Oito casas baixam preço-alvo...
Deutsche Bank diz que acções da PT só estão atractivas nos 7 euros
O banco alemão reviu em baixa de 12% o preço-alvo para a PT, considerando que o papel só estará em níveis atractivos perto dos 7 euros. O analista Guy Peddy sugere uma estratégia de remuneração mais agressiva e insiste na alienação da Vivo à Telefónica Móviles.
Em 10 sessões, oito bancos reviram em baixa a avaliação da operadora.
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Pedro Carvalho
pc@mediafin.pt
Recomendação
Data Bancos Revisão Novo preço Actual Anterior
15-Jun Deutsche Bank -12% 7,80 manter manter
14-Jun BNP Paribas -7% 9,50 neutral outperform
08-Jun Millennium bcp -8% 10,60 comprar comprar
06-Jun Merrill Lynch -5% 9,30 comprar comprar
03-Jun Smith Barney -18% 9,00 manter comprar
02-Jun JP Morgan -4% 8,70 underweight neutral
02-Jun Morgan Stanley -6% 9,00 underweight neutral
02-Jun UBS -6% 9,20 neutral neutral
O banco alemão reviu em baixa de 12% o preço-alvo para a PT, considerando que o papel só estará em níveis atractivos perto dos 7 euros. O analista Guy Peddy sugere uma estratégia de remuneração mais agressiva e insiste na alienação da Vivo à Telefónica Móviles. Em 10 sessões, oito bancos reviram em baixa a avaliação da operadora.
O analista Guy Peddy reviu em baixa o preço-alvo para as acções da Portugal Telecom (PT) [Cot] para os 7,80 euros, face aos anteriores 8,90 euros.
A revisão de 1,1 euros é justificada pela maior «debilidade» da TMN e pelos efeitos que os investimentos nos telemóveis de terceira geração vão ter na dívida da empresa.
Desde que a operadora de telecomunicações liderada por Miguel Horta e Costa fez um «profit warning» na unidade TMN, na sequência da estratégia de massificação dos telemóveis de terceira geração, oito bancos de investimento já reviram em baixa o preço objectivo (ver tabela).
O Deutsche Bank diz que a operadora nacional continua a ser uma das menos preferidas do sector das telecomunicações na Europa - numa lista onde as acções da Telefónica e da France Télécom são as preferidas - considerando que as acções da PT continuam a negociar a prémio face às congéneres.
O banco alemão considera que as acções vão continuar com um desempenho «fraco» nos próximos 12 meses, antevendo uma reviravolta de tendência apenas em 2007.
«Na nossa opinião, a PT só está interessante perto dos 7 euros», opina Guy Peddy. Os títulos da operadora cotavam inalterados nos 8,00 euros, depois desta manhã terem batido num mínimo de 7,98 euros.
Para inverter este cenário pessimista traçado pelo Deutsche Bank, o analista sugere à PT dois caminhos: uma estratégia de remuneração mais atractiva, ou a alienação dos activos no Brasil.
Acções da PT no último mês
Mais «share buy back»
Guy Peddy diz que a PT tem capacidade para aumentar o actual programa de recompra de acções próprias dos actuais 3% (300 milhões de euros) para os 5% (500 milhões de euros).
Para 2006, o Deutsche Bank sugere um novo «share buy back» de 270 milhões de euros e mais 260 milhões no ano seguinte, embora reconheça que as reservas da operadora de telecomunicações poderão não ser suficientes para um programa de tal dimensão.
Uma outra alternativa apresentada pela casa germânica para aumentar a rendibilidade dos accionistas passa pela alienação da Vivo à Telefónica Móviles.
A Vivo é uma «joint venture» detida em partes iguais pelas duas maiores operadoras ibéricas. No entanto, segundo Peddy, a PT deverá estar «reticente» em alienar este activo, devido ao fraco crescimento que se verifica no mercado doméstico.