nem do meu vizinho, nem dos meus amigos ou dos politicos. eu só quero e exijo que o estado cumpra a sua obrigação.

Aliás, se pensarmos bem e tendo em conta a mentalidade dominadora na nossa sociedade, esta medida até parece uma anedota bem à portuguesa. Numa sociedade em que quem escapa aos impostos é esperto e quem paga é nabo. Eu pergunto que efeito pedagógico é que esta medida terá?!

Bem se for esta a unica forma de todos pagarem...Que assim seja.

Mas sinceramente julgo que nada vai mudar. eu receio bem é que este «jardim ardente à beira-mar plantado» se transforme numa «Quinta de Fiscais». Cada um a olhar para o bolso do outro!:roll:

Cumps

[luiz22]

Fim do sigilo fiscal é ataque à economia de mercado

08/06/2005 15:27

Fim do sigilo fiscal é ataque à economia de mercado
O presidente-executivo do BPI considera que o fim do sigilo fiscal é «o maior ataque à economia de mercado em Portugal». Fernando Ulrich diz-se «espantado» por «estar tudo tão calado».

Falando na XVIII Conferência Anual do Semanário Económico, Fernando Ulrich, citado pela Lusa, afirmou que ter as declarações fiscais acessíveis na Internet «é o maior ataque à propriedade privada em Portugal desde o 11 de Março de 1975», data ligada às nacionalizações.

Para o presidente-executivo do BPI, o Governo deve medir bem as consequências sociais desta decisão, que não afecta os poderosos, porque toda a gente calcula o que eles têm.

Segundo Ulrich, «o Governo foi muito defensivo na partilha dos sacrifícios», admitindo que poderia ter havido sobretaxas sobre impostos como o IRC ou IRS e que o aumento dos impostos ficou aquém do que poderia ser.

Observou que se todos pagassem mais impostos os portugueses seriam mais exigentes perante o Estado.

O presidente-executivo do BPI declarou que é há muito tempo favorável à eliminação do sigilo bancário para fins fiscais, porque as contas podem ser acedidas por funcionários da administração fiscal obrigados a sigilo e é «absolutamente necessária» para combater a fraude e a evasão fiscais.

Ulrich criticou o Governo também por causa do investimento, referindo-se às declarações de Jorge Coelho, em Évora, sobre os lucros da banca e seguros, defendendo que é «chegada a hora» de o sector financeiro dar «um contributo maior» para o controlo do défice nacional, com a revisão de alguns dos seus benefícios fiscais.

«Não contem com investimento num país onde dirigentes do maior partido entendem que ganhar dinheiro não é bom», disse, acrescentando que só existem economias de sucesso nos países em que os investidores gostam de investir e onde ganhar dinheiro é uma coisa boa.

Bpionline