cções passam a negociar sem a Altri
Mercado determina amanhã valor dos «media» da Cofina
As acções da Cofina vão começar a negociar amanhã destacadas dos direitos de cisão, ou seja, os investidores que tomarem posições longas no papel já não vão ter o direito de receber acções da nova empresa que vai agregar os activos industriais do grupo.
Pedro Carvalho
pc@mediafin.pt
As acções da Cofina vão começar a negociar amanhã destacadas dos direitos de cisão, ou seja, os investidores que tomarem posições longas no papel já não vão ter o direito de receber acções da nova empresa que vai agregar os activos industriais do grupo.
Os títulos da Cofina, que ontem encerraram nos 4,41 euros, sofrerão um ajuste técnico, que vai corresponder à avaliação que o mercado vai fazer da área industrial do grupo (ver tabela).
Por exemplo, se o mercado achar que a área de comunicação social da empresa vale 60% do valor actual do grupo, então as acções da Cofina vão sofrer uma correcção de 40% (que corresponde à avaliação da Altri) para os 2,65 euros.
Os actuais accionistas, apesar da correcção, vão receber uma nova acção da Altri, neste exemplo avaliada em 1,76 euros, de forma a repor o valor do «portfolio». Estas vão começar a negociar em bolsa no próximo dia 1 de Março.
PSI-20 com 19 empresas amanhã.
Num comunicado da Euronext Lisbon, a bolsa diz que, depois do fecho da sessão de hoje, a Cofina será removida do PSI-20. Amanhã, o principal índice nacional será calculado com apenas 19 emitentes.
No fecho da sessão, e depois da correcção técnica dos títulos da empresa, as acções da Cofina (ex-cisão) voltam a entrar para o índice, com o preço de fecho da sessão de 24 de Fevereiro. O PSI Compiler, entidade que delibera sobre composição do índice, «decidiu não incluir na carteira do PSI-20 a nova sociedade Altri SGPS, resultante da operação de cisão».
Segundo fonte oficial da Euronext, a Cofina estará fora do índice durante a sessão, «já que não cabe à bolsa encontrar o valor» para as duas novas empresas que vão resultar da operação.
Risco de sair do índice é maior
Num estudo recente sobre a empresa liderada por Paulo Fernandes, o Millennium avaliou as acções da empresa em 5,55 euros, atribuindo 62% do valor aos «media» e 38% à área industrial. O analista Pedro Mendes defendia, no entanto, «que o risco da empresa sair do índice [PSI-20] é agora maior».
Numa simulação do banco, com dados da liquidez até 30 de Novembro, a Cofina, após a cisão, continuaria a fazer parte do índice, na 20ª posição, enquanto a Altri figurava fora do índice. Na simulação, o banco de investimento repartiu a liquidez da actual Cofina com base no peso que as duas novas empresas tem no modelo da soma-das-partes: 62% para os «media» e 38% para a Altri.
Usando os dados actuais de liquidez, referentes aos últimos seis meses, o Jornal de Negócios fez uma simulação idêntica, que também coloca a Cofina no PSI-20, na 16ª posição, idêntica à actual.
A Altri aparece à frente da Novabase, que já integra o índice, mas atrás da construtora Mota-Engil que está melhor colocada para passar a fazer parte do cabaz.
Hoje as acções da Cofina fecharam a descer 3,17% para os 4,27 euros.