Resultado das eleições sem impacto
Bolsa sofre maior queda dos últimos seis meses com Brisa a afundar mais de 4% (act)
A bolsa encerrou a sessão a cair mais de 1%, a maior queda em mais de seis meses. A Brisa foi a principal responsável pela queda do índice, ao sofrer uma descida de 4,29% - a maior desde Julho de 2002 – e os títulos do BCP, EDP e PT também fecharam com recuos superiores a 1%. Os investidores «ignoraram» os resultados das eleições e focaram as atenções das recomendações da Lehman Brothers.
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Sara Antunes
saraantunes@mediafin.pt
A bolsa encerrou a sessão a cair mais de 1%, a maior queda em mais de seis meses. A Brisa foi a principal responsável pela queda do índice, ao sofrer uma descida de 4,29% - a maior desde Julho de 2002 – e os títulos do BCP, EDP e PT também fecharam com recuos superiores a 1%. Os investidores «ignoraram» os resultados das eleições e focaram as atenções das recomendações da Lehman Brothers.
O PSI-20 [Cot] fechou a recuar 1,37% para os 7.933,07 pontos, com treze títulos a cair, dois a subir e cinco inalterados. Esta foi a maior queda do principal índice nacional desde 30 de Julho de 2004.
A Lehman Brothers afirmou que as «utilities» estão agora menos atractivas, devido à queda dos preços das obrigações, o que fez cair as eléctricas e as empresas de auto-estradas em toda a Europa. Em Portugal não foi excepção registando-se uma queda superior a 4% na Brisa e a 1% na EDP.
Os resultados das eleições legislativas não reflectiram na bolsa nacional. «Se não houvesse uma maioria absoluta a bolsa poderia reagir negativamente», explicou um operador contactado pelo Jornal de Negócios Online.
A Brisa [Cot] liderou as perdas ao recuar 4,29% para os 6,69 euros, a registar o maior deslize desde Julho de 2002, em linha com as concessionárias da Europa. A Autostrade perdeu mais de 5% e a Autorout du Sud de la France (ASF) depreciou 4,45%.
Os analistas citam a subida das «yields» das obrigações, para máximos de 2005, que tende a penalizar as empresas do sector. Segundo um operador contactado o resultado das eleições não afecta a Brisa, apesar do partido vencedor ter criticado o plano do PSD que visava a transformação das vias sem cobrança ao utilizador (SCUT) em auto-estradas com portagens.
A concessionária de auto-estradas apresenta amanhã os resultados do exercício de 2004. Os lucros anuais deverão ficar no intervalo entre 186 milhões e 208 milhões de euros, de acordo com as estimativas apresentadas por oito casas de investimentos. A média aponta para lucros de 197 milhões de euros, o que representa um crescimento de 29,9% face aos lucros de 2003.
A Energias de Portugal (EDP) [Cot] desvalorizou 1,75% para os 2,24 euros, com base na mesma justificação da Brisa e a acompanhar o sector, que registou uma queda de 2,2% na Endesa, 3% na Iberdrola e de 3,33% na RWE.
Para além disso, o líder do PS, José Sócrates, anunciou publicamente a sua intenção de apresentar um novo plano de reestruturação no sector energético, o que determinará, forçosamente o futuro da EDP. «As decisões têm sempre de ser equilibradas» disse o mesmo operador, sugerindo que a eléctrica não deverá cair sustentada neste factor.
O Banco Comercial Português (BCP) [Cot] encerrou o dia a depreciar 1,4% para os 2,12 euros. O Banco Espírito Santo (BES) [Cot] seguiu a mesma tendência e caiu 0,22% para os 13,4 euros, enquanto o Banco BPI [Cot] ficou inalterado nos 3,1 euros.
A Portugal Telecom (PT) [Cot] deslizou o1,59% para os 9,31 euros. A Lehman Brothers reviu em baixa o preço alvo para a operadora, de 11,5 euros para 10,5 euros, e as estimativas de resultados.
Os únicos títulos que contrariaram a tendência de queda foram a Jerónimo Martins [Cot] que ganhou 0,65% para os 10,81 euros e a Cofina [Cot] que encerrou a negociar nos 4,47 euros a somar 0,9%.
A Sonae SGPS [Cot] situou-se nos 1,19 euros, sem registar alterações. «As acções da Sonae SGPS estão a caminho de uma maior valorização, beneficiando e incorporando ‘passo a passo’ uma série de notícias positivas». Foi desta forma que o Caixa BI inicia uma nota sobre a Sonae SGPS, onde sobe o preço alvo da empresa de Belmiro de Azevedo de 1,30 para 1,35 euros.