Caldeirão da Bolsa

Fazer Rir é negócio

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por marafado » 11/3/2005 21:07

Cinco maiores bancos reduziram 1.930 pessoas em 2004

L.V.


Os cinco maiores bancos portugueses (Millennium bcp, CGD, BPI, BES e Santander) reduziram o pessoal em 1.930 efectivos durante 2004.

A este número terá que se juntar o número, ainda não determinado, de saídas referentesao aos outros bancos.

Entre os anos de 2000 e 2003, o número de saídas da bana portuguesa elevou-se a cerca de quatro mil funcionários, segundo uma recolha de dados feita pelo Diário de Notícias.

Este é um dos sectores que tem recorrido às reformas antecipadas, havendo agora cerca de 51 mil efectivos, distribuídos entre as diversas entidades bancárias com presença em Portugal.

O DN explica que em 2004 acentuou-se a tendência de redução que ocorreu nos últimos anos, devido, nomeadamente, ao facto “de o último exercício permitir uma série de benefícios fiscais nas dotações de pensões, terminando a derrogação de uma directiva comunitária”.

Ainda segundo o DN, o Millennium bcp foi o banco que mais reduziu o seu pessoal durante o ano passado, tendo saído 1.149 efectivos. Em 2000, a instituição, liderada por Jardim Gonçalves, tinha 16.099 trabalhadores, número que no ano passado desceu para os 12.487, ou seja, uma queda de 24,4%.

Do Banco Espírito Santo saíram 301 efectivos em 2004, no Santander o número foi de 240, na CGD 145 e no BPI a redução atingiu 95 funcionários. Por outro lado, os bancos realizaram novas contratações, mas não no mesmo número das saídas. Em termos gerais, em 2000 a banca tinha cerca de 39 mil funcionários com mais de 44 anos, mas em 2003 já eram menos 60%, passando para os 15 mil. Nesse período, os bancários com licenciatura subiram 23%.
 
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por marafado » 11/3/2005 21:06

EDP antecipa objectivo de diminuição de pessoal

Luís Villalobos


O programa que previa a saída de 1.350 trabalhadores até 2006 já está quase alcançado.

A EDP iniciou em 2003 o Programa de Reestruturação de Recursos Humanos (PPRH), cujo objectivo era reduzir a força de trabalho da EDP Distribuição em 1.350 trabalhadores até 2006.

Segundo a empresa, que tem recorrido ao ‘outplacement’ para implementar esta estratégia, este objectivo “foi quase alcançado em 2004”. No ano em que a EDP atingiu lucros de 440 milhões de euros (mais 15% do que em 2003), este programa foi um dos suportes do crescimento do EBITDA (’cash flow’ operacional) consolidado, que subiu 7,7% para os 1,9 mil milhões de euros, nomeadamente por via da redução das despesas com pessoal.

A eléctrica, liderada por João Talone, explica que o programa de redução de pessoal permitiu em 2004 poupanças nos custos com pessoal na ordem dos 33 milhões de euros. Destes, 22 milhões foram por via das rescisões, antecipações e pré-reformas, e 11 com as antecipações à idade actual da reforma.

Os resultados extraordinários, no entanto, foram afectados de forma negativa, devido aos custos com a antecipação das idades dos trabalhadores, calculados nesta rubrica em cerca de 25 milhões de euros só no ano passado.

Em 2004, segundo dados oficiais da empresa, o PPRH conduziu à saída de 791 funcionários ligados à distribuição de electricidade, sendo que deste número 705 dizem respeito a antecipações à pré-reforma e a pré-reformas efectivas.

Em 2004, o negócio principal da EDP em Portugal englobava 7.341 trabalhadores, quando em 2003 este número era de 8.335, mais 11,9%. No caso da EDP Distribuição, esta empregava 8.221 pessoas em 2000, número que desceu para 5.532 em 2004.

A empresa sustenta, com bases em dados do ano passado, que a “produtividade tem vindo a aumentar de forma consistente. As vendas e electricidade por cada empregado aumentaram 33% nos últimos dois anos”, refere a EDP.
 
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por marafado » 11/3/2005 21:02

PT rejuvenesce efectivos com reformas antecipadas

Hermínia Saraiva


A Portugal Telecom rescindiu contratos, por via de reformas antecipadas, com cerca de 2.000 trabalhadores entre 2003 e 2004.

Ao longo dos últimos dois anos, a empresa investiu mais de 485 milhões de euros nestes processos, dos quais 171 milhões em 2004, altura em que a empresa perdeu 0,8% da sua força de trabalho em Portugal. Por outro lado, a empresa registou um crescimento de 49% no número de trabalhadores no estrangeiro. Nas actividades em território nacional a empresa emprega actualmente mais de 15 mil pessoas, com o negócio da rede fixa a ser ainda o principal empregador, com 8.311 efectivos, valor que compara com os 1.133 da TMN, o maior contribuinte para o negócio do grupo.

Em Portugal, o programa de redução de efectivos vai prosseguir durante este ano e poderá abranger cerca de mil pessoas. A empresa prevê gastar até 270 milhões de euros, um valor que corresponderá a um custo médio de 250 mil euros por trabalhador.

Na apresentação de resultados de 2004, o CFO da holding, Zeinal Bava, explicou aos jornalistas que as despesas com redução de efectivos não são comparáveis com os custos das rescisões de mútuo, já que, no caso da Portugal Telecom, “os custos associados incluem o pagamento de salários a valor actuais até à idade de reforma”.

Ainda que a redução de efectivos prevista para 2005 deva afectar essencialmente a PT Comunicações, isso “não significa que ao longo do ano, fruto da racionalização e de simplificação de processos em todo o grupo, não possa haver reduções em outras áreas”, esclareceu Miguel Horta e Costa, na mesma altura. As rescisões de contrato e pré-reformas – realizados, segundo Zeinal Bava, em “clima de paz social” – não invalidam, no entanto, novas contratações em áreas consideradas estratégicas, no sentido de rejuvenescimento dos quadros.
 
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por marafado » 11/3/2005 21:00

Uma operação que pode trazer frutos à Sonae

Dois anos volvidos após o primeiro anúncio sobre o ‘spin-off’ (separação) da Sonae Indústria, ontem o “patrão” do grupo anunciou que, até ao final deste ano, o processo estará finalmente concluído.

É certo que, quando a operação foi montada afigurava-se mais interessante do que agora, pois foi feita no pressuposto de que incluiria a forte posição então detida pela Sonae no sector papeleiro, através da Portucel e da Gescartão, entretanto vendidas, mas não deixa de ser positivo que, finalmente, a autonomização pareça estar próxima de ser uma realidade. Estranhar-se-á a demora na conclusão do processo mas, recorde-se, que Belmiro de Azevedo sempre alertou para a necessidade de, antes de tudo, por a empresa numa boa situação e em condições de, sozinha, poder cumprir os objectivos de novas fontes de financiamento que permitissem o desenvolvimento da actividade e a sustentação de outras apostas do grupo. “Essa é a fase mais difícil”, frisava o empresário. Ontem, Belmiro destacou que os anos de turbulência vividos pela Sonae Indústria parecem ser passado e que ela está “preparada para discutir com qualquer outro player internacional”. Se a isso juntarmos os bons resultados do grupo e das restantes participadas parece ser este, apesar de tudo, um ‘timing’ positivo para concluir uma operação há muito desejada pelos responsáveis da Sonae.
 
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por marafado » 11/3/2005 20:58

BCP em máximo de 26 meses com movimento especulativo

Maria João Gago


Título registou terceiro maior volume de transacções desde o início do ano e subiu em contraciclo com o sector.

As acções do Banco Comercial Português atingiram ontem o seu valor mais elevado desde Dezembro de 2002, na sequência de movimentos considerados especulativos por vários analistas contactados pelo Diário Económico. Além de ter estado quase toda a sessão a subir quase 1%, em contraciclo com o desempenho da banca europeia, o BCP movimentou mais de 20 milhões de acções, o que representa o terceiro maior volume de negócios desde o início do ano.

O título chegou valer 2,18 euros, na sequência de uma valorização de 0,93%. No entanto, no final da sessão, acabou por anular parte dos ganhos, encerrando com uma progressão de 0,46%, nos 2,17 euros, o valor mais alto dos últimos 12 meses. Já o Banco BPI e o BES caíram 0,94% e 0,15%, respectivamente, enquanto o DJ Stoxx de banca, o índice europeu do sector, cedeu 0,7%.

Além do elevado volume de transacções registado ontem, nos últimos dias, o BCP foi também alvo de vários negócios realizados fora de bolsa. Na sexta-feira passada, foi negociado fora de bolsa um bloco de 22,19 milhões de acções, correspondentes a uma participação de 0,68% no capital do BCP. Já na segunda-feira, foram transaccionadas 5,4 milhões de títulos, também fora de mercado, em três blocos diferentes.

Estrutura accionista pode sofrer alterações
Para os analistas, o desempenho do banco liderado por Jardim Gonçalves surpreende, sobretudo pelo facto de a valorização ser acompanhada de um elevado volume de negócios. Na opinião destes especialistas, esta coincidência deverá resultar da entrada de investidores estrangeiros no capital do BCP. Assim, não será de estranhar que, no médio prazo, venham a verificar-se alterações na estrutura accionista, admitem.

Entre os operadores de mercado, voltaram entretanto a circular rumores sobre a possibilidade de o Fortis poder entrar no capital do BCP. Ainda recentemente, um responsável do grupo belga-holandês, que é parceiro do banco no ‘bancassurance’, admitiu essa possibilidade, em entrevista ao Expresso. O facto de o Fortis apresentar hoje os seus resultados anuais acabou por ser mais uma razão para o ressurgimento deste rumor.

Quanto à possibilidade de o interesse pelas acções do BCP estar relacionado com o facto de Paulo Teixeira Pinto ir assumir à liderança da instituição na assembleia geral da próxima segunda-feira, os analistas dividem-se.

Há quem defenda que o título já descontou a sucessão de Jardim Gonçalves e que não se esperam grandes novidades da reunião. Mas para alguns especialistas o futuro presidente do BCP vai ser o protagonista da afirmação do grupo como uma instituição europeia, o que pode ter implicações na sua estrutura accionista.
 
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por marafado » 11/3/2005 20:57

O orgulho europeu

Financial Times


As credenciais económicas da Europa podem estar na mira de todas as críticas, mas o EADS, o gigante do sector aeroespacial, ainda consegue preencher o orgulho do Velho Continente.

A empresa europeia excedeu as expectativas ao registar um crescimento de 58% nos lucros operacionais, acompanhando a tendência da Airbus - o negócio de aviação comercial -, que gera 79% dos lucros e detém, actualmente, 57% da quota do mercado global.

Os ventos contrários parecem, contudo, estar a intensificar-se. A EADS tem uma exposição líquida (activos menos passivos) de 11 mil milhões de dólares face à moeda norte-americana. Esta estratégia de ‘hedging’ assaz inteligente pode, todavia, ser minada pela fraqueza do dólar e privar a empresa de 750 milhões de euros nos lucros de 2006. A dizer a verdade, as opções são escassas, na medida em que a diversificação da base de produção da Airbus nos EUA ou em países asiáticos, por exemplo, teria consequências políticas tremendas. Outra hipótese seria coagir os fornecedores, não obstante correr-se o risco de colocar maiores pressões sobre o emblemático projecto de construção do A-380, que já excedeu o orçamento previsto em 1,5 mil milhões de euros.

Sublinhe-se que dois terços dos lucros anunciados pela EADS na Airbus resultam de “malabarismos” contabilísticos. Basta ver que a BAE Systems, a empresa de defesa britânica que detém 20% da Airbus, anunciou uma quebra de 7% nos lucros na Airbus.

No fundo, são muitas as pressões a que a aviação comercial está sujeita - das margens baixas nas vendas às companhias aéreas de baixo custo, passando pela recuperação da sua arqui-rival Boeing, tudo conta. Reorientar o EADS para a área da defesa podia ajudar. Mais, a fusão com a francesa Thales, o negócio de electrónica de defesa, também facilitaria o acesso aos mercados britânico e francês, que respondem por três quartos da pesquisa em defesa e investimento em I&D na Europa. Isto poderia, contudo, desestabilizar o equilíbrio franco-alemão no seio do EADS. Ironicamente, o orgulho europeu corre o risco de se transformar num obstáculo para o seu “campeão”.
 
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por marafado » 11/3/2005 20:56

Acções europeias são refúgio ao dólar fraco no curto prazo

Pedro Ferreira Esteves


Apesar dos máximos recentes, as matérias-primas também oferecem algum valor, dado o estreito equilíbrio entre oferta e procura.

O actual contexto dos mercados financeiros, caracterizado por um dólar fraco e preços altos no petróleo, ouro e obrigações, está a condicionar a actividade dos gestores de activos, que procuram mercados que funcionem como refúgio, mas que garantam também a captação de valor. Os mercados accionistas europeus são a escolha consensual para o curto prazo, desde que a queda da moeda norte-americana não coloque o euro acima dos 1,40 dólares.

A semana que hoje termina foi dominada pelo agravamento de tendências ascendentes em diversos mercados financeiros, com o dólar fraco no centro de todos os movimentos: o euro ascendeu aos 1,34 dólares, o máximo desde o final do ano passado, o petróleo renovou máximos históricos e, como consequência destes dois factores, o ouro disparou para o valor mais alto desde Dezembro. Já as ‘yields’ (taxas de rendimento até à maturidade) das obrigações continuam a cair (ver textos abaixo). Estes movimentos tiveram reflexo igualmente em matérias-primas como o cobre, o alumínio ou o aço, cujos preços voltaram a subir.

De acordo com os gestores de activos contactados pelo Diário Económico, perante este cenário, as acções europeias constituem o activo com maior potencial de valorização, mesmo depois de terem registado o máximo de quase três anos no último mês. Especialmente devido ao facto de estarem denominadas em euros, o que oferece protecção a uma eventual descida adicional do dólar.

“As bolsas na Europa ainda têm valor: os balanços das empresas estão mais limpos, as cotações estão baixas em termos históricos e as ‘dividend yields’ oferecem algum potencial de rentabilização”, explicou Rodrigo Pinheiro, director do ‘research’ do BES Investimento em Madrid. Esta ideia é partilhada por Margarida Matos Rosa, responsável pela área de gestão de activos do BNP Paribas, que desaconselha o investimento em taxa fixa. Isto apesar de ser consensual entre os economistas que o Banco Central Europeu (BCE) só deverá subir as taxas de juro mais perto do final do ano. “É arriscado entrar agora nas obrigações, mesmo com a descida das ‘yields’. Uma eventual saída poderá, no entanto, esperar até ao segundo trimestre do ano”, esclareceu.

Para além das acções europeias, os gestores encontram algum valor nas matérias-primas. A procura nestes mercados continua a crescer, alimentada sobretudo pela China e Índia, enquanto que a oferta apresenta-se limitada. Esta situação estende-se não só ao mercado do petróleo, mas também ao cobre, aço, alumínio e, até mesmo, ao café e cacao.

No caso do imobiliário, que foi em 2004 um dos activos mais procurados pelos fundos de investimento na estruturação das suas carteiras, os gestores consideram que se trata de “um problema lento na Europa, à beira de uma verdadeira ‘bolha’ especulativa”.

Cenário muda com euro nos 1,40 dólares
A aposta em acções europeias só é válida para o estado actual dos mercados. No caso do dólar se enfraquecer adicionalmente, e tendo em conta o seu papel central no presente cenário, as estratégias dos gestores serão alteradas.

“O euro nos 1,40 dólares é preocupante, porque colocaria seriamente em causa a actual retoma económica. Regressaríamos a uma aposta em taxa fixa, perante o adiamento da subida das taxas pelo BCE”. Por outro lado, a actividade das empresas europeias ficaria gravemente condicionada e isso teria impacto negativo no valor das suas acções.


Impacto na economia ainda não preocupa

Os níveis elevados a que negoceiam petróleo e euro observaram-se igualmente durante o ano passado, em especial no último trimestre. Nessa altura, inúmeros responsáveis políticos e economistas europeus manifestaram-se preocupados com o possível impacto negativo na retoma económica em curso. Num contexto muito semelhante, como aquele que se vive actualmente, ainda não surgiram alertas muito vincados por parte dos mesmos responsáveis.

“Podemos estar a subestimar algo que terá efeitos muito mais graves se esta tendência se prolongar”, alertou à AFP a economista-chefe da Société Générale, Véronique Riches-Flores. Os últimos indicadores económicos, em especial nos EUA, poderão explicar esta relativa despreocupação por parte dos responsáveis políticos, uma vez que não dão sinais de que o petróleo caro, por exemplo, esteja a condicionar significativamente a economia. “Se calhar é possível viver normalmente com um preço do petróleo completamente irracional”, sublinha a mesma economista.

No entanto, para Lorenzo Codogno, economista do Bank of America em Londres, há razões para os políticos estarem “preocupados”, mas “é provavelmente muito cedo para perceber se se trata de um movimento temporária ou se é uma tendência duradoura”.


Défice nos EUA enfraquece dólar

O dólar voltou a descer, esta semana, contra as suas rivais, penalizado pela preocupação sobre o valor do défice comercinal nos EUA, cujos dados serão conhecidos hoje. O euro negociou nos 1,34 dólares pela primeira vez desde o início de Janeiro, depois de no final de Dezembro ter alcançado um recorde nos 1,366 dólares. Para alguns analistas, uma possível diversificação das reservas dos bancos centrais poderá colocar o euro nos 1,50 dólares até ao final do ano.


Risco de penúria explica recordes

O petróleo renovou o recorde em Londres nos 54,3 dólares por barril e esteve à beira do máximo histórico nos 55,65 dólares nos EUA. A crescente procura num contexto de temperaturas baixas, a especulação agressiva dos fundos de investimento e a capacidade limitada dos países produtores, levam os investidores a temerem um possível cenário de penúria de petróleo nos mercados. Uma situação que poderia levar o crude até aos 80 dólares por barril.


‘Yields’ continuam em valores baixos

A maior parte das previsões apontavam, no início de 2004, para uma subida das ‘yields’ das obrigações, tanto na zona euro como nos EUA, numa altura em que os bancos centrais mostravam sinais de uma subida gradual das taxas de juro. Se este prognóstico acabou por ser confirmado nos EUA, na zona euro a retoma económica fraca não permite ao BCE subir as suas taxas. Uma situação que continua a manter as ‘yields’ em valores baixos.


Ouro no máximo desde Dezembro

O ouro subiu ontem para o seu valor mais alto desde 29 de Dezembro nos 442,65 dólares por onça, a alguma distância ainda do máximo de 16 anos testado a 6 de Dezembro nos 455 dólares. O dólar fraco torna mais barato o preço do metal precioso, numa tendência que se estende a outros metais industriais e matérias-primas. O índice CRB, que reúne 17 matérias-primas de natureza diversa, atingiu também ontem o seu valor mais alto desde 1981
 
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por marafado » 11/3/2005 20:55

Banca
CGD planeia reduzir posição na EDP de 9,8% para 5%

Maria João Gago e Rui Cabrita


Banco público informou a empresa de que quer fazer uma colocação junto de investidores institucionais, revelou a Reuters.

A Caixa Geral de Depósitos vai reduzir a sua participação accionista na EDP de 9,8% para 5%. O banco público já avisou a eléctrica de que se prepara para vender cerca de 4,8% do seu capital a investidores institucionais, adiantou uma fonte da empresa à Reuters.

Também ontem o presidente da EDP admitiu que a CGD pode vir a diminuir a sua participação na eléctrica. João Talone falava numa apresentação a analistas, realizada na cidade espanhola de Oviedo, e não avançou mais detalhes sobre a operação, sublinhou a agência internacional.

Contactadas pelo Diário Económico, fonte próxima do Conselho de Administração do banco público refere ser à CGD que compete dizer se vende ou não vende, quando vende e como vende as suas participações financeiras. Oficialmente, “a Caixa não comenta declarações que não conhece”. Um porta-voz da EDP não quis fazer qualquer comentário.

O desempenho das acções da EDP revelou-se relativamente indiferente a esta notícia. O título encerrou a perder 0,45%, nos 2,22 euros, acompanhando a tendência negativa do índice europeu das ‘utilities’.

Se reduzir a sua participação na EDP para 5%, a Caixa voltará a ter uma participação idêntica à que detinha antes e depois do aumento de capital da eléctrica, realizado em Novembro último (ver cronologia). No entanto, esta posição aumentou para 9,8%, na sequência do reforço de capitais do próprio banco, uma vez que parte desta operação foi assegurada pela entrega de acções da EDP ainda por privatizar.

Para reduzir a sua posição de novo para os 5% da eléctrica, a Caixa terá de vender os títulos que já foram objecto de privatização e que o banco subscreveu no aumento de capital, uma vez que os outros não são transaccionáveis.

Para que a Caixa possa alienar as acções ainda não privatizadas, é necessário que o Governo aprove um decreto-Lei que consagre a privatização desses títulos.

O Governo já tinha afirmado no ano passado que pretendia reduzir a sua posição directa e indirecta na EDP para cerca de 15% nos primeiros meses deste ano, embora na altura não tivesse explicado de que forma o pretendia fazer.


História da relação recente entre CGD e EDP


8 de Novembro de 2004: Caixa vende 4,75% da EDP, correspondentes a 142,5 milhões de acções não privatizadas, à Parpública;

11 de Novembro de 2004: CGD informa que vai pagar 63,59 milhões de euros na aquisição de direitos de subscrição que lhe permitem comprar acções (privatizadas) no aumento de capital da EDP, por forma a ficar com uma posição de 4,75% no capital da eléctrica após aquela operação;

13 de Dezembro de 2004: EDP anuncia que a CGD subscreveu 175,2 milhões de acções da empresa, passando o deter, directa e indirectamente, um total de 178,8 milhões de títulos, correspondentes a 4,89% do capital da eléctrica;

27 de Dezembro de 2004: Estado entrega 179,3 milhões de títulos da EDP, representativos de 4,9% do capital da empresa, à CGD, no âmbito do aumento de capital do banco público. De acordo com a Caixa, este lote de acções estava avaliado em 400 milhões de euros.
 
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por marafado » 11/3/2005 20:54

Sonae SGPS com resultados consolidados de 192 milhões

António Freitas de Sousa


Num ano de fortes investimentos, o grupo de Belmiro de Azevedo vai pagar dois cêntimos por acção aos accionistas (mais 33%).

Os resultados líquidos consolidados da Sonae SGPS - ‘holding’ debaixo da qual se agrega o grupo liderado por Belmiro de Azevedo - atingiram os 192 milhões de euros no final do exercício de 2004, o que resulta num crescimento de cerca de 68% em relação aos 114 milhões obtidos em período homólogo de 2003.

Do mesmo modo, o EBITDA fixou-se nos 779 milhões de euros, mais 22,3% que os 637 milhões do final de 2003. O volume de negócios atingiu, para o mesmo período, os 6.634 milhões de euros, o que representa um crescimento de 6% face aos 6.260 milhões no final de 2003.

Ângelo Paupério, administrador a quem coube, ontem no Porto, a apresentação dos resultados da ‘holding’, enfatizou ainda a redução do endividamento líquido em cerca de 71 milhões de euros - passando de 2.574 milhões no final de 2003 para 2.503 milhões, possível nomeadamente através do crescimento da maturidade da dívida - “no mesmo período em que o investimento bruto atingiu os 741 milhões de euros”. Neste momento, “não é objectivo reduzir a dívida consolidada, dado que o nível de alavancamento nos parece adequado”, afirmou, para acrescentar que em 2005 a paridade entre aquele rácio e o EBITDA é para manter constante com o de 2004. Mas aquele investimento é o que resulta da consolidação. Na realidade, e segundo a administração, o grupo investiu em 2004 um total de 1.125 milhões de euros nas suas várias frentes de negócio.

Em termos previsionais, Ângelo Paupério afirmou que em 2005 o investimento bruto será “de continuação” em relação a 2004, com algum eventual “reforço”. Dois factores, o investimento e a redução do endividamento, que levaram Belmiro de Azevedo a agradecer “aos nossos parceiros de negócio”, ou seja, a banca. A quem o presidente da Sonae não agradeceu foi aos responsáveis pelo capital de risco que, disse, “não existe em Portugal”, facto que considerou ser inibidor do desenvolvimento empresarial no território.

Ainda em termos de resultados consolidados, os operacionais passaram de 203 milhões de euros em 2003 para 355 milhões no final do ano passado (mais 74%), e os financeiros melhoraram 27%, mas mantiveram-se negativos, passando de 229 para 167 milhões de euros. Sem o contributo da alienação de 49,9% do fundo Sierra (2003), os resultados extraordinários de 2004 ficaram-se pelos 122 milhões de euros (contra 331 milhões em 2003), com a venda da Portucel (75 milhões) e da B&A (18 milhões).
 
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por marafado » 11/3/2005 20:54

Belmiro de Azevedo finaliza este ano ‘spin-off’ da Sonae Indústria

Sónia Santos Pereira


O processo de autonomização da Sonae Indústria face à Sonae SGPS demorará seis meses.

Belmiro de Azevedo sempre vai avançar este ano com o ‘spin-off’ da Sonae Indústria face à Sonae SGPS, agora que o balanço está consolidado e a empresa está a dar lucros. Além deste anúncio feito ontem na apresentação de contas da Sonae SGPS, o presidente do grupo afirmou a intenção de reforçar a actividade de ‘venture capital’, procurando novos negócios onde investir, a um ritmo compatível com a geração de ‘cash-flow’, e alienando o pouco que resta de não ‘core’. Neste âmbito, inserem-se as unidades de contraplacado de madeira detidas em França e que já em 2003 foram transferidas da Sonae Indústria para a Sonae Capital.

O “período de autonomização da Sonae Indústria está encerrado” e “vamos iniciar um processo administrativo/financeiro” para a cisão, que vai demorar “no mínimo seis meses”, avançou Belmiro de Azevedo. “A decisão estratégica foi tomada”, salientou. A operação obriga a um conjunto de procedimentos de natureza financeira, jurídica e fiscal e “não é fácil”. Belmiro de Azevedo afirmou que todo este processo estará concluído até ao final do ano.

A Sonae Indústria deverá ficar cotada apenas na Bolsa de Lisboa, apesar de ter sido anunciada a possibilidade da manutenção e entrada em outros mercados de capitais. Neste momento, a Sonae Indústria está cotada na Bolsa de Lisboa, tem a Tafisa cotada em Espanha e a Glunz na Alemanha, esta em processo de retirada. A Sonae SGPS manterá os 56,72%, a mesma participação que a ‘holding’ pessoal de Belmiro de Azevedo (Figest) possui na Sonae SGPS.

Desde o anúncio, em Março de 2003, até à decisão final, a Sonae Indústria realizou um conjunto de operações, direccionadas para a redução do endividamento e para a melhoria da operação industrial, que durante quatro anos consecutivos registou prejuízos. Como referiu Belmiro de Azevedo, a empresa “passou três anos de grande turbulência”, encontrando-se agora “preparada para discutir com qualquer outro ‘player’ internacional”. As unidades industriais deverão ser alvo de investimentos na melhoria dos equipamentos, incluindo a alemã Nettgau, com vista ao aumento da capacidade.

No exercício de 2004, a empresa de aglomerados apresentou um resultado líquido consolidado de 29,1 milhões de euros, obteve um volume de negócios de 1.580 milhões de euros e um EBITDA de 227,1 milhões. A dívida líquida fixou-se nos 574,2 milhões, uma redução de 397 milhões face ao exercício de 2003.

Belmiro de Azevedo pretende reforçar a actividade de ‘venture capital’ através da Sonae Capital, mantendo-se atento a eventuais oportunidades de aquisições ou lançamento de novos negócios, que não especificou. Ainda na quarta-feira, a corretora MDS anunciou a expansão da a sua actividade. A ‘sub-holding’ para os novos negócios, que agrega áreas como o turismo, construção e seguros, terá de tirar partido de eventuais alienações ou oportunidades que surjam no mercado. Há menos de um ano, a Sonae entrou no negócio da Saúde.

Belmiro quer fim do monopólio da PT
Belmiro de Azevedo acusou ontem as autoridades nacionais de permitirem à Portugal Telecom o abuso de posição dominante, apelando para que o incumbente seja obrigado a alienar a rede de cabo. O presidente da Sonae, que detém a Optimus, Novis e Clix, através da Sonaecom, “gostaria que houvesse separação” accionista da rede de cobre e cabo da PT e que, de uma vez por todas, se decidisse “acabar com os monopólios do operador”. “É óbvio que tem havido, com consentimento das autoridades, um abuso de posição dominante” por parte da PT, acusou, acrescentando que a situação éprejudicial para o País. “Não pensava que tivéssemos reguladores tão débeis.” De acordo com o o mesmo responsável “não é inocente que as autoridades aprovem tarde projectos inovadores e competitivos”, numa clara alusão ao Optimus Home, acrescentando isto “significa dar mais tempo a quem está preparado”.


Modelo Continente equaciona parcerias

A Modelo Continente poderá vir a realizar uma parceria, depois da aquisição da participação do Carrefour que permitiu à Sonae passar a deter 98,06% dos direitos de voto na distribuidora. Belmiro de Azevedo afirmou que “pode ser importante um parceiro”, mas terá de ser uma “alienação a alguém que venha acrescentar valor”. Como costuma dizer e repetiu, “as empresas comandam-se com 51%”.

O presidente da Sonae referiu que mantém contactos com os anteriores parceiros do Carrefour, recordando que a família de Paul Hally, com quem já fez uma parceria para a distribuição através da Promodès, é hoje quem “manda no Carrefour”.

A distribuidora da Sonae está interessada em concentrar as operações de retalho na região Sul do Brasil e poderá vir a alienar as lojas de S. Paulo, onde possui uma pequena quota de mercado e tem de se bater numa atmosfera de elevado nível de competitividade. Anunciado foi já um investimento de 50 milhões de euros a aplicar neste exercício no Brasil.

Em Portugal, a empresa aguarda pelas autorizações de licenciamento e/ou licença de construção. A Modelo Continente tem 200 milhões para aplicar no país. Nuno Jordão, CEO da distribuidora, afirmou que entre aprovações e chumbos aos pedidos “o balanço é positivo”.


Sierra em fase de gestão

A nova Sonae Sierra entrou numa fase de gestão dos seus activos, em detrimentos de novos lançamentos - para além dos que são já do conhecimento do mercado. O valor das propriedades da ‘sub-holding’ está fixado nos 1.985 milhões de euros, cerca de 25% mais que no final de 2003. Em termos comparáveis, os resultados líquidos cresceram 6,5%, enquanto que o Net Asset Value atingiu os 1.060 milhões de euros, mais 11% que em 2003.


Capital reduz dívida

Com um EBITDA positivo em todas as áreas de negócio em que está presente, a Sonae Capital atingiu um crescimento daquele rácio de mais de 142% no final de 2004. E conseguiu passar de prejuízos em 2003 para resultados positivos em 2004, da ordem dos 90 milhões de euros. Para mais, o endividamento líquido, onde se incluem suprimentos, foi alvo de uma quebra de 78,6%, não indo além, no final de 2004, dos 58 milhões de euros.


Sonaecom chega aos lucros

No meio de fortes críticas à autoridade que tutela as telecomunicações e às posições da TMN, a Sonaecom chegou aos lucros no final de 2004: 39 milhões de euros, que comparam com os prejuízos de 20 milhões de 2003. O lançamento de novos produtos ao nível das telecomunicações, o reposicionamento do jornal Público em relação aos produtos associados e “o sucesso dos projectos internacionais de consultoria” fizeram a ‘revolução’.
 
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por marafado » 11/3/2005 20:53

EDIA admite vir a exigir indemnização à Gescartão

G.S.


A empresa gestora do Alqueva, EDIA, admite vir a exigir uma compensação pelos custos acrescidos que teve de suportar para limpar os terrenos onde estava instalada a antiga fábrica de papel Portucel Recicla. O custo superou em 44 milhões o valor previsto.

“Admitimos ponderar essa hipótese”, disse ontem o porta-voz da EDIA, referindo-se a um eventual pedido de indemnização à Gescartão, a empresa-mãe da Recicla. A decisão depende, segundo a mesma fonte, do desenvolvimento de um outro processo judicial, levantado pela Gescartão contra a EDIA.

A acção em causa, ainda a aguardar julgamento, visa fazer com que a sociedade gestora pague 7,8 milhões de euros, a última tranche dos 25 milhões de euros que a EDIA teria de pagar a título de expropriação, já que o enchimento da barragem do Alqueva obrigou ao desmantelamento da Portucel Recicla.

A EDIA comprometeu-se a pagar aos accionistas um total de 29,7 milhões de euros, dos quais, 4,9 milhões seriam retidos para pagar a despoluição. O relatório do Tribunal de Contas, divulgado esta semana, diz que a limpeza acabou por custar 49,2 milhões de euros. A EDIA usou este argumento e o facto da Gescartão não ter feito uma nova fábrica na região - um dos pressupostos na altura da negociação dos valores - para se recusar a pagar a última tranche. Agora, além de não pagar estes 7,8 milhões, a EDIA admite ainda exigir à Gescartão que cubra os custos adicionais “ tanto mais que o valor acordado (4,9 milhões de euros) fora calculado tendo por base quer a informação disponibilizada pela Portucel Recicla, entidade que conhecia a extensão e volume das lamas e outros resíduos, quer o estudo do Deutsche Bank Investimentos”, refere o Tribunal.
 
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por marafado » 11/3/2005 20:51

Portugueses estão a esgotar viagens para destinos de sonho


Notícia agenciafinanceira.com
(11/03/05)-(Agência Financeira) Brasil, Tunísia e Egipto foram os três países mais procurados para fazer uma pausa durante as miniférias da Páscoa, de acordo com Eduardo Pinto Lopes, vice-presidente da APAVT, em declarações ao jornal Público.

O Nordeste do Brasil está mesmo esgotado e há operadores que tiveram que colocar voos suplementares para conseguir dar resposta às solicitações, acrescentou.

A Star tem todos os voos charter cheios. Destinos como o Nordeste do Brasil, mas também Caraíbas (Punta Cana, na República Dominicana, e Varadero, em Cuba) estão esgotados, segundo o director comercial da Star, José António Pinto. A agência disponibilizou um voo charter suplementar para Salvador da Bahia, no Nordeste brasileiro.

O mesmo responsável salienta que também houve muita procura interna de turismo, designadamente para o Algarve. O Sul de Espanha, bem como as ilhas Baleares e Canárias, suscitaram algum interesse por parte dos portugueses. A ilha da Madeira registou igualmente procura, sobretudo na Semana Santa (a Páscoa celebra-se a 25).

Na Europa, a TAP viu-se obrigada a aumentar os voos para Paris durante a Páscoa, para fazer face à elevada procura de bilhetes.

Para Eduardo Pinto Lopes, da APAVT e representante do operador Terrabrasil, a procura de viagens em geral é idêntica à do ano passado neste período da Páscoa, mas como a oferta é maior, o volume de vendas aumentou.

O Público tentou contactar a agência de viagens Abreu, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição.


Editorial
 
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por marafado » 11/3/2005 20:49

IEA revê em alta procura para 2005

DE


Agência Internacional de Energia (IEA) reviu hoje em alta de 330 mil barris diários a procura de petróleo para este ano, actualmente estimada em 84,3 milhões de barris por dia.

A AIE atribui esta revisão às baixas temperaturas que se fazem sentir e que são susceptíveis de fazer subir a procura de petróleo em mais de 100 mil barris por dia.

Outro factor que fez aumentar a previsão em mais 130 mil barris diários é a convicção generalizada de que a economia norte-americana se vai manter dinâmica no primeiro semestre deste ano.

Por fim, o consumo diário da China, primeira beneficiária do dinamismo da economia dos EUA, foi revisto em mais 100 mil barris.

A procura de petróleo na China deve aumentar este ano 7,9%, face a 2004, para 6,88 milhões de barris diários.

O ano passado, o consumo de petróleo por parte da China aumentou em 15,6%.
 
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por marafado » 11/3/2005 20:49

Naturcorp obtém lucro de 17,4 M€ em 2004

Lusa


A Naturcorp obteve em 2004, no seu primeiro exercício completo como grupo gasista da Hidrocantábrico, detida pela EDP, um lucro de 17,4 milhões de euros, anunciou hoje a empresa em conferência de imprensa.

A Naturcorp, que tem redes no País Basco e Astúrias e foi vendida em 2003 pelo governo basco à Hidrocantábrico, controlada pela EDP-Energias de Portugal.

O volume de negócios da Naturcorp foi de 496,3 milhões de euros e o resultado bruto operacional (EBITDA) atingiu os 111,2 milhões de euros.

A dívida financeira no final do exercício era de 28,4 milhões de euros e os investimentos efectuados ascenderam a 59 milhões de euros, dos quais 28 milhões para a distribuição, 18 milhões para as redes de transporte e 12 milhões para a co-geração.

Durante 2004, a Naturcorp comercializou 10 252 GigaWatts/hora (GWh), dos quais 9853 GWh de gás natural e 399 GWh de electricidade, o que supõe uma quota no mercado liberalizado de gás em Espanha de 4%.

O novo director-geral da gasista, Rubén Llop, afirmou que todos os objectivos financeiros foram superados, apesar de 2004 ter sido um ano "muito duro" devido à competitividade do sector e ao processo de integração das companhias que integram a Naturcorp.

Para 2005, Llop anunciou que os investimentos vão crescer cerca de 20% e a maior parte destina-se ao País Basco, o principal mercado da empresa.

Os objectivos comerciais passam por manter a quota de mercado do gás no País Basco e aumentar no resto de Espanha e no mercado eléctrico.

O presidente da empresa, Manuel Menéndez, afirmou que a Naturcorp tem "novas perspectivas" porque o Grupo EDP necessita de crescer mais no mercado espanhol de gás do que no da electricidade, mas duvidou que fique com a responsabilidade do negócio do gás da EDP em Portugal porque tratando-se de um mercado regulado "não existiriam sinergias nem formas de integração".

Em contrapartida, considerou como uma operação "com toda a lógica" as negociações que mantém para comprar à Câmara de Bilbao os 50% que detém na Bilbogas.
 
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por marafado » 11/3/2005 20:48

Lucro da Corticeira Amorim aumenta 23,6% para 10 M€

DE


Os resultados líquidos da Corticeira Amorim registou no ano passado um crescimento para os dez milhões de euros (M€), uma progressão de 23,6% face aos 8,1 M€ obtidos no exercício anterior.

Segundo um comunicado hoje emitido pela Corticeira Amorim, no ano passado as suas vendas atingiram os 429 M€, contra os 427,5 M€ obtidos em 2003, enquanto o EBIT manteve-se estável nos 20,7 M€.

O EBITDA, contudo, caiu 4,3% para os 49,3 M€, enquanto a dívida bancária líquida diminuiu 48 M€ relativamente a Dezembro de 2003.

"A conjugação resultante da libertação do 'cash-flow' económico e da diminuição das Necessidades de Fundo de Maneio permitiram a referida redução da dívida", diz o documento, acrescentando que o Investimento manteve-se em "níveis normais", tendo atingido os 16 M€.

Os Resultados Financeiros (no sentido POC) melhoraram para os -9,3 M€, contra os -11,3 M€ verificados em 2003.

A Corticeira Amorim adiantou ainda que irá propôr a distribuição de um dividendo bruto de 0,035€ por acção.

A Corticeira Amorim encerrou a sessão de hoje na Euronext Lisbon a ganhar 0,84% para os 1,20€.
 
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por marafado » 11/3/2005 20:47

Tecnológicas lideram ganhos das bolsas europeias

DE


As principais praças da União Europeia encerraram a sessão de hoje em alta, com os títulos das empresas tecnológicas a beneficiarem do anúncio por parte da gigante norte-americana Intel de que as suas vendas irão exceder neste trimestre as expectativas dos analistas.

Segundo os analistas, "a indústria (dos semicondudores) está a recuperar depois de ter sofrido no ano passado. Os mercados accionistas têm sido demasiado prudentes, e a tendência actual é favorável às tecnológicas".

Para além das tecnológicas, os peritos chamam a atenção para os ganhos das transportadoras Swiss International e Lufthansa, depois de ter sido noticiado pela imprensa financeira alemã que ambas as empresas estão próximas de um acordo de fusão.

Deste modo, o Ibex-35 de Madrid subiu 0,12% para os 9330,20 pontos e o CAC-40 de Paris cresceu 0,27% para os 4049,18 pontos, enquanto o FTSE-100 de Londres aumentou 0,40% para os 4982,00 pontos e o Dax Xetra de Frankfurt ganhou 0,53% para os 4360,49 pontos.

Em contra-ciclo encerrou o S&P/MIB de Milão, que deslizou 0,07% para os 31 680,00 pontos
 
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por marafado » 11/3/2005 20:46

Aumento do défice comercial dos EUA penaliza dólar

DE


A 'nota verde' voltou hoje a cair face ao euro, devido ao aumento inesperado hoje anunciado a subida em 4,5% do défice comercial dos Estados Unidos em Janeiro para o segundo valor mais elevado de sempre.

Deste modo, às 17h00 o euro era transaccionado nos mercados cambiais a 1,3466 dólares, contra os 1,3408 dólares registados no fecho de quinta-feira e depois de ter variado entre os 1,3389 e os 1,3482 dólares durante o dia, sendo este valor o mais elevado dos últimos dois meses entre as duas divisas.

Com a queda de sexta-feira, o dólar regista a maior quebra semanal desde Dezembro de 2004.

Segundo os analistas, "o agravamento do défice comercial norte-americano era inesperado, e leva os investidores a procurarem afastar-se dos dólares, uma vez que a maior economia do mundo não pode viver indefinidamente acima das suas possibilidades".

O iene japonês também ganhou terreno face ao dólar mas desceu perante o euro, sendo que às 17h00 o dólar valia 103,93 ienes e o euro 139,95 ienes, contra 104,15 e 139,64 ienes no término da última sessão, respectivamente.
 
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Fazer Rir é negócio

por marafado » 11/3/2005 20:41

Fazer Rir é negócio

Catarina Madeira


Está na moda, é divertida, mas é também um negócio. Nasceu uma nova geração de comediantes e uma nova forma de fazer comédia. Até ver, o bom humor em Portugal não deu sinais de abrandamento. O público aderiu em grande número e há quem diga que sem uma boa piada “fica chateado, pois claro que fica chateado”!

Rir e fazer rir sempre fez parte da vivência humana e houve sempre quem dessa façanha fizesse profissão. Longe vão os tempos em que Raul Solnado fazia telefonemas para a guerra e em que Herman José destruía os cenários do “Tal Canal”. Hoje a piada é outra, mais barata e mais lucrativa por sinal.

Por mais estranho que possa parecer, entender o que motivou o surgimento desta nova forma de fazer humor leva-nos a um tema que de engraçado não tem nada: a crise económica. Foi a famosa crise, popularizada no célebre discurso do “Portugal de tanga”, a alavanca para uma nova geração de comediantes. Com o país em crise económica e política, o mercado publicitário retraiu-se e os orçamentos das televisões subtraíram-se. Perante tais dificuldades, os meios audiovisuais viram-se obrigados a apostar em produções baratas e em caras desconhecidas, estavam criadas as condições ideais para a emergência da ‘stand-up comedy’. “Tudo começou porque as televisões queriam formatos baratos e nada é mais barato do que um “cromo” que além de escrever ainda interpreta as parvoíces que diz”, justifica Nílton, humorista que começou nas lides da ‘stand-up comedy’ em 1997, ainda antes do grande ‘boom’.

É nesta altura que a SIC lança o “Levanta-te e Ri”, com artistas que vinham do anonimato. O programa depressa passa de um simples palco de anedotas para se tornar uma montra de novos comediantes. Nuno Markl, autor do “Homem que Mordeu o Cão” o livro de humor mais vendido em Portugal, acredita que o programa da estação de Carnaxide teve uma enorme importância na medida em que “foi dando espaço a profissionais brilhantes”. A moda pegou e o público respondeu em força. “O português tem destas coisas, quando alguma coisa está a dar todos resolvem fazer o mesmo”, observa Nílton. As audiências mostravam que, em Portugal, havia mercado para esta vertente do “show business”. Programas semelhantes foram-se sucedendo e muitos dos seus protagonistas começaram a adquirir grande notoriedade.

Agora que o público começa a estabilizar e a solidificar, o mais certo é que nem todos os humoristas consigam um lugar ao sol num mercado tão pequeno como o nacional. “Foi acontecendo uma espécie de ‘selecção natural’ em que ficaram os que são realmente talentosos e que serão mais do que uma simples moda”, explica Nuno Markl. Nílton partilha da mesma opinião: “a partir de agora vai haver uma separação das águas e só quem trabalhar e tiver sorte vai conseguir continuar”.

No princípio era o “bichinho da rádio”
Não nos podemos esquecer que o embrião desta forma de fazer rir estava na rádio. De resto, o primeiro êxito de comédia, feito por alguém que não era actor, teve a sua estreia num programa radiofónico. Foram a “Manhãs da Best Rock FM” que popularizaram “O Homem que Mordeu o Cão”, a rubrica de Nuno Markl que deu origem ao livro de humor com maior sucesso em Portugal, a um espectáculo ao vivo e a um programa de televisão.

Outra característica da “nova comédia” é, aliás, a forma com se estende aos mais diversos suportes. Rádio, televisão, imprensa, Internet, livros e DVDs, todos se mostram indispensáveis na divulgação dos humoristas e funcionam de forma interligada. Tal como a sua editora, Markl confessa que o sucesso do seu primeiro livro ultrapassou em muito as expectativas. As vendas totais d’ “O Homem que Mordeu o Cão” ascenderam aos 160 mil exemplares, um número extraordinário para a dimensão do mercado livreiro português. Actualmente a colaborar com as “Manhãs da Antena 3”, Markl está a preparar o livro “Há Vida em Markl”, nome da rubrica de que faz naquela rádio e da versão ‘cartoon’ que publica no suplemento “Inimigo Público”, do jornal Público. Nílton (”As Teorias de Nílton”) e Rui Unas (”A Minha Vida é um Cabaret”) são figuras bem conhecidas que também se dedicaram às letras, remetendo para os programas que fazem na rádio e na televisão, respectivamente.

A Texto Editores foi a editora que apostou neste tipo de literatura, focalizando-se numa fatia de público que se mostrava disponível para o novo formato de humor. A literatura de humor já estava enraizada nalguns países mas, perante os ínfimos hábitos de leitura dos portugueses, este fenómeno não deixa de ser assinalável. Graça Dimas, directora-adjunta da Texto Editores, não nega que a divulgação prévia dos livros e o facto dos autores participarem, ao mesmo tempo, em rubricas de rádio e programas de televisão, é “um contributo substancial para o sucesso das suas vendas”. Por outro lado, Graça Dimas explica que a aposta na oferta de CDs e DVDs na compra dos livros potenciou as vendas, porque permitiu ao público ter acesso ao trabalho dos comediantes nos suportes que os tornaram conhecidos. Um fôlego importante num momento em que a maioria das editoras atravessam situações financeiras difíceis. A Texto Editores assume “claramente que a ‘literatura de humor’ tem tido um peso significativo nos resultados financeiros da empresa”. Outra coisa não seria de esperar quando estas publicações ocupam, insistentemente, os tops de vendas e os escaparates centrais das livrarias.

A Era do humor virtual e digital
Nílton mostra-se igualmente surpreendido com o sucesso que o seu livro obteve junto dos portugueses. As vendas das “Teorias do Nílton” já chegaram aos 30 mil exemplares, desde que foi publicado em Outubro passado. Quanto ao digital, o humorista sublinha que foi o primeiro a gravar um DVD de ‘stand-up comedy’ (”Nílton ao vivo no Maria Matos”). A Som Livre é a editora nacional que tem lançado os grandes sucessos de humor em formato digital. Neste campo é impossível contornar o fenómeno que se verificou com a comercialização do DVD “Gato Fedorento”. A Som Livre contabilizou até hoje 57.800 unidades vendidas. Aquém destes valores, mas ainda assim assinaláveis são os números de vendas do DVD de Fernando Rocha, uma das revelações do “Levanta-te e Ri”. “Portugal a Rir” já vendeu 12.880 unidades.

Como refere Nuno Artur Silva, das Produção Fictícias, este sucesso da “nova comédia” tem a ver com a mudança dos meios de distribuição. O aparecimento de canais cabo, como a SIC Radical, foi muito importante para abrir o leque de escolhas do público. Contudo, a partilha de ficheiros na Internet teve um papel fulcral na explosão do “novo humor”. Este formato de comédia teve, de início, um público-alvo bem definido e os suportes que utilizou foram muito eficazes para o atingir. O director geral das Produções fictícias acredita que esta “é uma realidade muito geracional, partiu-se de um público jovem, que se sentia identificado com esta forma de fazer humor, para depois se tornar muito mais abrangente”.

Investir na arte do bom humor
A comédia também é negócio. Se assim não fosse não seria tão óbvia a forma como produtoras de espectáculo, editores de livros e discos e mesmo humoristas têm investido tempo e dinheiro neste formato. Nílton e Markl admitem que não têm tido dificuldades em encontrar apoios para os seus projectos. O primeiro afirma que não se pode queixar: “Agora que fala nisso, começo a desconfiar que há mesmo apoios”. O segundo defende que “há mais vontade de investir no humor”, mas acrescenta “ainda se pede que as coisas sejam o mais simples e despojadas possível”, leia-se baratas.

Quando falamos nas “grandes marcas” do recente humor português há uma empresa que lhes está invariavelmente associada. As Produções Fictícias começaram há 13 anos com a “Herman Enciclopédia”. Na época eram apenas quatro autores a escrever textos para terceiros, hoje tornou-se uma agência criativa e uma produtora que continua a escrever textos e passou a produzir espectáculos que vão para além do humor com que deram os primeiros passos. o crescimento da empresa espelha bem a dimensão que este tipo de produções vem adquirindo. Nuno Artur Silva revela que a produtora tem trabalhado os conceitos de humor mais lucrativos. “Contra Informação”, “Inimigo Público” e “O Homem que Mordeu o Cão” são títulos que reconhecemos com facilidade e que engrossam a lista de produções da empresa. O fundador das Produções Fictícias está ainda ligado à LXS, uma produtora que comprou o teatro Tivoli, em Lisboa, e que tem como sócios Herman José e os empresários José Cruz e José Silva Pedro. Um negócio que, de acordo com o mais bem pago humorista português, “não é um grande negócio, é um prazer, uma marca de prestígio”. No entanto, Herman ressalva: “só se eu fosse o Sultão do Bornéu é que poderia investir no Tivoli como um luxo e sem esperar retorno”. Os projectos que a LXS tem para o Tivoli só se tornarão mais claros após o Verão, para já o teatro lisboeta está ligado à digressão do espectáculo “Gato Fedorento”.

Mas estarão os comediantes cheios de dinheiro? Markl confessa que, “para quem já tem nome, é possível viver bem”. Nílton defende que “ganha um pouquinho a cima do ordenado mínimo, mas ao preço que a gasolina anda…”. Herman José assume: “sou muito caro, sou um objecto de luxo e, por isso não sou chamado a trabalhar tantas vezes como outros artistas que cobram um ‘caché’ mais barato”. Afinal, fazer rir também é um negócio!


“Gato Fedorento”: o fenómeno

Os espectáculos do “Gato Fedorento” são cada vez mais solicitados, “um em cada dois telefonemas que recebemos pede espectáculos deles, seja de autarquias, empresas ou particulares”, conta Nuno Artur Silva das Produções Fictícias. A série humorística mais popular do momento começou com um ‘blog’ e passou depois para o “Inimigo Público” (suplemento do jornal Público), onde os protagonistas têm uma coluna. A história continua com o programa da SIC Radical e consegue uma divulgação exponencial através da partilha de ficheiros na Internet. O anúncio publicitário com Ricardo Araújo Pereira, o protagonista do ‘sketch’ mais famoso da série, coincide com o lançamento do DVD, uma alavanca que vai culminar num número de vendas fenomenal. Nuno Markl acredita que “o DVD do Gato Fedorento é tão essencial como o do Seinfeld, é um documento de um momento da comédia nacional de que todos nos devemos orgulhar”.

“O Gato Fedorento” é hoje o DVD mais vendido de sempre em Portugal o que não deixa de ser curioso se verificarmos os baixos custos da produção, com cenários e guarda-roupa que não poderiam ser mais simples. Analisando esta produção de fraco investimento, que quase se assemelha a uma realização caseira, não será difícil supor os rendimentos que dali poderão advir. Nuno Artur Silva defende que a maior parte dos lucros ficam com a Som Livre e com a SIC. Aliás, segundo o fundador das Produções Fictícias, a estação de televisão “já recebeu dinheiro para pagar o programa na sua totalidade e para obter lucro sobre ele” e sublinha que “os programas que dão muito dinheiro aos actores são uma excepção”.
 
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