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MensagemEnviado: 20/4/2005 0:59
por marafado
Frankenstein amigo

Diogo Lucena


A directiva Bolkenstein está a suscitar reacções tão violentas que há quem lhe chame Frankenstein.

A directiva Bolkenstein está a levantar uma discussão e a suscitar reacções tão violentas – há quem lhe chame Frankenstein– que parece poder vir a ser uma das razões pela qual os franceses irão votar contra a constituição europeia no referendo do próximo mês. Para além de uma coisa ter pouco a ver com a outra, o que diz muito sobre o estado do debate em França, é importante perceber que muitos dos argumentos que se levantam contra a directiva são inapropriados, por vezes mesmo errados, e que, quando legítimos, não são problemas novos, a não ser na medida em que estendem a novos sectores aquilo que já se fez, com resultados positivos, para muitos outros sectores da economia.

A construção do mercado único foi um sucesso económico. O acordo sobre este ponto é hoje tão generalizado que ninguém discute já da sua bondade como projecto global. Isso não significa, no entanto, que cada medida tomada para o seu aprofundamento não seja contestada por grupos de interesse organizados, que tenham alguma coisa a perder. Mas a integração crescente das economias europeias, como um projecto global do qual o mercado único é uma componente crucial e indispensável, tem provado ser uma fonte de crescimento adicional para todos os países envolvidos. A directiva Bolkenstein na sua essência não é mais do que a extensão deste programa ao sector dos serviços. Se pensarmos que os serviços constituem hoje uma enorme percentagem do produto, o impacto desta directiva pode vir a ser de uma enorme relevância. Tal como no passado, os grupos que podem perder, de forma directa, no curto prazo, vão opor-se. Isso é de esperar, e os políticos que não tenham pensado nisso antes de apoiar a medida se calhar não serão políticos muito tempo. Mas outra coisa é esta agitação tão generalizada e que invoca argumentos quase de ordem civilizacional, de destruição do modelo social europeu e de ‘dumping’ social.

Está claro que uma empresa industrial polaca, por ter custos de mão-de-obra muito mais baixos, tem uma vantagem quando quer concorrer com uma empresa alemã. Neste caso é depois o produto final que viaja, para ir ter com o consumidor. O fenómeno é exactamente semelhante em vários serviços, em que a presença física não é indispensável para a prestação desse serviço. É perfeitamente possível a uma empresa portuguesa ter um ‘call center’ localizado em Cabo Verde. A situação é diferente nos muitos serviços em que a presença física é indispensável para a sua prestação. Com a tecnologia actual ainda não será muito prático para um alemão ter o seu barbeiro na Polónia. Nesses casos,a forma de realizar a integração dos mercados e permitir concorrência tem de passar por deslocar a mão-de-obra para junto do cliente final. Se, para fazer isso, obrigo a empresa polaca a pagar salários iguais aos alemães, então estou a dizer muito simplesmente que não permito aos polacos usar a sua vantagem neste mercado concreto. Note-se que uma empresa polaca de serviços não conseguirá convencer os seus trabalhadores a irem para a Alemanha se não lhes der um salário que lhes permita um nível de vida pelo menos igual ao que teriam na Polónia. E como o custo de vida é mais alto na Alemanha, o salário será sempre superior, de qualquer forma, ao salário polaco.

A questão, na sua essência, é pois muito simples. Se quiser estender o mercado único a toda a economia tenho de aceitar as ideias básicas por detrás da directiva. Dadas as vantagens, reconhecidas por todos, do funcionamento do mercado único até agora, parece-me contraditório não querer usar esta oportunidade. É um assunto que foi muito discutido, desde há muitos anos, e sobre o qual parecia ter sido estabelecido um consenso.

Assim sendo, não percebo porque desta vez é que o tão celebrado modelo social europeu está tão ameaçado. Um maior desenvolvimento, trazido por um mercado único desta dimensão é, pelo contrário, uma oportunidade alargada de poder manter políticas sociais. De um ponto de vista económico vários dos direitos sociais correspondem a um salário maior. Se esses direitos forem financiados, como é o caso, por uma “taxa social única” que incide sobre a massa salarial, a ligação não pode ser mais clara e directa. Vamos ter sempre uma escolha a fazer, é certo: qual é a parte do salário que queremos levar para casa ao fim do mês (e nós, erradamente, só a esta parte é que chamamos salário) e qual a parte a que renunciamos para financiar esses direitos. O modelo social tem a ver com esta repartição, e cada país deve poder escolher a que mais lhe convém. Mas os termos em que essa escolha se põe não melhoram por deitarmos fora a directiva Bolkenstein.

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Diogo Lucena é professor da Universidade Nova de Lisboa, administrador da Fundação Calouste Gulbenkian

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:58
por marafado
A “opção” certa sobre os lucros

FT


Qual deve ser a reacção dos investidores quando informados de que os lucros de uma empresa são um terço superiores aos divulgados oficialmente? Os analistas em breve poderão partilhar essa opinião em relação às empresas cotadas no Nasdaq, caso optem por ignorar as novas normas de opções de acções dos funcionários.

Alguns analistas adoptaram, de bom grado, a mais que necessária mudança contabilística, que obriga as empresas a considerar as opções de acções como um custo compensatório. Mas outras há que, quando da previsão dos lucros, continuam a excluir os respectivos custos. Na melhor das hipóteses, esta situação é sinónimo de uma inércia decepcionante. Na pior das hipóteses, perpetua uma visão enganadora da rentabilidade de algumas empresas.

Três “vivas!” para a International Business Machines (IBM), que planeia contabilizar as opções de acções do primeiro trimestre de 2005 – seis meses antes do prazo, que na semana passada foi novamente prolongado. A IBM adoptará períodos mais curtos, o que lhe permitirá fazer as devidas comparações. Divulgou o seu método de avaliação de venda de acções e encorajou os analistas a actualizar os modelos financeiros para novos, e inferiores, níveis de lucro.

A maior parte da informação foi disponibilizada através das notas de rodapé presentes nas declarações financeiras da IBM. Mas, para uma empresa normalmente avaliada numa base ganhos-preços, anunciar uma descida de 10% nos seus lucros é um feito corajoso. Contudo, existe uma réstia de esperança. Calculada numa base inferior - e tendo em conta que a garantia de futuras opções de acções poderá manter-se ou diminuir -, a possibilidade de um crescimento dos lucros futuros é potencialmente maior. Os analistas prevêem que em 2005 os lucros da IBM sejam 11% superiores aos verificados em 2004, no entanto, se as opções de 2004 forem contabilizadas durante estes dois anos, a mesma percentagem poderá subir para 13%.

Até agora, a IBM ainda não “tirou o dedo da ferida”, o que não provocou danos maiores. Outras empresas seguirão o mesmo caminho.

As que dispensam as opções, depressa constatarão que os seus lucros estão aquém das suas previsões mais optimistas. Mas, as novas normas contabilísticas apenas terão esse efeito se os investidores tiverem a verdadeira noção do custo da omissão das opções. É exactamente isto que se pretende descobrir com as novas normas.

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:57
por marafado
EDP pressionada a ceder activos na área da produção

Ana Maria Gonçalves


A EDP poderá ser obrigada a ceder activos de produção de electricidade, no âmbito da nova reestruturação do sector energético, apurou o DE junto de fontes próximas do processo.

Em causa está o reforço da posição de mercado da eléctrica, que recebeu duas das seis licenças concedidas pelo Governo para a construção de novas centrais de ciclo combinado, bem como os desejos do novo Executivo de aumentar a concorrência no sector.

Vários sectores do mercado estão a pressionar o Executivo para que altere a lista das licenças concedidas por Álvaro Barreto no final do mandato. Sobre os planos do Governo para o sector apenas se conhece a intenção de aumentar a concorrência, inscrita no programa do Governo, e as críticas de José Sócrates ao anterior modelo, que previa a integração dos activos gasistas da Galp na EDP.

Estas pressões reflectem-se já em Espanha. A Gaceta de los Negócios, na sua edição de ontem, afirmava que o objectivo de Sócrates é criar dois pólos energéticos em torno da EDP e da Galp, obrigando-as a trocar activos, de modo a que ambas possam comercializar gás natural e electricidade, competindo directamente. O jornal refere que o executivo socialista deverá anunciar a nova estratégia nas próximas semanas. A sustentar este cenário, garante o mesmo jornal, está a entrada da EDP no capital da Portgás e da Setgás, assim como a aquisição de uma licença para construção de um grupo gerador de electricidade, a partir de gás natural, por parte da Galp. Ironizando, o jornal refere que “a nova música que tocam os socialistas agrada às empresas espanholas, que esperam apenas conhecer a letra”, ao mesmo tempo que dá como certa a revisão das novas concessões para construção de centrais, processo que deixou de lado a Gás Natural e atribuiu à Iberdrola metade da capacidade solicitada.

Entretanto, os empresários Ricardo Salgado, Américo Amorim, Carlos Monjardino, Horácio Roque encontraram-se na passada sexta-feira, com o ministro da Economia, Manuel Pinho, para lhe manifestar interesse em participar no relançamento da venda da Galp e manter esta em mãos nacionais, disse à Reuters fonte ligada à iniciativa. O grupo integrava ainda Aníbal Oliveira, do grupo Riopele. Patrick Monteiro de Barros e Ilídio Pinho, partilham do interesse na Galp, mas não estiveram presentes na reunião com o ministro da Economia por estarem ausentes no estrangeiro. Ana Gonçalves

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:55
por marafado
Concurso para telecomunicações no Estado pouparia mais de 2 milhões por departamento


Notícia agenciafinanceira.com
(19/04/05)-(Agência Financeira) O patrão da Sonae usou este valor para fazer uma comparação com o orçamento anual da Cotec, que é inferior a dois milhões de euros anuais.

A administração pública é, de resto, para Belmiro de Azevedo, o sector onde o «choque tecnológico pode dar bons resultados», servindo de alavanca ao crescimento económico.

A administração pública é também apontada pelo presidente da Vodafone Portugal, António Carrapatoso, como uma área privilegiada de «inovação e mudança».

Na questão da inovação as universidade têm um papel fundamental, porque «têm muito conhecimento acumulado e investigação básica e pura que têm de ser aplicados», disse o chairman do BPI, Artur Santos Silva, acrescentando que «tem de haver uma interacção destas com as empresas.»

No balanço de dois anos de actividade da Cotec Portugal, o presidente, Francisco Murteira Nabo, defendeu a criação de um «provedor da inovação» que tivesse o papel de «chamar a atenção para a importância da inovação para mudança.»

Murteira Nabo lembrou ainda que a Cotec ajudou a «pôr a questão da inovação em cima da mesa» e que se «disponibiliza para ajudar e apoiar em tudo aquilo que entendermos ser útil.»

Neste sentido a administração, composta para além dos nomes referidos, por Filipe de Botton, já teve contactos com o actual Governo e garante ter sugestões a fazer.

Hoje a Cotec lança uma iniciativa vocacionada para as PMEs a que chamou Rede de PMEs Inovadoras COTEC e que arranca com 24 empresas.

Em 2005, a associação vai ainda retomar iniciativas como a COHITEC e acções NDP (formação), que apoiam projectos de investigação.

A componente de estudos a que a COTEC se propôs estará também activa em 2005, com o arranque de um estudo, que pretende ser um contributo para a criação de um cluster português na área da biotecnologia.

Em Outubro deste ano deverão ficar concluídos os trabalhos da iniciativa estruturante sobre incêndios florestais, que envolveu um conjunto de iniciativas de estudo e coordenação de esforços. De sublinhar que para 2005 a associação está a estudar novas iniciativas estruturantes que poderão visar as áreas do turismo e logística.

Actualmente a Cotec conta com 105 empresas como associadas, tendo partido de uma base de 100 há dois anos atrás.


Alda Martins

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:53
por marafado
Crise política que se aproxima coloca euro em risco

DE


Um economista da Morgan Stanley considera, em artigo divulgado hoje no endereço electrónico da instituição, que a União Europeia encaminha-se para uma crise política que pode colocar a moeda única em risco.

Joachim Fels considera que os mercados monetários começaram a "cheirar" este risco, baseado na não apreciação do euro face ao dólar na semana passada, apesar de um défice corrente dos EUA superior ao esperado e da acumulação de sinais de arrefecimento da economia norte-americana.

O risco de a moeda única acabar sobrepõe-se mesmo à debilidade do crescimento da Zona Euro, em que a previsão de 1,6% para 2005, em que coincidem Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional, aparece como "demasiadamente optimista".

Fels manifesta-se preocupado com "a emergência de fracturas políticas e a erosão aparente do consenso sobre a estabilidade orçamental".

O economista da Morgan Stanley, sedeado em Londres, aponta três desenvolvimentos que considera terem "implicações potencialmente letais" para a integração europeia.

O primeiro é a subida do proteccionismo, que reflecte a perspectiva generalizada entre os europeus de que a integração europeia e a globalização já foram longe de mais.

Exemplos desta tendência mencionados por Fels são o provável falhanço da directiva de liberalização da prestação de serviços e a decisão alemã de impor o pagamento aos imigrantes trazidos para trabalhar na Alemanha de um salário igual aos mínimos acordados pelos sindicatos e empresários alemães nos sectores em causa.

O segundo motivo de preocupação é a "morte prematura" da designada constituição europeia.

A forte probabilidade de o texto ser rejeitado nos referendos francês e holandês significa que não entrará em vigor.

Em consequência, prevê Fels, não serão concretizadas as mudanças no sistema de decisão, que tinham sido avançadas para o adoptar à nova realidade de uma União Europeia com 25 membros.

O regresso à casa de partida, como diz, significará "a impossibilidade virtual" de tomar decisões nas áreas importantes.

Uma "paralisia prolongada" nestas áreas e "negociações difíceis" na vida futura da UE é o resultado que espera.

Mas a ameaça principal para o futuro do euro vem do que entende ser a diminuição do pacto de estabilidade e crescimento em Março.

As novas "cláusulas de escape" para os desrespeitadores dos limites orçamentais estabelecidos (3,0% do produto interno bruto para o défice e 60,0% para a dívida pública) faz com seja "virtualmente impossível punir os governos pelo seu desregramento orçamental".

"Parece que pelo menos alguns governos usarão esta nova liberdade para relaxar as políticas orçamentais e terem maiores défices orçamentais nos próximos anos", prevê Fels.

A Alemanha e a Itália são os dois candidatos mais óbvios, por serem dois dos Estados com mais problemas no crescimento e terem eleições em 2006.

São assim de esperar conflitos entre os países mais virtuosos e os menos virtuosos, bem como entre estes e o Banco Central Europeu.

Sem advogar o fim da união monetária, nem dizer que este é o resultado mais provável, Fels avança que o enfraquecimento do consenso sobre a estabilidade orçamental pode ser o início do processo.

A subida rápida e acentuada de défices orçamentais em alguns países provocaria o exercício de pressões sobre o Banco Central Europeu para este permitir a subida da inflação de forma a reduzir o valor real da dívida pública.

Défices orçamentais elevados e taxas de inflação crescentes poderiam então provocar protestos em países habituados à estabilidade de preços como a Alemanha.

Este cenário favoreceria o aparecimento de um ou mais partidos políticos a prometerem a condução do país para fora da área da instabilidade e a introdução de um Novo Marco.

"Claro que uma ameaça credível de um país grande abandonar a União poderia forçá-la a mudar de políticas", admite Fels, para acrescentar que a constelação política da altura poderia permitir que outros partidos ou países seguissem a lógica da "prioridade ao interesse nacional".

Ainda por cima, diz, "os obstáculos técnicos e legais à reintrodução das moedas nacionais são baixos".

Em substância, Fels aponta que os motivos subjacentes à introdução do euro foram "primeiro e antes de tudo" políticos, mas a realidade actual é a de "uma UE muito grande e diferente onde os interesses políticos estão muito menos bem alinhados do que na pequena União dos velhos tempos".

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:52
por marafado
BCP espera que Governo atente aos interesse dos accionistas da EDP

DE


O Millennium bcp, accionista de referência e parceiro da EDP, espera que o Governo leve em conta a vontade dos principais accionistas da energética, quando desenhar o novo modelo para o sector em Portugal, disse o director executivo do BCP.

Paulo Teixeira Pinto lembrou que a posição accionista que o maior grupo bancário português tem na EDP-Energias de Portugal "foi construída na base de um posicionamento estratégico" e que é a "única participação estratégica não-financeira" do banco.

O Millennium bcp, no âmbito de uma parceria, tem cerca de cinco por cento do capital e dos direitos de voto da EDP, sendo que o fundo de pensões do grupo BCP controla à volta de um por cento.

O novo primeiro-ministro socialista tem vincado que quer maior concorrência no mercado de electricidade em todos os seus segmentos - produção, distribuição e comercialização - e antecipar a liberalização do mercado de gás natural.

José Socrates já qualificou também o modelo de reestruturação do sector energético do anterior Executivo de centro-direita como sendo um desastre.

Alguma Imprensa tem realçado que esta maior concorrência poderia passar por a EDP ter de alienar alguns dos seus activos actuais à concorrência, um cenário que é visto por alguns analistas como podendo retirar valor à EDP.

"Esperamos que qualquer alteração estratégica na empresa (EDP) tenha em conta a vontade dos accionistas (da eléctrica), dos quais somos um dos mais importantes", disse Paulo Teixeira Pinto, na conferência de imprensa de apresentação dos seus resultados trimestrais.

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:51
por marafado
Portucel aprova aumento de 17% nos dividendos para 3,71 cêntimos

DE


A Portucel aprovou hoje em assembleia geral o pagamento aos accionistas de um dividendo de 3,71 cêntimos por acção, relativo a 2004, mais 17% do que nos dois anos anteriores.

Segundo a proposta da administração da empresa, controlada pelo grupo Semapa, 28,5 milhões de euros serão aplicados na remuneração aos accionistas, 85% do lucro de 33 milhões de euros, que caiu para metade, face ao ano anterior.

A Semapa detém actualmente 67% do capital social da Portucel, depois de ter ganho o processo de privatização que conduziu à alienação de 30% da empresa, e de uma operação pública de aquisição posteriormente lançada.

A "holding" pública Portucel SGPS controla 25,7% do capital da empresa fabricante de pasta e papel.

A proposta do conselho de administração, hoje aprovada, inclui ainda a constituição de uma reserva legal no valor de 1,67 milhões de euros, e de uma reserva de estabilização de dividendos de 3,2 milhões de euros.

Hoje, foi ainda aprovada uma proposta que autoriza a administração a comprar e vender em bolsa acções e obrigações da empresa representativas de até 10% do capital social.

Os accionistas deram ainda o seu aval ao relatório de gestão e contas do exercício do ano passado.

Em 2004, a Portucel registou valores recorde de produção e volume vendas, mas os resultados operacionais foram negativos (menos 12,9 milhões de euros), devido à quebra dos preços de venda de pasta e papel nos mercados internacionais.

Os resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA) recuaram 20%, e o lucro caiu para 33 milhões de euros, metade do registado no ano anterior.

Os títulos da Portucel encerraram hoje, na Euronext Lisboa, inalterados nos 1,42 euros.

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:50
por marafado
Alcatel anuncia novo presidente a nível mundial

DE


A Alcatel nomeou Mike Quigley como seu novo presidente e chief operating officer. O executivo substituirá Philippe Germond, que deixou a companhia nesta terça-feira.

Mike Quigley, que respondia pela área de comunicações de linhas fixas, assume o cargo de Germond, que já havia comentado sobre a sua intenção de deixar o cargo.

O novo executivo foi indicado pelo chairman e Chief Executive Officer, Serge Tchuruk. Acredita-se que a saída de Germond também seja resultado de propostas feitas por Tchuruk, que pretende mudar as regras da empresa para permitir que o chairman possa permanecer no cargo até aos 70 anos.

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:49
por marafado
Regulador diz que não recebeu proposta da PT para oferta grossista

DE com Lusa


A Anacom - Autoridade Nacional de Comunicações não recebeu, até ao momento, qualquer proposta da PT para a oferta grossista de acesso à Internet por ADSL, disse hoje à agência Lusa fonte oficial do regulador de telecomunicações.

"Até ao momento não deu entrada qualquer proposta da PT", referiu a fonte, acrescentando que "quando ela acontecer será analisada em todos os seus aspectos".

A Portugal Telecom (PT) anunciou hoje que concluiu as negociações com a Anacom para quadruplicar a velocidade de acesso à Internet por ADSL e Cabo de 512k para 2Mb por segundo, sem aumento de preço.

Só que para lançar novas ofertas retalhistas no mercado, a PT tem de ter uma oferta grossista equivalente.

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:49
por marafado
Lucro da Intel cresce 25%

DE


O lucro da Intel, maior fabricante mundial de 'chips', cresceu 25% no primeiro trimestre do ano, acima do esperado pelos analistas, anunciou hoje a empresa.

A Intel lucrou 2,15 mil milhões de dólares (1,65 mil milhões de euros), ou 34 cêntimos por acção, acima dos 31 cêntimos por acção esperados pelos analistas contactados pela Bloomberg.

As vendas cresceram 17%, para 9,43 mil milhões de dólares (7,22 mil milhões de euros), a atingir um novo máximo histórico que ficou ligeiramente acima do previsto pelos analistas.

Os resultados da Intel foram suportados sobretudo por uma melhor gestão dos 'stocks' de semicondutores e pelo aumento das vendas de computadores portáteis.

A Intel produz 'chips' que equipam cerca de 80% dos computadores pessoais de todo o mundo.

Na sessão de hoje da bolsa de Nova Iorque, as acções da Intel subiram 1,89%, para 22,63 dólares.

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:48
por marafado
comentário cambial
Euro estável contra ao dólar



O euro ficou ontem praticamente inalterado face ao dólar, com dados económicos norte-americanos a indiciarem que o ritmo de subida das taxas de juro não deverá aumentar.

Às 17.00, hora de Lisboa, o euro valia 1,3032 dólares, o que compara com os 1,3034 dólares a que transaccionava à mesma hora da véspera. Os indicadores revelados na Europa mostram que a fraqueza da retoma económica se mantém, limitando eventuais ganhos do euro.

A confiança dos investidores alemães caiu em Abril, recuando para 20,1 pontos contra 36,3 pontos em Março. A produção industrial da z euro caiu 0,5% em Fevereiro face ao mês anterior. Nos EUA foram conhecidos dois indicadores, a construção de casas e os preços na produção, com este último dado a concentrar as tenções dos investidores. Os preços à saída das fábricas subiram apenas 0,7% em Março, o que indicia que a Reserva Federal não terá motivos para aumentar os juro, o que acabou por retirar ao dólar a força demonstrada durante a manhã.

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:47
por marafado
Economia sem sinais claros de retoma

Consumo das famílias e investimento estão queda. Preços na produção sobem

rudolfo rebêlo Arquivo DN-Rui Coutinho

consumo. Portugueses compram menos electrodomésticos

A economia portuguesa ainda não apresenta sinais claros de retoma, de acordo com a síntese de conjuntura ontem divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A actividade económica acelerou em Fevereiro e o indicador do clima económico, do tipo "avançado" dá como certo que a actividade terá progredido em Março. Mas com a alta do preços do barril do petróleo a pressionar os preços dos produtos fabricados, existem sinais contraditórios sobre a sustentação do crescimento da economia.

O primeiro sinal que contraria a tendência de aceleração da economia é o consumo privado. Como ontem afirmou o INE, o consumo das famílias "desacelerou ligeiramente" em Fevereiro. Isto deveu--se a uma queda na venda dos bens duradouros, como, por exemplo, carros e electrodomésticos, "parcialmente" compensado por um ligeiro aumento na venda de bens de consumos correntes.

Os dados do INE, relativos a Março, indicam uma queda no investimento, reforçando as incertezas sobre a solidez da retoma. É o "resultado do comportamento de todas as componentes" do investimento, "especialmente" na "construção". As adjudicações de obras públicas caíram e o mesmo aconteceu com a compra de camiões novos. Os indicadores sobre máquinas e equipamentos acusam, igualmente, uma quebra de vendas.

As exportações aumentaram em Janeiro, em resultado de um aumento da procura externa. Mas também as importações dispararam. Ou seja, de acordo com o INE, predominam as incertezas sobre um "movimento sustentado" da retoma. Por isso, o INE refere os "sinais demasiado incertos", para identificar "qualquer movimento sustentado" da economia.

Indústria. O efeito da alta dos preços internacionais do petróleo já se reflectem na indústria em Portugal. Em Março, os preços à saída das fábricas (produção industrial) aumentaram 4,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. "Um valor superior em 0,7 pontos percentuais" ao observado no mês anterior, afirma o INE na nota sobre preços na indústria, também ontem divulgada.

Entre os meses de Fevereiro e Março os preços na produção subiram 1,0%, pressionados "principalmente" pelas "subidas nos preços dos produtos energéticos". Em Março, os custos da energia, relata ainda o INE, subiram 9,8% em comparação com o mesmo mês do ano passado.

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:46
por marafado
bolsa de valores
comentário
Lisboa regressa aos ganhos



A Euronext Lisboa inverteu ontem a tendência de queda registada há já três sessões consecutivas. O índice PSI-20, principal barómetro da Bolsa, progrediu 0,2%, com dez títulos em alta, seis em queda e quatro a permanecer estáveis. Negociaram-se no total 31,5 milhões de acções, cerca de 105,7 milhões de euros, tendo a EDP sido o papel mais negociado (16,1 milhões de acções) devido a passagens de carteira entre investidores institucionais. Apesar do forte volume de negócios, a eléctrica recuou 0,46%, mas também na véspera não tinha seguido a tendência de queda das congéneres internacionais. Sonae SGPS, Corticeira Amorim, Gescartão, PTM, Sonaecom, BCP e PT fecharam todos positivos. A atenção dos investidores esteve centrada no BCP, que apresentou resultados após o fecho da sessão - lucros subiram 20,7% no primeiro trimestre (ver pág. 36) -, mas a incerteza sobre o impacto das novas regras contabilísticas provocou alguma cautela, tendo as acções registado um ganho de apenas 0,45%, explicou um operador. BPI, EDP, Jerónimo Martins, Impresa, ParaRede e Reditus fecharam todos em baixa. No resto da Europa e EUA, o sentimento foi positivo graças aos bons resultados trimestrais da Texas Instrument e da Coca-Cola.

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:45
por marafado
Millennium bcp negoceia parceria com franceses

Os lucros trimestrais do banco cresceram 20,7%, chegando aos 137,5 milhões de euros

paula cordeiro Arquivo DN-Paulo Spranger

Regras IAS. BCP foi o primeiro a mostrar os impactos, diz Teixeira Pinto

O Millennium bcp está a negociar com um grande banco francês uma parceria para a sua operação em França. O início das negociações foi ontem comunicado às autoridades francesas e confirmada em Lisboa, no decurso da apresentação dos resultados do banco referentes ao primeiro trimestre.

"Fomos contactados por um banco francês que nos propôs tomar uma participação no Banque BCP", explicou ontem aos jornalistas, Filipe Pinhal. O vice- -presidente do Millennium bcp escusou-se a revelar o nome do potencial parceiro, acrescentado que esta hipótese de abertura do capital estava já prevista, esperando-se apenas que o grupo "arrumasse a casa" naquele mercado.

A participação em causa não está definida. "Não temos pressa", disse Filipe Pinhal, que acrescentou não estar em questão a venda da totalidade do banco, que tem actualmente 67 sucursais (França e Luxemburgo). "É um mercado muito importante para nós, com cerca de um milhão de portugueses", referiu.

resultados em alta. Os resultados líquidos do Millennium bcp cresceram 20,7% no primeiro trimestre de 2005, atingindo os 137,5 milhões de euros. Os indicadores ontem apresentados estão já de acordo com as novas normas contabilísticas internacionais (IAS/IRFS), sendo o BCP o primeiro banco ibérico a apresentar resultados à luz dos novos critérios, como salientou Teixeira Pinto, na conferência de imprensa.

Os ajustamentos resultantes da transição para as IAS traduziram-se num impacto positivo de 79 milhões de euros na situação líquida do banco, realçou o seu presidente. O único ajustamento que se traduz num impacto negativo na situação líquida é a contabilização das pensões de reforma e outros benefícios pré-reforma que, à luz dos resultados ajustados às IAS a 31 de Dezembro último, resultaram num impacto negativo de 474 milhões de euros.

A margem de intermediação do grupo cresceu 15% no primeiro trimestre de 2005, chegando aos 372,1 milhões de euros, e as comissões líquidas subiram 6,7%. Os outros proveitos diminuíram 35,6%, para os 89,7 milhões de euros.

Os custos de transformação do Millennium bcp caíram 6,5%, especialmente devido à queda de 12,2% das amortizações. O rácio de eficiência, de acordo com os novos critérios contabilísticos, é agora de 65,1%, menos 5,7 pontos percentuais do que os 70,8% de Março de 2004 (valor comparável). O crédito a clientes cresceu 2,3%, chegando aos 52,6 mil milhões de euros, com especial destaque para o crédito à habitação, que subiu 21,1% face ao trimestre homólogo.

De assinalar a melhoria da qualidade da carteira de crédito, com o rácio de crédito vencido a mais de 90 dias a situar-se abaixo de 1%, ou seja, em 0,9%.

Os recursos de clientes cresceram 8,4%, totalizando 53,9 mil milhões de euros.

Na aplicação do seu Plano 2004-2006, que prevê aumentar os proveitos líquidos do grupo, na banca de retalho foi já cumprido 45% do objectivo, ou seja, 45 milhões de euros, para um objectivo de 100 milhões em 2006. No corporate e empresas, alcançou-se já 70% (44 milhões para um objectivo de 60 milhões de euros).

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:45
por marafado
Construção Mota-Engil sobe lucro face ao POC



A aplicação das novas normas internacionais de contabilidade (IAS/IFRS), em substituição do POC, resulta num aumento de 270 mil euros no lucro da Mota-Engil. Segundo a projecção ontem divulgada pela construtora, através da CMVM, a nova norma produz melhorias de 5,6 milhões de euros, nos custos diferidos, reconhecimento de diferenças de consolidação negativa, pensões e outros. Assim contabilizado, o lucro líquido consolidado do último exercício é de 22,338 milhões de euros, face aos 22,069 milhões registados pelo POC.

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:44
por marafado
PT aumenta velocidade na banda larga e mantém preço


cátia almeida

Os clientes de internet de banda larga do grupo Portugal Telecom, quer por via da linha de cobre (ADSL) quer através da rede cabo (Net Cabo), vão passar de uma velocidade de 512 K para dois megabites por segundo (Mbps) e, no caso de terem 1Mbps passam para 4Mbps. Em ambos os casos, as mensalidades não sofrerão alterações.

De acordo com um comunicado da operadora, a "PT vai quadruplicar, de modo gratuito e automático para todos os seus clientes, a largura de acesso à Internet". Assim, a transição, para os actuais clientes de 512k e 1Mbps, será automática e efectuar-se-á a partir de 19 de Maio. "Nessa altura, todos os novos clientes que aderiram ao produto de 512k passarão a ter, de imediato, uma velocidade de dois megabits partir de 19 de Maio", afirmou fonte oficial da empresa.

A PT vai ainda lançar novas ofertas 4Mb e de 8 Mb, estando disponíveis a partir da mesma data. Estas condições resultam de uma negociação entre a PT e o regulador do sector, a Anacom, que decorreram durante a última semana. Ontem foi a vez da PT informar os ISP - Internet Service Provider sobre as novas condições.

"A cobertura de banda larga da rede PT já atinge 96% dos clientes de serviço fixo telefónico, estando previsto um investimento este ano de cerca 325 milhões de euros (rede cobre e cabo) em tecnologia e reforço de cobertura, de modo a permitir que todos os portugueses acedam aos novos débitos", revelou a operadora.

Actualmente, a PT possui 750 mil clientes de banda larga e pretende, até ao final do ano, atingir um milhão de consumidores.

Depois de garantir a cobertura geográfica e nacional, a prioridade da PT vai centrar-se "no aumento de velocidades (quadruplicando os débitos sem acréscimo de preços) e inovação, com níveis de qualidade de serviço superiores por forma a que todos os clientes tenham acesso aos débitos sem assimetrias geográficas".

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:43
por marafado
Daniel Bessa alerta para défice da balança comercial



hugo bordeira* DN-Nuno Fox

distinção. Jorge Sampaio entregou o Prémio Inovação ao presidente da Chipideia, Epifânio da Franca

"Desenvolvimento é sinónimo de exportar e para isso é preciso inovar". Quem o diz é o economista Daniel Bessa, que alertou ontem que o défice da balança de transacções correntes é mais complexo do que o défice das contas públicas. Para o ex-ministro da Economia, a única forma de resolver o problema é as empresas nacionais centrarem-se na produção de bens transaccionáveis para exportação, deixando de dirigir os seus investimentos para o mercado interno.

"Esta orientação do investimento para o mercado interno produziu um défice da balança de transacções correntes de 10% do PIB, ou seja, 13 mil milhões de euros por ano", afirmou Daniel Bessa, no segundo Encontro Nacional da Cotec. O economista frisou que estes valores, que representam a saída diária de 35 milhões de euros de contas nacionais em direcção ao estrangeiro, são incomportáveis para o sistema bancário nacional.

"Há um problema gravíssimo de financiamento do sistema bancário residente que não pode deixar de afectar a actividade bancária nacional", afirmou. A questão tem sido superada através da securitização (venda de créditos no exterior), mas tem "implicações seríssimas" para o País, pois leva os bancos a financiar a habitação e o consumo em detrimento do crédito à produção e às empresas.

O economista considera, por isso, que o défice externo é mais difícil de resolver do que o problema do défice público, já que implica a participação de actores internacionais. "A solução passa por exportar mais 25 a 30 milhões de euros por dia", simplificou. Para lá chegar, Daniel Bessa destaca a importância da inovação em sectores tradicionais como o turismo, calçado, vestuário ou os têxteis, que dificilmente sobreviverão sem elementos diferenciadores.

No entanto, a verdade é que as empresas destes sectores não se têm conseguido afirmar pela sua capacidade de inovação. Um bom exemplo é o facto de na rede de 24 PME's inovadoras ontem anunciada pela Cotec (Associação Empresarial para a Inovação) existir apenas uma única organização com actividade nos ramos tradicionais (há uma empresa vitivinícola, ao passo que todas as outras são companhias tecnológicas ou de engenharia). Artur Santos Silva, membro da direcção da Cotec que encerrou o encontro, sublinhou precisamente o compromisso da associação em identificar e incentivar práticas de inovação nos sectores tradicionais durante este ano.

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:42
por marafado
memória
O 'chumbo' de Bruxelas



O processo de venda de uma parcela da Galp Energia ao consórcio Petrocer ficou parado com o "chumbo" de Bruxelas, no final do ano passado, à transferência do negócio do gás para a EDP. Com este revés, o gás manteve-se na Galp Energia e os italianos da ENI, que deveriam ficar com 49% do gás, mantiveram a sua posição accionista na petrolífera. Os consórcio Luso-Oil e o grupo Mello foram os preteridos no concurso de compra de 33,34% da Galp.

O acordo com a Petrocer previa a compra de um primeiro lote de acções (33,34%) da Galp até final de Janeiro deste ano, por 700 milhões de euros, devendo a segunda tranche (7,45% da petrolífera) ser transaccionada até 31 de Julho, por 156 milhões de euros. Agora, e a avaliar pelo programa do Governo socialista para o sector energético, o projecto de integração do gás e da electricidade dificilmente virá a realizar-se. Aliás, José Sócrates sempre defendeu que a Galp e a EDP devem concorrer entre si, preconizando, desta forma, a separação accionista e operacional do gás e da electricidade e a concorrência entre estas duas formas de energia.

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:41
por marafado
Grupos posicionam-se para comprar empresa mais cara

Arquivo DN-Eduardo Tomé

iniciativa. Jorge Armindo teve a intenção de criar frente nacional

No início da semana passada, o Jornal de Negócios revela a possibilidade da criação de um núcleo português para a Galp, referindo que os contactos para a formação daquele grupo estavam a ser liderados por Jorge Armindo, ex-presidente da Portucel. Isto em articulação com o grupo Espírito Santo e os parceiros nacionais da Luso-Oil Fomentivest e Fundação Oriente .

O objectivo era juntar vários grupos portugueses com capacidade financeira para comprar a empresa, desta feita, com gás e petróleo, e mais valorizada. Em causa está, mais uma vez, a parcela de 33,34% que os italianos da ENI detêm na petrolífera nacional, que segundo fontes ligadas ao processo continuam interessados em vender a sua posição. Mas, já no final da semana, alguns dos grupos que supostamente teriam sido contactados por aquele gestor começam a negar que o tivessem tido. E começa-se a falar de contactos feitos pelo próprios presidente do grupo Espírito Santo, Ricardo Salgado, para a formação de um agrupamento nacional.

A questão é o que mudou entretanto? Provavelmente nada. A não ser que não existe um intermediário, dizem algumas fontes ligadas ao sector energético.

Manuel Pinho, ministro da Economia, esclareceu "Não preciso de intermediários", adiantando que quando tiver algum anúncio a fazer sobre o futuro da Galp o fará oficialmente. Jorge Armindo também disse que nunca tinha tido qualquer contacto com o Governo sobre o assunto. Seja como for, ainda nem se sabe qual o projecto que o Governo de José Sócrates tem para o sector energético português, mas os grupos já começaram a posicionar-se, sabendo que uma Galp com gás e petróleo - e mais valorizada - como a que existe hoje, pode custar muito dinheiro.

Nesta perspectiva, estudam estratégias de aliança. Fonte ligada ao processo admite até que, numa fase mais avançada, ou seja, depois de conhecidas as posições do Governo relativamente ao sector energético, venham a conhecer-se outras.

Portugueses juntam-se para comprar Galp com gás

MensagemEnviado: 20/4/2005 0:40
por marafado
Portugueses juntam-se para comprar Galp com gás

Núcleo liderado por Ricardo Salgado poderá alargar-se a outros parceiros

a Na Tomás Ribeiro Arquivo DN-Rodrigo Cabrita

Dois anos. A Galp valorizou os seus activos e manteve o gás

Américo Amorim, Horácio Roque, Ricardo Salgado, Carlos Monjardino e Aníbal Oliveira reuniram-se, sexta-feira passada, com o ministro da Economia, Manuel Pinho, e manifestaram-lhe interesse em formar um núcleo nacional para a Galp. Um grupo que, para já, conta também com a participação de Patrick Monteiro de Barros e de Ilídio Pinho, mas que poderá ser alargado a outros grupos nacionais. No seu conjunto tem capacidade financeira para comprar a empresa tal como está hoje, ou seja, com os negócios do petróleo e dos gás, disse ao DN fonte do grupo Espírito Santo.

Quase todos os empresários já integravam o anterior consórcio Luso-Oil, concorrente à compra de uma parcela de 33,34% da Galpenergia, no âmbito do processo de reestruturação do sector energético, aprovado pelo Governo de Durão Barroso e que foi chumbado por Bruxelas (ver caixa ao lado). A novidade é Patrick Monteiro de Barros, empresário do sector petrolífero.

Contactado pelo DN, Carlos Monjardino, o presidente da Fundação Oriente, e um dos presentes na reunião com Manuel Pinho, limitou-se a dizer que o ministro só quis ouvir as ideias daqueles empresários para a Galp, mas marcou uma nova reunião para breve.

O presidente da Fundação Oriente assegurou ainda que não existem contactos entre este núcleo de portugueses e os grupos que integram os consórcios Petrocer e grupo Mello, até porque "nós temos uma ideia para a petrolífera que será provavelmente diferente da deles", explicou.

A Petrocer, por seu turno, mantém a posição de que tem um contrato com o Estado português para a compra de 33,34% da Galp e refere que enquanto os italianos da ENI não disserem que não querem vender a sua posição, esse contrato está "válido".

Mas há quem defenda que, se o Governo mantiver o gás na Galp, alteram-se os pressupostos da negociação com a Petrocer. Então esta ficará em pé de igualdade com os restantes correntes. Seja como for, dizem fontes do sector energético, a Petrocer ou mesmo o grupo Mello sozinhos dificilmente terão capacidade financeira para comprar uma Galp com petróleo e gás.

Fontes ligadas ao processo admitem, assim, que possa haver uma nova tentativa de aliança entre o grupo Mello e a Petrocer. Já que o primeiro até tinha feito uma tentativa de aproximação, aquando da fase final do anterior concurso para o qual ambos os consórcios ficaram apurados. Além disso, o grupo Mello tem todo o interesse, do ponto de vista industrial, em ficar com a empresa, já que uma parte do seu complexo petroquímico depende em parte dos fornecimentos de uma das refinarias da petrolífera, a do Porto. As próximas semanas poderão assim ser decisivas para a constituição de novas alianças para comprar os 33,34% da petrolífera nacional. Alguns grupos aguardam apenas a definição, por parte do Governo, das regras do jogo para o sector energético para darem os primeiros passos.