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Anexos.

MensagemEnviado: 15/5/2005 21:31
por LPP
Anexos

MA's e Arquitectura de Sistema Dinâmico de Negociação

MensagemEnviado: 15/5/2005 20:49
por LPP
Aqui fica a minha posição em relação ao assunto das MA’s e a resposta a Marco António.
Apresento também a arquitectura do sistema de negociação dinâmico que desenvolvi para os meus negócios e que fica no fórum como registo daquilo que deverá (na minha opinião) ser o futuro nesta área.
Certo ou errado o futuro dirá.


Os analistas técnicos podem ser classificados em duas classes, “trend followers” ou “contrarians”. Os primeiros utilizam indicadores baseados no preço do activo, tais como médias móveis, enquanto os segundos preferem osciladores como sejam os indicadores “overbrought-oversold”.
Mas ao analisar este mercado das acções (e eventualmente outros activos como sejam os CFD’s, futuros ou Warrants, mas destes eu não me pronuncio por falta de experiência e de estudo), dizia eu, ao analisar este mercado como um NEGÓCIO, verifica-se que nunca se repetem as mesmas condições duas vezes (podem ter semelhanças, mas nunca são iguais). O mercado é dinâmico, ajusta-se rapidamente às informações e por isso se diz que no preço (do gráfico que o analista tem à sua frente) está descontada ou adicionada toda essa informação.
Os indicadores técnicos, ao contrário, são estáticos, porque aplicam os mesmos algoritmos e fórmulas sempre da mesma maneira.
Então qual o caminho a seguir?
Ser um analista discricionário (como Marco António) ou um analista mecanicista (que define as regras – algorítmos e fórmulas - de entrada e saída gerais dos trades e as segue com uma disciplina férrea?
Existe outro caminho?

Gastei muito do meu tempo disponível na procura desse caminho.
Encontrei o “Santo Graal”? De certeza que não.
Mas encontrei “alguma coisa” que me permite alcançar o meu objectivo neste mercado: rentabilizar a minha carteira, isto é ganhar dinheiro.

O que procurava era uma nova concepção de negociar: uma estrutura nova e um novo tipo de indicadores dinâmicos que resultassem da combinação de médias móveis com outro tipo de indicadores que se adaptassem rapidamente às alterações do comportamento do preço dos activos.
Dessa caminhada (reparem que não digo fim da jornada) resultou o sistema de negociação dinâmico que passo a descrever.

A arquitectura desse sistema de negociação é formada por QUATRO partes (ver anexo 1):

A base é o “Broad Market Forecast”, a segunda parte designa-se “Individual Stock’s Support & Resistance”, a terceira parte designa-se por “MA Long Entry & Long Exit” e o topo da pirâmide, a quarta parte, é o “4 V’s Indicator” – Velocity (momentum), verticality (trend), volatility e Volume, que é a parte mecânica pura do sistema e constitui parte do “money management”, isto é, serve para reforçar uma posição de modo a potenciar o lucro no trade.

As fundações deste sistema dinâmico é o “Broad Market Forecast”, aplicado a sectores ou classes de activos ou mesmo índices, porque existem estudos que evidenciam o facto de 70% das acções individuais que constituem um segmento seguirem a evolução desse segmento. Isto é, se o índice do segmento retalhista (medido em pontos) está em queda, então 70% das acções desse índice acompanham-no e é preciso ter muita cautela nas entradas.

Os suportes e resistências de um título são a segunda parte mais importante do sistema de negociação e mostram-nos a tendência para inverter uma direcção ou quebrar um determinado nível de preços. O meu sistema dinâmico calcula esses níveis automaticamente, mas podem muito bem ser identificados “à mão”.
O Metastock 9.0 tem indicadores para “plotar” os níveis de S/R automaticamente no gráfico.

A terceira parte assenta sobre a identificação do momento de entrada/saída do trade e baseia-se no cruzamento de três médias móveis, corrigido com factores de alisamento dinâmicos da volatilidade do activo e IntelliStops.
A regra de entrada é sempre a mesma: entrar quando a MA de muito curto prazo cruza por cima a MA de longo prazo e a MA intermédia acelera rapidamente em direcção à MA de longo prazo.
Para “shortar” é o contrário.
Que média móvel escolher?
Eu optei por uma, porque os estudos que fiz mostraram ser a mais perfeita no momento de entrada/saída.
As médias móveis são os indicadores mais populares em análise técnica. Como o seu nome indica, o cálculo do seu valor é ajustado a cada novo fecho (preço).
Uma média móvel de 14 dias de fecho (período), por exemplo, calcula a média dos últimos 14 preços de fecho, incluindo o do próprio dia. No dia seguinte, o valor calculado vai incluir os últimos 14 preços, excluindo o primeiro preço utilizado no cálculo anterior e por aí adiante.
O que diferencia uma média móvel das outras é o método utilizado: uma média simples (SMA) resulta da média aritmética dos preços, uma média exponencial (EMA) valoriza mais os preços recentes, uma VMA valoriza mais os preços com maior volume, uma GMA coloca mais “peso” no Fi e, por fim, uma VIDYA coloca mais ênfase nos dados mais voláteis.

A última parte deste sistema é um indicador que resulta da fusão de quatro indicadores num único indicador.
Utiliza-se o Enhanced System Tester do Metastock para seleccionar os 4 melhores indicadores de cada uma das classes de indicadores que referi atrás (ver anexo2).
Depois selecciona-se o melhor de cada classe em termos de “Expectancy” ou de “% Ganho Anual”.
Depois temos de fundir os 4 indicadores num só indicador. Esse trabalho fica a cargo dos leitores.
Para que é que serve este indicador?
Para reforçar, isto é, comprar mais do título e assim maximizar os ganhos, conforme podem comprovar num gráfico exemplo (anexo 3) que já foi “postado” no caldeirão.

Esta é a arquitectura do meu sistema de negociação. É o plano de negócios. Por similaridade, o arquitecto e o engenheiro planeiam a obra mas se não existirem as outras especialidades (do empreiteiro aos trolhas) a obra não sai do papel.

Agora a resposta a Marco António.


Marco António afirmou,

que “As médias móveis dão boas indicações em mercado tendencial”.
Mas afinal que mais pretendem os analistas “trend followers”?

que “Isto quer dizer que nestas condições as médias móveis são boas mas são dispensáveis e perfeitamente substituiveis por outras ferramentas (como suportes/resistencias e LT's)”.
Não concordo mesmo nada. O focus aqui é saber o melhor momento de entrada. As MA funcionam e as LT’s não, porque não são flexíveis, isto é, não podem ser “corrigidas” com factores de volatilidade nem optimizadas pelos “intelliStops”.

que “Em mercado lateral ou com tendências débeis (muito lentas e/ou mal definidas) as médias móveis tendem a ser um autentico desastre”.
Com uma arquitectura como a anterior esse problema é resolvido de duas maneiras:
estar parado (não entrar às vezes é o mais correcto!), ou
entrar sem problemas porque o sistema os valores de cruzamentos das três médias móveis são corrigidos com factores de alisamento dinâmicos da volatilidade do activo e IntelliStops e o também porque o indicador “4 V’s Indicator” é característico de cada activo, isto é, é o seu BI.

que “As médias móveis têm ainda um pequeno grande problema para os investidores que se debruçam na Análise Técnica (numa fase iniciática) que é o de aparentarem ser melhores do que na realidade são”.
A esta afirmação não posso responder porque não a entendi! As MA são um indicador.

que “…No entanto, não é assim, trata-se de um efeito visual aparente porque o que o trader negoceia não é a média móvel mas a cotação”.
Concordo. Porque as médias móveis são apenas um indicador. Mas algum indicador é negociado?

que “…Isto é, além dos valores negociados não serem os das médias móveis mas os da cotação, acresce que ainda seriam provavelmente executados só na sessão seguinte (por exemplo, para um trader do tipo EOD)”.
Mas poderia ser de outra maneira?! O download é feito no final da sessão e no outro dia são dadas as ordens.

Cumprimentos,
15-5-2005, LPP