Caldeirão da Bolsa

Sinais contrários na economia portuguesa

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Sinais contrários na economia portuguesa

por marafado » 18/4/2005 4:31

Sinais contrários na economia portuguesa

Consumo privado continua dinâmico mas investimento dá sinal de desaceleração

nFernando Valdez
Balança comercial. As importações foram o dobro das exportações

A economia portuguesa continua a dar sinais contraditórios. Há indícios de um comportamento positivo do consumo privado, mas uma evolução menos favorável do investimento, das exportações líquidas e da procura turística. Do lado da oferta, a produção industrial continua em queda e a da construção agravou a tendência negativa, enquanto a facturação dos serviços se mantém positiva mas com dois subsectores a entrarem "no vermelho".

As vendas do comércio a retalho revelaram uma tendência positiva até Fevereiro, embora em desaceleração, e as vendas de automóveis ligeiros de passageiros apontam igualmente para algum dinamismo do consumo privado.

Do lado do investimento, os indicadores sinalizam uma moderação ou mesmo queda desta componente da despesa nos primeiros meses. Os dados da ACAP revelam que as vendas de comerciais ligeiros caíram 1,1% no primeiro trimestre e as de pesados abrandaram o ritmo de crescimento 6,8%, indiciando uma moderação do investimento em material de transporte.

O INE revela um agravamento da queda da produção da construção e obras públicas até Fevereiro, menos 4,8% no trimestre terminado naquele mês. A quebra de produção naquele período é comum à construção de edifícios (-5,9%) e às obras de engenharia civil (-2,1%).

A AECOPS indica também que a actividade no sector da construção se agravou nos três primeiros meses. As vendas de cimento baixaram 3,3%. No primeiro trimestre, a taxa de utilização da capacidade produtiva continuou baixa e o valor das adjudicações de obras públicas e dos concursos abertos sofreu uma redução.

As vendas de bens de equipamento pelo comércio grossista indicam uma deterioração do investimento em máquinas e equipamentos ao longo do primeiro trimestre.

As exportações líquidas não apresentam sinais encorajadores. O défice da balança comercial portuguesa agravou-se 23,5% em Janeiro, com um acréscimo de 11,2% das importações, quase duplo do registado pelas exportações (5,8%), de acordo com o INE. No primeiro bimestre, as exportações para países terceiros cresceram 5,7% e as importações 15,6%, daqui resultando um agravamento de 30,1% no saldo da balança comercial.

A procura turística voltou ao vermelho em Fevereiro, caindo 2,9%. As dormidas de residentes caíram 7,3% e as de estrangeiros baixaram 0,7%. Nos primeiros dois meses, as dormidas na hotelaria recuaram 0,4%.

O volume de negócios nos serviços acelerou em Fevereiro, para um crescimento de 4,8%, com forte melhoria da facturação do comércio por grosso e reparação de veículos e de bens de uso pessoal e doméstico, que subiu 4,3%, revelou o INE.

As actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas cresceram 18,9%, mas os transportes, armazenagem e comunicações e a hotelaria e restauração registaram uma quebra de facturação em Fevereiro.
 
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