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Goldman Sachs estima queda das acções do BCP

MensagemEnviado: 7/6/2005 7:29
por luiz22
Goldman Sachs estima queda das acções do BCP

Diz que prémio actual é injustificadoGoldman Sachs estima queda das acções do BCP
A Goldman Sachs diz que o BCP está a transaccionar com um PER 23% superior à média do sector bancário na Europa e 5% acima dos bancos espanhóis, que não se justifica. Para o banco de investimento o valor justo das acções do BCP é de 1,90 euros, 10% abaixo da actual cotação do banco de Paulo Teixeira Pinto.

Num estudo sobre a banca europeia datado de 27 de Maio ? em que o único banco português analisado é o BCP ? a Goldman Sachs avança com uma recomendação de «underperfom» para as acções do maior banco privado português e um «fair value» de 1,90 euros.

A recomendação da Goldman para a banca europeia é de «neutral» e a casa prevê que os lucros deste ano deverão voltar ao recorde atingido em 2000.

O alvo avançado pela Goldman Sachs potencia uma queda de 10% nas acções do BCP, sendo que, entre os cerca de 50 bancos analisados, o português é dos poucos que apresenta um potencial de desvalorização. Pior que o BCP só mesmo as perspectivas de descida acima de 10% das acções do Banco Lombarda e do Credem, ambos italianos.

Com base nas novas estimativas da Goldman Sachs para o BCP, o banco de investimento diz que o BCP está a transaccionar com um PER de 12 vezes, tendo em conta a previsões de lucros para 2006.

Este PER ? rácio que mede a relação entre lucros por acção e a cotação ? representa um prémio de 23% face ao valor médio para a banca europeia e de 5% contra os bancos espanhóis, «quando acreditamos que o BCP deve transaccionar com desconto, dada a diferença no ambiente macro-económico».

Para este ano o BCP transacciona com um PER de 14,5, que é o sexto mais elevado entre os bancos analisados. A Goldman Sachs elaborou diversos «rankings» para os vários indicadores, destacando-se o BCP na evolução das receitas, que devem descer 7% em 2005 (segundo pior registo), nos custos («cost-to-income de 65,3%: 10º mais elevado) e na rentabilidade (o ROE de 15% estimado para 2005 é um dos mais baixos).


Grécia e Polónia podem ser surpresa positiva
Analisando os resultados do primeiro trimestre, a Goldman diz que os aspectos mais positivos residem na continuação dos cortes nos custos e clara recuperação na actividade internacional, sobretudo na Polónia e na Grécia. Pela negativa está «tendência pouco inspiradora» da banca portuguesa, com o BCP a registar um fraco crescimento no crédito e nas comissões.

Nos riscos à avaliação que faz ao BCP, a Goldman Sachs destaca, pela positiva, a possibilidade da reestruturação das operações na Polónia e na Grécia correrem melhor que o esperado.

O banco de investimento americano estima que o BCP termine este ano com lucros de 514 milhões de euros, um valor idêntico ao atingido o ano passado (513 milhões de euros).

Para 2006 a previsão aponta para uma subida de 20,9% nos lucros, para 622 milhões de euros. Os custos operacionais também devem ficar estáveis este ano e aumentarem 2% em 2006, enquanto a margem financeira deverá subir 3,5% este ano e 6,5% em 2006.


Os preferidos
Com uma perspectiva pouco favorável para a banca europeia, devido à incerteza no panorama económico e expectativa sobre a evolução das taxas de juro (a Goldman Sachs prevê que o BCE desça os juros em 50 pontos base), o banco de investimento seleccionou, para a lista de acções favoritas, os bancos que têm maior potencial de apresentar surpresas positivas nos resultados.

A Goldman Sachs privilegia ainda os bancos que apresentem capacidade de crescimento orgânico e aqueles em que acredita que as expectativas do mercado são injustificadamente baixas.

O Royal Bank of Scotland, UBS, Credit Agricole, Capitalia, BP Milano e o Deutsche Postbank são os preferidos da Goldman Sachs e recebem todos recomendação de «outperform».



2005/06/07 - 06:31
Fonte: Canal de Negócios