Os preços da gasolina sem chumbo 95 octanas e do gasóleo aumentaram 10% e 25%, respectivamente em Portugal, subidas que disparam para 22% e 48% quando excluídos os impostos. Tanto o preço da gasolina como o do gasóleo são os terceiros mais caros da Europa, segundo um relatório divulgado pela Autoridade da Concorrência.
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Sara Antunes
saraantunes@mediafin.pt Os preços da gasolina sem chumbo 95 octanas e do gasóleo aumentaram 10% e 25%, respectivamente em Portugal, subidas que disparam para 22% e 48% quando excluídos os impostos, segundo um relatório divulgado pela Autoridade da Concorrência.
A evolução dos preços líquidos dos combustíveis em Portugal, «foi em grande parte explicada pelo aumento do custo da matéria-prima», revela o documento.
«As cotações internacionais registavam no final de Dezembro, uma subida de 21% para o ‘brent’, 9,6% para a gasolina e de 43,5% para o gasóleo, face ao início do ano», acrescenta o relatório.
A principal influência nos preços de venda ao público dos combustíveis «é o preço dos produtos acabados (gasolina e gasóleo) no mercado internacional», afirmou António Túlio, director de comunicação da Galp, na semana passada ao Jornal de Negócios Online.
Por sua vez, os produtos refinados têm como referência a evolução do petróleo bruto, que, para a Europa, é o «brent» [Cot].
Portugal com impostos de 2% acima da média europeia
Em média, o custo em Portugal da gasolina sem chumbo 95 foi superior em 14,7 cêntimos por litro em comparação com o preço mais baixo da União Europeia, e o gasóleo ficou mais caro 8,4 cêntimos, segundo a Autoridade da Concorrência.
Quanto ao imposto praticado sobre os combustíveis apresentou um preço acima da média anual da UE em 2% tanto para a gasolina 95 como para o gasóleo.
«Em termos de tempo de ajustamento face à alteração da tendência das cotações internacionais, aparentemente o preço médio da UE tende a ajustar mais rapidamente (uma semana) que o preço português (duas a três semanas). Este desfasamento temporal em Portugal é, no entanto, actualmente menor do que o que se verificava no regime de preços administrativos e regista-se tanto nas fases de subida como nas de descida», de acordo com o mesmo relatório.
Os preços da gasolina e do gasóleo «encontravam-se abaixo dos preços que teriam vigorado com o sistema de preços administrativos», no final de Janeiro de 2004.
Os locais que comercializaram os combustíveis com custos mais baixos foram os postos instalados nos hipermercados.
«No final de Dezembro, estes preços eram, em média, 3,7 cêntimos/litro, e 6,4 cêntimos/litro inferiores, respectivamente, na gasolina sem chumbo 95 e no gasóleo, aos mais elevados do mercado, praticados pelos postos independentes.
Estes últimos têm apresentado, em média, desde o final de Outubro os preços mais elevados do mercado», segundo a mesma fonte.
Em 2004, comparativamente com o ano anterior, «verifica-se um agravamento da posição relativa de Portugal face aos seus congéneres da União Europeia, em termos dos preços líquidos praticados», diz a mesma fonte.
Portugal tem a terceira gasolina mais cara da Europa
«No final de 2004 ocupava a terceira posição no ‘ranking’ dos preços mais elevados da gasolina (oitava no final de Dezembro de 2003) e a terceira posição no ‘ranking’ homólogo do gasóleo (11ª no final de Dezembro de 2003)», concluiu o relatório.
Segundo a Autoridade da Concorrência, «ao longo de todo o ano de 2004, constatou-se um maior grau de diferenciação nos preços praticados em Portugal, quer entre os vários tipos de postos, quer entre as diferentes regiões.
«Ainda que não se possa afirmar linearmente que uma maior diferenciação se traduz numa maior concorrência, pelo menos pode-se afirmar que permite maior diversidade de escolha aos consumidores».