Caldeirão da Bolsa

PTC - Quem é que afinal saiu?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Garfield » 4/6/2005 0:47

Ah é verdade, esqueci-me de informar o publico, como mandam as regras, de agora possuo uma posição na PTC nos 7,95€.

:)

O horizonte do investimento é um prazo de 18 meses com uma rentabilidade alvo à volta dos 14% ( dividendos incluidos ).

Estou convicto de que será possivel cumprir este objectivo.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2379
Registado: 9/2/2005 4:29
Localização: Porto

por Garfield » 4/6/2005 0:42

Concordo que movimentos destes nao sao para se desrespeitar mas sou de opiniao de que se atendermos aos volumes entre as 2 situações a ocorrida ontem é de facto bem mais forte.

Fica me a duvida se o gap deixado em aberto nao será fechado nos proximos tempos? O que acham?

Claro que temos os 7,80€ à espreita no caso do suporte psicologico dos 8,00€ nao aguentar toda esta pressao vendedora.

Mas ainda continuo curioso de saber quem foi afinal o accionista que atirou a sua participação para o meio da praça como se fosse o diabo a fugir da cruz :)
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2379
Registado: 9/2/2005 4:29
Localização: Porto

por Garfield » 3/6/2005 23:03

Sérgio Figueiredo in Jornal de Negocios

= E agora quem buy back? =

Estava a ficar bastante difícil entender a estratégia de crescimento da maior empresa portuguesa. Talvez por também não ser simples de explicar. A Portugal Telecom iniciou em 2003 um programa de «share buy back» expressivo. Mil milhões de euros em acções próprias. Dez por cento do capital da empresa.
É difícil entender uma «estratégia» de investimento baseada na compra de acções próprias pela simples razão de isso não ser estratégia alguma.

É pura transferência de rendimento do cliente da empresa para o accionista. É esse o seu significado, mesmo que a operação assuma a designação sexy de «share buy back». Preços no consumidor mais elevados, porque prevalece a remuneração do accionista.

A PT vive com uma estrutura financeira confortável. Níveis de endividamento baixos. Bons cash-flow. Todas as condições, portanto, para garantir o futuro, lançar um plano de investimento. Consistente. Coerente.

Nada que não tenha feito no passado. «Andar à frente» do mercado. Ser ela própria «a fazer o mercado».

Essa atitude tornou-a líder absoluta no cabo. Pelos riscos que assumiu e ninguém teve a coragem de então assumir. Mesmo no GSM. E foi isso, o investimento em escala, que lhe garantiu os 750 mil clientes que hoje detém na banda larga.

Era isso que se esperava. Era isso que se via na concorrência. Nos fixos, a Telefónica a expandir-se através de aquisições internacionais. Comprando a operadora checa. Espreitando a privatização da companhia turca. Nos móveis, a britânica Vodafone a ganhar terreno, com uma estratégia agressiva na Terceira Geração.

E a PT no «share buy back». Distribuindo, pelo meio, dividendos generosos e extraordinários.

Não se entendia. Mas, afinal, o problema era nosso. E assim a empresa viveu ontem uma pequena derrocada na Bolsa. O «mercado» não gostou de conhecer as novidades da véspera.

A TMN decidiu encarar o UMTS a sério. Numa perspectiva de médio e longo prazo. Vai, por conseguinte, investir na qualidade da rede, em mais conteúdos.

Vai também carregar um peso extra nos custos, porque acredita (e, pensávamos nós, bem) que só criará mercado com dimensão, se baixar significativamente os preços dos terminais. Foi isso que fez, aliás, no ADSL, subsidiando os «modem» adquiridos pelos milhares e milhares dos novos clientes.

Mas o «mercado» reagiu mal. É o mesmo mercado que concluiu há muito que o negócio de telecomunicações móveis já não cresce pela quantidade de clientes, mas pela despesa média por cliente. E aceita a estimativa de que um consumidor de 3G gasta potencialmente 20% acima da média.

A PT decidiu finalmente apontar para a Lua, mas o «mercado» só fixa o dedo. Ou melhor, o bolso. Viciou-se no raciocínio do «share buy back». A PT ganha dinheiro? Então paga. Estratégia não interessa. Este delírio levou alguém a exigir a saída do Brasil para remunerar accionistas.

Não é só nas finanças públicas que anda um monstro à solta. Também na PT. E quem o andou a alimentar é agora perseguido por ele.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2379
Registado: 9/2/2005 4:29
Localização: Porto

por nunofaustino » 3/6/2005 1:39

A vela a que eu me referia era a do dia 28 de Julho de 2000. e em vez de ter caído 6% a PT caíu 10.4% nesse dia.

Desde esse dia a PTC n conseguiu ultrapassar de um modo consistente o mid point dessa vela, reforçando a força e importância dessa vela. Lembro-me que a razão apontada na TSF foi a mesma... uns institucionais estrangeiros que decidiram sair da PTC.

Lembro-me que nesse dia tinha uma ordem de compra a 11.25E. Cerca de 6% abaixo do fecho do dia anterior... qdo cheguei a casa vi que já estava a perder quase 5% e que o meu stop estava muito perto. A partir desse dia não desprezo estas saidas de institucionais (nacionais ou não) que normalmente sabem mais do que nós ;).

Um abraço
Nuno

P.S. fica aqui o gráfico dessa altura. A vela em questão está indicada por uma seta azul.
Anexos
ptc.PNG
ptc.PNG (25.83 KiB) Visualizado 990 vezes
Pluricanal... não obrigado. Serviço péssimo e enganador!!!
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5157
Registado: 5/11/2002 5:10
Localização: Portugal

por Garfield » 3/6/2005 1:11

Tudo é possivel mas nao me parece boa ideia usar sessoes do ano 2000 como exemplo de comparação.

Nessa queda estavamos a atravessar o "estouro" da bolha nos mercados e nessas circunstancias só eram possiveis minimos atrás de minimos.

Temos 2 cenarios possiveis:

Um moderado em que iremos ver a PTC a tentar fechar a semana pelo menos entre os 8,05€ e os 8,10€, nao acredito que suba acima dos 8,16€.

Outro agresssivo em que iremos ver a PTC a continuar com força uma rota descendente até algures por volta dos 7,60€.

Amanhã já saberemos :)
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2379
Registado: 9/2/2005 4:29
Localização: Porto

por nunofaustino » 3/6/2005 0:55

Ulisses... o facto da PTC ter aberto e negociado num range apertado indicia que o preço a que os "institucionais estrangeiros" sairam terá sido uma venda combinada, não? Caso contrário a venda teria provocado um gap e uma continuação de queda...

Independentemente disso, a sessão da PTC é inquívoca... uma queda de 5% num dia n indicía nada de bom... eu lembro-me de uma sessão em 2000 que a PTC caíu 6%... no dia a seguir ainda se manteve dentro dessa vela, mas qdo quebrou fez mínimos atrás de mínimos...

Sigam a tendência... n tentem apanhar facas a cair...

Um abraço
nuno
Pluricanal... não obrigado. Serviço péssimo e enganador!!!
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5157
Registado: 5/11/2002 5:10
Localização: Portugal

por Garfield » 3/6/2005 0:28

Obrigado pela tua opiniao Ulisses.

Queria acrescentar que nao entendo a possivel saida desses instituicionais.

Por a TMN anunciar que quer continuar a ser lider de mercado na proxima geraçao de telemoveis? E por investir nas fundações do negocio para que esse objectivo seja possivel?
Investir com capitais proprios?

A remuneração aos accionistas nao foi posta em causa.

O compromisso de um dividendo na ordem dos 0,50€ por acção para o ano de 2005 graças principalmente à recompra de acções proprias, continua a ser possivel de atingir.

Noutras alturas a TMN investiu de igual forma, ou ate de forma mais violenta pois esta demonstrado na apresentação que os custos do 3G ate sao ja menores do que a 2G, e nunca houve uma reacção destas por parte do mercado.

Simplesmente nao entendo e nao pareço ser o unico.

Eu arrisco me a dizer que nos proximos dias ainda iremos entender o que se passou. E nao seria descabido apostar que alguem soube de algo relacionado com a eventual substituição da administração da PT atraves de pressoes do governo.

E com medo de uma repitação da GALP ai sim os ditos institucionais teriam toda a razao em sair a todo o vapor...

Será?
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2379
Registado: 9/2/2005 4:29
Localização: Porto

por Ulisses Pereira » 3/6/2005 0:05

Olá Garfield. Quando à passagem de ontem não faço a menor ideia. Em relação à sessão de hoje, a pressão vendedora a mim afigura-se claramente como sendo de institucionais estrangeiros.

Este padrão de "Despejem não importando o preço", é típico de institucionais que têm posições numa lógica de investimento de médio prazo e quando não gostam do que vêem (vide conferência de ontem seguida de downgrades) saem sem se preocuparem como. Não querem é manter a posição na acção.

Pelo menos é aquilo que ao longo dos anos fui observando no nosso mercado.

Um abraço,
Ulisses
"Acreditar é possuir antes de ter..."

Ulisses Pereira

Clickar para ver o disclaimer completo
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 31013
Registado: 29/10/2002 4:04
Localização: Aveiro

PTC - Quem é que afinal saiu?

por Garfield » 2/6/2005 23:57

Oias,

Alguem sabe quem o nome da entidade que ontem realizou aquela passagem às 10h00 de 10 milhões de acções?

Quem vendeu? Quem comprou?

A CMVM nao tem a obrigação de informar o mercado sobre uma operação daquele volume?

E hoje? Na vossa opiniao quem esteve a inundar o mercado com ordens de venda da PTC?

Qual é a vossa opiniao?


Cumprimentos
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2379
Registado: 9/2/2005 4:29
Localização: Porto


Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: afcapitao, Bar38, Burbano, Dragon56, Ferreiratrade, Google [Bot], Google Feedfetcher, iniciado1, MP65, Opcard33, PAULOJOAO, Pmart 1, yggy e 309 visitantes