JAS,
julgo que não me compreendeste. É claro que a partir deste momento, a perda em euros (e até em % do capital investido se os montantes forem sincronizados) é igual num caso ou noutro. Eu mesmo disse isso, se tu releres.
Mas eu não estou a falar dos ganhos ou perdas em si mas sim de gestão de risco e gestão dos trades, que são coisas diferentes. Eu sei que parece a mesma coisa e que até não é fácil perceber a diferença.
Também não estou a abordar a questão em termos de um trade individual mas sim em termos do efeito que um determinado tipo de atitude tem a longo-prazo (num conjunto de várias decisões semelhantes).
Uma decisão pode revelar-se má num trade individual mas se tomada repetidamente pode verificar-se boa.
Tomemos dois casos distintos:

Estou de fora e avalio se vale a pena ou não entrar na empresa X;

Estou dentro, com um trade com um ganho significativo, e avalio se continuo na empresa X;
Se eu tomar a decisão de entrar no primeiro caso e manter no segundo ou se por outro lado tomar a decisão de não entrar no primeiro caso e sair no segundo, os trades só serão iguais a partir deste momento, mas não serão certamente iguais no global.
A diferença reside no tratamento global dos trades, na gestão que é feita deles e dos riscos (tipo de risco) em que cada investidor está a incorrer.
Como certamente concordarás, uma coisa é arriscares um lucro outro é arriscares o teu capital (partindo de um lucro zero).
No primeiro caso tens uma vantagem que deves aproveitar. Já pagaste para ver e as coisas até aí correram favoravelmente (tens na mesa um bom pote para usar uma linguagem que eu sei que tu gostas). Mesmo que as tuas cartas não sejam lá grande coisa, vale a pena continuar em jogo e até pagar (mais) um bocadinho se for preciso. No segundo, tens cartas que não são lá grande coisa (as mesmas) e ainda estás na fase de decidir se vais a jogo ou não. As probabilidades são as mesmas (dado que as cartas são as mesmas) mas o primeiro vai numa fase mais adiantada e tem informação adicional (quanto ao possível resultado do seu trade) que deve aproveitar e que poderá levar a tomar uma decisão diferente (o segundo está numa fase que não sabe se vai ter um bom pote ou não).
Repito, os trades são iguais a partir dali, mas não são iguais no global. Um é algo que não sabemos que tipo de trade vai ser e só interessa entrar se a relação for muito interessante ou as probabilidades realmente boas, o outro é um trade que já está a desenrolar, que correu favoravelmente (podia ter corrido mal mas não correu, sabemos que não correu, informação adicional, em linguagem matematica probabilidade condicionada) e estamos numa fase mais adiantada onde estamos a gerir o ganho (a fase de deixar correr os lucros).
Para resumir, portanto, em linguagem simples:

Se estamos de fora, avaliamos se devemos entrar ou não. Só vale a pena entrar se as condições forem muito atractivas pois estamos na fase em que ainda vamos assumir o risco na totalidade, fase de grande incerteza do trade;

Se estamos dentro e já temos um ganho, estamos numa fase em que se deve manter a menos que determinado nível seja violado (usar um trailing stop ou um suporte horizontal em determinado valor, que de onde a onde pode ser ajustado em alta para ir protegendo os ganhos adicionais/posteriores). Não é preciso que o título se mostre muito atractivo, basta que não se mostre desactractivo.
Esta é uma visão que se opõe a outra mais simplista e muito comum que é equivaler as duas coisas e chegar ao ponto de sugerir: «não sabes se deves sair ou não? então faz assim, se estivesses de fora entravas?».
Esta sugestão é para mim igualar duas coisas que são claramente diferentes em que se ignora uma informação importante e em que se passa um pano humido no principio que considero extramente importante: perder de ganhar não é tão mau como ganhar uma perda.
Para não ficarmos aqui eternamente, eu aceito e percebo perfeitamente que tenhas uma opinião diferente sobre esta questão. Apenas não argumentos que o ganho ou perda a partir desse momento vai ser igual porque eu sei perfeitamente disso (aliás, disse-lo). A questão é outra...