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Somincor vai extrair zinco e pirites alentejanas voltam à actividade em 2006.
O regresso às minas
A Somincor vai avançar, a partir de 2006, com a exploração de zinco das minas de Neves Corvo. No próximo ano vão também reabrir as minas da Pirites Alentejanas, encerradas desde 1992.
01-04-2005, André Veríssimo e Patrícia Silva Dias
A subida do preço dos metais nos mercados internacionais veio dar novo ânimo à extracção mineira em Portugal. Caso o valor do zinco se mantenha aos actuais níveis, a Somincor, propriedade da empresa canadiana Eurozinc, vai avançar com a exploração do metal a partir de 2006. Também as Pirites Alentejanas, detidas pela mesma empresa, vão reiniciar a extracção de zinco, cessada em 1992.
Desde o início do ano, o valor do zinco já subiu mais de 20% e encontra-se no nível mais elevado dos últimos cinco anos. O que levou a Eurozinc a avançar com estudos para a exploração daquele metal nas minas da Somincor, em Neves Corvo. O zinco é utilizado em revestimentos isolantes para a indústria automóvel e de construção, ferro galvanizado, canalizações, pilhas secas e ligas metálicas como o latão.
A actividade principal da Somincor, criada em 1989, é a extracção de cobre. Mas as minas de Neves Corvo são também ricas em zinco, com reservas estimadas em 50 milhões de toneladas. O Barclays Capital Research aponta para um preço médio de 1450 dólares por tonelada deste metal em 2005. O que avalia as reservas da Somincor em 56,12 mil milhões de euros. Até agora, o zinco não era aproveitado por o seu preço no mercado internacional não o justificar.
Estanho dá lugar a zinco
Além do cobre, a Somincor mantém uma exploração residual das suas últimas reservas de estanho. Com fim à vista. “A linha de extracção e tratamento de zinco vai substituir o estanho a partir da segunda metade do próximo ano”, afirma Corrêa de Sá, presidente da Somincor. Em 2004, foram produzidas apenas sete mil toneladas de estanho. Há quatro anos atrás, saíam de Neves Corvo 350 mil toneladas deste minério. Sobram reservas de 20 mil toneladas, o que no entender de Corrêa de Sá não justifica a exploração.
O responsável da Somincor assegura que o investimento necessário para produzir zinco será de apenas 500 mil euros, com a adaptação da linha de tratamento de estanho. De acordo com Corrêa de Sá, a exploração de zinco permitirá criar “mais de 100 postos de trabalho até 2008, ano em que a extracção deverá atingir a velocidade cruzeiro”.
No primeiro ano, a Somincor prevê extrair 150 mil toneladas de zinco. Um valor que chegará às 450 toneladas em 2008. A exploração em paralelo do zinco e do cobre permite alargar a vida útil das minas de Neves Corvo até 2029.
No dia 17 de Março, a Eurozinc decidiu avançar com a retoma da produção de zinco nas minas de Aljustrel. As minas, que a empresa canadiana adquiriu em 2001, estão inactivas desde 1992. As suas reservas permitem manter a exploração durante as próximas décadas.
Perto de 30 contractos de prospecção em vigor
Segundo estatísticas da Direcção-Geral de Geologia e Energia (DGGE), existe elevado interesse pelas reservas de minério existentes em Portugal. Uma forma de avaliar a dinâmica da procura das matérias-primas portuguesas é o número de pedidos de prospecção e pesquisa que as empresas apresentam junto da DGGE. Estão actualmente em vigor 29 contractos de prospecção e pesquisa, que no seu conjunto envolvem um investimento de 12,7 milhões de euros. Os contratos incidem sobre o zinco, o cobre, metais preciosos e minérios não metálicos como o quartzo, o feldspato e caulino.
Metais em máximos
A generalidade dos analistas internacionais aponta para a manutenção dos preços altos nos próximos anos devido à forte procura asiática, em particular da China e da Índia. Na semana passada, o Barclays Capital Research, referência na análise de matérias-primas, subiu as suas estimativas para o preço médio do zinco duas vezes no espaço de uma semana. O banco inglês aponta para uma subida do preço do zinco até 2006, devendo depois recuar ligeiramente com o aumento da oferta.
O zinco não é o único metal a viver dias “dourados”. Desde o início do ano, o cobre apreciou 13% e encontra-se no valor mais elevado dos últimos 16 anos. O alumínio subiu 12% e está no nível mais elevado dos últimos nove anos e meio. De acordo com analistas citados pela agência Reuters, de entre os vários metais, o zinco é o que tem maior potencial de valorização.
Este ciclo de alta do preço dos metais, iniciado em 2003 com a retoma da economia mundial, deverá prolongar-se durante mais alguns anos. O presidente da Somincor, estima que o desequilíbrio entre a oferta e a procura de metais “deverá manter-se por mais dois a três anos”.
Acções da Eurozinc disparam 1000% desde 2003.
A alta do preço dos metais despertou o interesse dos investidores pela Eurozinc. A cotação da empresa, negociada na bolsa de Toronto, subiu 1000% desde meados de 2003, dos 7,5 cêntimos de dólar canadiano para 83 cêntimos. Com uma capitalização bolsista de 342,9 milhões de dólares, a Eurozinc corresponde, por exemplo, a pouco menos de duas Corticeira Amorim. Os únicos activos da empresa canadiana são as duas minas em Portugal.
A Eurozinc, sediada em Vaancouver, foi constituída em 1999 por fusão entre a Auspex Minerals e da International Vestor Resources. A empresa está em Portugal desde 1995, quando começou com a prospecção de ouro no Norte do País. Depois de comprar a Pirites Alentejanas em 2001, comprou a totalidade do capital da Somincor em 2003 por 128 milhões de euros.
A Panasqueira e a Somincor são as únicas minas portuguesas em actividade. A quase totalidade da sua produção destina-se à exportação. A Panasqueira é a única mina que produz volfrâmio em toda a Europa e a única a exportar no mundo inteiro. As minas de Neves Corvo estão entre as maiores da Europa na extracção de cobre. Este metal representava em 2002, 95% do valor total de minério metálico exportado, que foi de 86,3 milhões de euros. O volfrâmio ocupa a segunda posição nas exportações portuguesas, com um valor de 2,9 milhões de euros em 2002. Em terceiro lugar surge o estanho, com 1,4 milhões de euros.
Volfrâmio por mais uma década
A valorização do volfrâmio nos mercados internacionais está a ter um papel importante na recuperação das minas da Panasqueira, na Covilhã, detidas pela Beralt Tin & Wolfram. Nos últimos dez anos, a empresa inglesa apresentou prejuízos. No último ano civil, terminado em Março de 2004, o prejuízo da empresa foi superior a 1,86 milhões de euros.
A manutenção dos elevados preços pode prolongar a exploração das minas. A Beralt Tin & Wolfram Portugal não revela o volume das reservas, mas o director-geral Fernando Vitorino calcula que estas permitam manter a extracção durante mais 11 a 15 anos.
Nos últimos 12 meses, o preço do volfrâmio subiu 106% e vale hoje 175 dólares por unidade MTU (10 quilogramas). Para Fernando Vitorino, “a evolução não será tão significativa como poderia ser “porque a Panasqueira têm um contrato fixo com uma empresa que transforma o minério em tungsténio para ser comercializado”.
Apesar dos maus resultados operacionais, a empresa continua a investir na extracção mineira. No ano passado, investiu 2,4 milhões de euros em equipamento e maquinaria, e emprega 248 trabalhadores. O nível de produção de volfrâmio em 2004 foi de 1,276 toneladas, um valor que supera a média dos últimos cinco anos (1,12 toneladas).
Corrida ao ouro no Alentejo
A Iberian Resources, uma empresa mineira australiana, pretende avançar com a extracção de ouro no Alentejo. A operação está na fase de exploração e estudo e deverá arrancar até ao fim de 2006.
“ O nosso objectivo é criar um negócio de extracção mineira muito forte em Portugal”, afirma Mathew Wood, director-geral da Iberian Resources. Para produzir ouro, a empresa tem previsto um investimento de dez milhões de euros. A abertura das minas criará entre 100 e 200 postos de trabalho.
Em Setembro do ano passado, a Iberian Resources recebeu uma concessão de exploração do Estado para fazer prospecção numa área de 850 quilómetros quadrados que abarca os concelhos de Montemor-o-Novo, Évora e Vendas Novas. Os trabalhos vão decorrer até ao fim do ano, ao que se seguirá um estudo de viabilidade financeira da abertura das minas.
Para já estão identificadas dez toneladas de reservas de ouro, concentradas na região de Montemor. Este número poderá subir acima das 30 toneladas no fim da prospecção em curso. “A abertura das minas avançará se existir produção para, pelo menos, quatro anos”, diz aquele responsável. “Mas acreditamos que vamos encontrar reservas que permitirão explorar as minas por mais de 20 anos”. Além da concessão de Montemor, a empresa australiana espera obter até ao fim deste semestre autorização para fazer prospecção em Portalegre, numa área de 530 quilómetros quadrados.
O elevado preço do ouro aumenta a probabilidade de a Iberian Resources avançar com a produção. “A manter-se neste patamar, provavelmente estamos a falar de uma exploração rentável”, afirma João Carlos Sousa, responsável pelas operações da empresa australiana em Portugal. A onça de ouro encontra-se acima dos 42o dólares, o nível mais elevado dos últimos 16 anos.
Desde meados dos anos 80 que não sai ouro do Alentejo. Nessa altura, o metal precioso era produzido como sub-produto da extracção de pirites para o fabrico de ácido sulfúreo. A existência de ouro na região de Montemor é conhecida desde os anos 50, altura em que o Estado fez as primeiras prospecções. Depois disso, várias empresas fizeram pesquisas no local, entre elas a inglesa Rio Tinto, um gigante do sector, já no final dos anos 80. De acordo com João Carlos Sousa, a extracção nunca avançou devido a “questões internas das empresas e ao baixo preço do ouro no mercado internacional”.
A Iberian Resources foi criada em finais de 2003 com o objectivo de explorar a actividade mineira em Portugal. Em Novembro do ano passado entrou na bolsa australiana, com as acções a iniciarem a negociação com um valor 100% acima do preço de colocação.
O regresso às minas
A Somincor vai avançar, a partir de 2006, com a exploração de zinco das minas de Neves Corvo. No próximo ano vão também reabrir as minas da Pirites Alentejanas, encerradas desde 1992.
01-04-2005, André Veríssimo e Patrícia Silva Dias
A subida do preço dos metais nos mercados internacionais veio dar novo ânimo à extracção mineira em Portugal. Caso o valor do zinco se mantenha aos actuais níveis, a Somincor, propriedade da empresa canadiana Eurozinc, vai avançar com a exploração do metal a partir de 2006. Também as Pirites Alentejanas, detidas pela mesma empresa, vão reiniciar a extracção de zinco, cessada em 1992.
Desde o início do ano, o valor do zinco já subiu mais de 20% e encontra-se no nível mais elevado dos últimos cinco anos. O que levou a Eurozinc a avançar com estudos para a exploração daquele metal nas minas da Somincor, em Neves Corvo. O zinco é utilizado em revestimentos isolantes para a indústria automóvel e de construção, ferro galvanizado, canalizações, pilhas secas e ligas metálicas como o latão.
A actividade principal da Somincor, criada em 1989, é a extracção de cobre. Mas as minas de Neves Corvo são também ricas em zinco, com reservas estimadas em 50 milhões de toneladas. O Barclays Capital Research aponta para um preço médio de 1450 dólares por tonelada deste metal em 2005. O que avalia as reservas da Somincor em 56,12 mil milhões de euros. Até agora, o zinco não era aproveitado por o seu preço no mercado internacional não o justificar.
Estanho dá lugar a zinco
Além do cobre, a Somincor mantém uma exploração residual das suas últimas reservas de estanho. Com fim à vista. “A linha de extracção e tratamento de zinco vai substituir o estanho a partir da segunda metade do próximo ano”, afirma Corrêa de Sá, presidente da Somincor. Em 2004, foram produzidas apenas sete mil toneladas de estanho. Há quatro anos atrás, saíam de Neves Corvo 350 mil toneladas deste minério. Sobram reservas de 20 mil toneladas, o que no entender de Corrêa de Sá não justifica a exploração.
O responsável da Somincor assegura que o investimento necessário para produzir zinco será de apenas 500 mil euros, com a adaptação da linha de tratamento de estanho. De acordo com Corrêa de Sá, a exploração de zinco permitirá criar “mais de 100 postos de trabalho até 2008, ano em que a extracção deverá atingir a velocidade cruzeiro”.
No primeiro ano, a Somincor prevê extrair 150 mil toneladas de zinco. Um valor que chegará às 450 toneladas em 2008. A exploração em paralelo do zinco e do cobre permite alargar a vida útil das minas de Neves Corvo até 2029.
No dia 17 de Março, a Eurozinc decidiu avançar com a retoma da produção de zinco nas minas de Aljustrel. As minas, que a empresa canadiana adquiriu em 2001, estão inactivas desde 1992. As suas reservas permitem manter a exploração durante as próximas décadas.
Perto de 30 contractos de prospecção em vigor
Segundo estatísticas da Direcção-Geral de Geologia e Energia (DGGE), existe elevado interesse pelas reservas de minério existentes em Portugal. Uma forma de avaliar a dinâmica da procura das matérias-primas portuguesas é o número de pedidos de prospecção e pesquisa que as empresas apresentam junto da DGGE. Estão actualmente em vigor 29 contractos de prospecção e pesquisa, que no seu conjunto envolvem um investimento de 12,7 milhões de euros. Os contratos incidem sobre o zinco, o cobre, metais preciosos e minérios não metálicos como o quartzo, o feldspato e caulino.
Metais em máximos
A generalidade dos analistas internacionais aponta para a manutenção dos preços altos nos próximos anos devido à forte procura asiática, em particular da China e da Índia. Na semana passada, o Barclays Capital Research, referência na análise de matérias-primas, subiu as suas estimativas para o preço médio do zinco duas vezes no espaço de uma semana. O banco inglês aponta para uma subida do preço do zinco até 2006, devendo depois recuar ligeiramente com o aumento da oferta.
O zinco não é o único metal a viver dias “dourados”. Desde o início do ano, o cobre apreciou 13% e encontra-se no valor mais elevado dos últimos 16 anos. O alumínio subiu 12% e está no nível mais elevado dos últimos nove anos e meio. De acordo com analistas citados pela agência Reuters, de entre os vários metais, o zinco é o que tem maior potencial de valorização.
Este ciclo de alta do preço dos metais, iniciado em 2003 com a retoma da economia mundial, deverá prolongar-se durante mais alguns anos. O presidente da Somincor, estima que o desequilíbrio entre a oferta e a procura de metais “deverá manter-se por mais dois a três anos”.
Acções da Eurozinc disparam 1000% desde 2003.
A alta do preço dos metais despertou o interesse dos investidores pela Eurozinc. A cotação da empresa, negociada na bolsa de Toronto, subiu 1000% desde meados de 2003, dos 7,5 cêntimos de dólar canadiano para 83 cêntimos. Com uma capitalização bolsista de 342,9 milhões de dólares, a Eurozinc corresponde, por exemplo, a pouco menos de duas Corticeira Amorim. Os únicos activos da empresa canadiana são as duas minas em Portugal.
A Eurozinc, sediada em Vaancouver, foi constituída em 1999 por fusão entre a Auspex Minerals e da International Vestor Resources. A empresa está em Portugal desde 1995, quando começou com a prospecção de ouro no Norte do País. Depois de comprar a Pirites Alentejanas em 2001, comprou a totalidade do capital da Somincor em 2003 por 128 milhões de euros.
A Panasqueira e a Somincor são as únicas minas portuguesas em actividade. A quase totalidade da sua produção destina-se à exportação. A Panasqueira é a única mina que produz volfrâmio em toda a Europa e a única a exportar no mundo inteiro. As minas de Neves Corvo estão entre as maiores da Europa na extracção de cobre. Este metal representava em 2002, 95% do valor total de minério metálico exportado, que foi de 86,3 milhões de euros. O volfrâmio ocupa a segunda posição nas exportações portuguesas, com um valor de 2,9 milhões de euros em 2002. Em terceiro lugar surge o estanho, com 1,4 milhões de euros.
Volfrâmio por mais uma década
A valorização do volfrâmio nos mercados internacionais está a ter um papel importante na recuperação das minas da Panasqueira, na Covilhã, detidas pela Beralt Tin & Wolfram. Nos últimos dez anos, a empresa inglesa apresentou prejuízos. No último ano civil, terminado em Março de 2004, o prejuízo da empresa foi superior a 1,86 milhões de euros.
A manutenção dos elevados preços pode prolongar a exploração das minas. A Beralt Tin & Wolfram Portugal não revela o volume das reservas, mas o director-geral Fernando Vitorino calcula que estas permitam manter a extracção durante mais 11 a 15 anos.
Nos últimos 12 meses, o preço do volfrâmio subiu 106% e vale hoje 175 dólares por unidade MTU (10 quilogramas). Para Fernando Vitorino, “a evolução não será tão significativa como poderia ser “porque a Panasqueira têm um contrato fixo com uma empresa que transforma o minério em tungsténio para ser comercializado”.
Apesar dos maus resultados operacionais, a empresa continua a investir na extracção mineira. No ano passado, investiu 2,4 milhões de euros em equipamento e maquinaria, e emprega 248 trabalhadores. O nível de produção de volfrâmio em 2004 foi de 1,276 toneladas, um valor que supera a média dos últimos cinco anos (1,12 toneladas).
Corrida ao ouro no Alentejo
A Iberian Resources, uma empresa mineira australiana, pretende avançar com a extracção de ouro no Alentejo. A operação está na fase de exploração e estudo e deverá arrancar até ao fim de 2006.
“ O nosso objectivo é criar um negócio de extracção mineira muito forte em Portugal”, afirma Mathew Wood, director-geral da Iberian Resources. Para produzir ouro, a empresa tem previsto um investimento de dez milhões de euros. A abertura das minas criará entre 100 e 200 postos de trabalho.
Em Setembro do ano passado, a Iberian Resources recebeu uma concessão de exploração do Estado para fazer prospecção numa área de 850 quilómetros quadrados que abarca os concelhos de Montemor-o-Novo, Évora e Vendas Novas. Os trabalhos vão decorrer até ao fim do ano, ao que se seguirá um estudo de viabilidade financeira da abertura das minas.
Para já estão identificadas dez toneladas de reservas de ouro, concentradas na região de Montemor. Este número poderá subir acima das 30 toneladas no fim da prospecção em curso. “A abertura das minas avançará se existir produção para, pelo menos, quatro anos”, diz aquele responsável. “Mas acreditamos que vamos encontrar reservas que permitirão explorar as minas por mais de 20 anos”. Além da concessão de Montemor, a empresa australiana espera obter até ao fim deste semestre autorização para fazer prospecção em Portalegre, numa área de 530 quilómetros quadrados.
O elevado preço do ouro aumenta a probabilidade de a Iberian Resources avançar com a produção. “A manter-se neste patamar, provavelmente estamos a falar de uma exploração rentável”, afirma João Carlos Sousa, responsável pelas operações da empresa australiana em Portugal. A onça de ouro encontra-se acima dos 42o dólares, o nível mais elevado dos últimos 16 anos.
Desde meados dos anos 80 que não sai ouro do Alentejo. Nessa altura, o metal precioso era produzido como sub-produto da extracção de pirites para o fabrico de ácido sulfúreo. A existência de ouro na região de Montemor é conhecida desde os anos 50, altura em que o Estado fez as primeiras prospecções. Depois disso, várias empresas fizeram pesquisas no local, entre elas a inglesa Rio Tinto, um gigante do sector, já no final dos anos 80. De acordo com João Carlos Sousa, a extracção nunca avançou devido a “questões internas das empresas e ao baixo preço do ouro no mercado internacional”.
A Iberian Resources foi criada em finais de 2003 com o objectivo de explorar a actividade mineira em Portugal. Em Novembro do ano passado entrou na bolsa australiana, com as acções a iniciarem a negociação com um valor 100% acima do preço de colocação.