Bem visto Touro.
Estamos a falar de 3 acções que aparentemente têm maior influência de decisões do Estado. Caso das Scut, restruturação energética e leis anti-monopólio nas comunicações.
No entanto nesta última questão das comunicações parece haver uma certa contradição do mercado, pois supostamente está a penalizar a PTC e ao mesmo tempo a SNC, sendo esta última beneficiada com maior abertura à concorrência nas comunicações. Por isso, esta queda da PTC, no meu entender, tem razões que vão para além de uma possível intervenção estatal (no sentido da regulação, está claro).
Na Brisa desconheço se uma possível alteração nas portagens das scut é benéfico ou prejudicial para a empresa, no entanto, as sondagens já são conhecidas há muito tempo e o efeito da política do partido que se encontra à frente nas mesmas já está devidamente descontado.
No que toca à EDP, esta é a mais penalizada pelas indecisões políticas, mas isso também já está descontado.
Quanto ao efeito das eleições, eu penso que se os resultados sairem em linha com as previsões das sondagens, não haverá grandes oscilações no mercado. Se houver alguma surpresa, naturalmente que, sendo essa oscilação emocional, como já ontem disse, o mercado poderá mexer mais. Mas repito que considero que essa influência será passageira.
Agora há aqui uma questão relativamente a esta eleições que começa a ganhar alguma consistência, e que é o facto de estas eleições ainda não se terem realizado e já parecerem fazer parte do passado. Eu explico:
Depois das posições manifestadas pelos vários partidos, e tendo em conta as sondagens, parece-me mais ou menos pacífico aceitar que o PS ganha as eleições sem maioria parlementar, o CDS-PP sobe, o BE sobe, e o PCP mais ou menos mantém.
Quanto a mim este cenário conduz a uma situação de ingovernabilidade, pois os partidos à direita (PP e PSD) não irão viabilizar leis do PS, e o BE muito menos. Estou a lembrar-me, por exemplo da lei das rendas. O PS tem como compromisso eleitoral aprovar uma lei nos primeiros 100 dias de governação. Agora eu pergunto: Com o apoio parlamemntar de quem? E como esta haverá outras leis que não irão passar, conduzindo necessariamente a uma dissolução da assembleia.
Portanto, a meu ver, os partidos políticos já fizeram o 'by-pass' a estas eleições e estão a posicionar-se desde já para as próximas, que segundo a média recente se realizarão grosso-modo daqui a uma ano e meio, dois anos.