JAS Escreveu:Tens toda a razão.
Mas o problema é nós querermos prever o futuro baseado no passado.
JAS, a AT e o estudo do historico não serve apenas para prever.
Aliás, já deves saber que eu não gosto particularmente de colocar a questão no campo da previsão mas antes no campo da actuação e do planeamento.
A capacidade de previsão da AT é limitada.
Pode-se prever suportes, resistências, targets. Pode-se prever manutenção de tendências e eventuais inversões.
Mas o importante não é acertares em tudo isto. O importante é teres uma taxa de acerto razoável e uma estratégia baseada no teu conhecimento que te vá dizendo como actuar, quer a tua previsão (probabilidade) venha a verificar-se ou não.
Ora, a AT serve não só para prever isto que referi (e algumas das coisas que referi são bastante previsíveis na JMT por sinal) mas também para estudares o tipo de comportamento do activo pois é baseado no tipo de comportamento que podes definir uma forma de actuar em consonância.
Posto isto, para mim a AT é muito importante na JMT.
Agora, eu não a analiso nem interpreto como interpreto por exemplo uma EDP.
Porque ela não se comporta da mesma forma. E como é que eu descobri isso?
Via gráfico.
É curioso que as pessoas quando vêm dizer que a AT não funciona e é manipulada e isto e aquilo, a maior parte das vezes estão a dizê-lo baseado em quê?
Na análise que lhe fizeram, uma análise informal é claro. Mas no fundo foi graças ao acompanhamento e ao estudo empírico do seu histórico que chegaram e essa conclusão.
A este propósito gostaría de salientar ainda uma outra coisa: uma coisa são sinais técnicos de entrada outra coisa ligeiramente diferente são os pontos óptimos (ou os melhores pontos, óptimos é pretensioso demais) de entrada.
Temos títulos mais conservadores e com tendências mais suaves e duradouras que o melhor ponto de entrade é o breakout (que é onde surge o sinal técnico propriamente dito) porque dá maior segurança.
Mas há outros títulos (normalmente os menos líquidos) em que as quebras tendem a ser violentas e o sinal técnico dá-se em condições pouco interessantes. Normalmente quem espera pelo sinal técnico vai perder uma parte do movimento e pode até acabar por entrar já numa situação pouco favorável. Neste tipo de papel (em que se engloba a JMT), a melhor altura para entrar é durante a fase de consolidação e não esperar pelo arranque.
Neste caso, o bom ponto de entrada não coincide com o sinal técnico propriamente dito.
JAS Escreveu:No caso concreto da JMT, ou de outras acções pouco voláteis, a questão é se o histórico tem alguma influência ou se nos permite prever os próximos movimentos de quem a "manipula".
Permite-nos identificar várias coisas:

Prováveis suportes, resistências e targets (alvos);

Identificar a tendência em vigor;

Detectar padrões de comportamento.
Isto é extremamente útil. E é análise técnica no seu estado mais puro.
É indiferente se é manipulada ou não. É uma discussão sem sentido...
Imagina-te sentado numa bancada de um estádio. Ao nível do relvado vês uma multidão a interagir (trata-se de um título muito líquido).
Imagina ainda que noutro dia sentas-te noutro estádio e ao nível do relvado encontram-se apenas algumas pessoas a interagir. Sendo que algumas têm um poder mair (dada a falta de liquidez) para manipular essas interacções.
Se o que tu estás a estudar é o tipo de comportamento ao nível do relvado, para ti é indiferente se estás no primeiro ou no segundo porque podes estudar ambos.
As conclusões é que serão diferentes.
Depois desces para junto da malta e em cada um ages em conformidade (a forma de actuar será também diferente).
Se umas coisas não funcionam, outras funcionarão. Compete ao analista e à sua capacidade de observação perceber quais.
É manipulada. Seja. Não deixa de ser analisavel por isso...
JAS Escreveu:Por outro lado é um título tão bem controlado que muitas vezes vemos "compras cirúrgicas" durante alguns dias, exactamente para preparar o gráfico, para as descargas que se seguem...
Não discuto isso. É irrelevante. A marca fica no gráfico. Se determinada coisa tende a falhar, o que compete ao analista é perceber isso.
Imagina que tu resolves manipular o gráfico da JMT (se calhar não é preciso imaginar). Estás a ser observado, JAS.
Percebes?
És dono dos teus actos até ao momento que eles têm efeito no mercado e são observados por terceiros.
A partir daí, eles passam a ser domínio publico e conhecidos (de uma forma ou de outra, seja através de uma forma gráfica ou outra) por quem o quiser estudar.