Sonae abandona indústria papeleira com ganhos superiores a 100 milhões
Sónia Santos Pereira e Gilda Sousa
A venda da Gescartão garante um impacto de 34 milhões nos lucros da ‘holding’, que tinha ganho 75 milhões com a saída da Portucel.
A Sonae SGPS abandonou em definitivo o sector do papel, após ter anunciado um acordo com os espanhóis da Europac para a venda da sua posição na Imocapital, sociedade que detém 65% da Gescartão, e ter alienado, em Setembro do ano passado, a participação de 25% que detinha na Portucel. O abandono desta área de negócio garantiu a Belmiro de Azevedo ganhos superiores 100 milhões de euros.
A ‘holding’ liderada por Belmiro de Azevedo acordou alienar a posição e créditos que detinha na Imocapital, bem como a participação directa de 3,58% detida na Gescartão, negócio que representa um encaixe de 97,9 milhões de euros e um impacto no resultado líquido consolidado da ordem dos 34 milhões de euros. A Sonae possuía metade dos 65% da Gescartão, via Imocapital.
Na passada sexta-feira foi transaccionado, fora de mercado, um lote de 715.160 títulos da Gescartão, operação que pressupõe a transferência da posição de 3,58% que estava no universo da Sonae Indústria para a casa-mãe.
A empresa salienta em comunicado divulgado na passada sexta-feira que o impacto nos lucros poderão ascender a 39 milhões quando convertidas as contas em IAS (’International Account Standards’).
Belmiro de Azevedo acabou por vender a sua posição de 7.210.285 acções a um preço unitário próximo dos 13,57 euros, um valor ligeiramente abaixo dos 14 euros que a Sonae pretendia. A formalização do negócio está ainda dependente de parecer favorável por parte da Autoridade da Concorrência.
Os dois grupos acordaram ainda a divisão dos interesses económicos decorrentes da acção a correr em tribunal sobre o “pedido de indemnização por violação do direito potestativo de aquisição das acções representativas de 25% do capital da Gescartão na segunda fase de reprivatização da empresa”. O valor da indemnização pedida pela Imocapital é de 40 milhões de euros.
Após a concretização da venda será estabelecida uma parceria entre a Sonae (49%) e a Gescartão (51%) na Investalentejo, sociedade que tem em desenvolvimento e em carteira investimentos superiores a 40 milhões de euros. A Sonae não revela os projectos, mas adianta no comunicado que, sobre o capital da Investalentejo, “existirão opções de cujo exercício resultará o seu controlo integral” por parte do grupo de Belmiro de Azevedo.
Já há muito que o mercado aguardava a concretização desta operação, depois de a Sonae ter perdido a corrida à aquisição da Portucel para a Semapa. Belmiro de Azevedo vendeu os 25% que tinha na papeleira em Setembro passado, por 297 milhões de euros, obtendo uma mais-valia de 75 milhões.
Vendas da Portucel e B&A marcaram 2004
Belmiro de Azevedo protagonizou, no ano passado, dois desinvestimentos em áreas tão distintas como o papel e o vidro. Após uma batalha política com o então ministro da Economia, Carlos Tavares, acabou por perder a corrida à compra da Portucel e alienou, em OPA, à Semapa a participação de 25% que detinha na papeleira por 297 milhões de euros, o que lhe garantiu uma mais-valia de 75 milhões de euros.
Já no final do ano passado, celebra um acordo para a venda faseada da posição de 49,97% que possuía na vidreira Barbosa & Almeida a Carlos Moreira da Silva, CEO da Sonae Indústria. Este negócio, que só ficará totalmente concretizado em 2008, garantiu à Sonae um encaixe total de 164 milhões de euros e uma mais-valia da ordem dos 65 milhões. Agora, falta saber se não está em preparação a venda dos activos da Sonae Distribuição no estado brasileiro de S. Paulo.
Sónia Santos Pereira e Gilda Sousa
A venda da Gescartão garante um impacto de 34 milhões nos lucros da ‘holding’, que tinha ganho 75 milhões com a saída da Portucel.
A Sonae SGPS abandonou em definitivo o sector do papel, após ter anunciado um acordo com os espanhóis da Europac para a venda da sua posição na Imocapital, sociedade que detém 65% da Gescartão, e ter alienado, em Setembro do ano passado, a participação de 25% que detinha na Portucel. O abandono desta área de negócio garantiu a Belmiro de Azevedo ganhos superiores 100 milhões de euros.
A ‘holding’ liderada por Belmiro de Azevedo acordou alienar a posição e créditos que detinha na Imocapital, bem como a participação directa de 3,58% detida na Gescartão, negócio que representa um encaixe de 97,9 milhões de euros e um impacto no resultado líquido consolidado da ordem dos 34 milhões de euros. A Sonae possuía metade dos 65% da Gescartão, via Imocapital.
Na passada sexta-feira foi transaccionado, fora de mercado, um lote de 715.160 títulos da Gescartão, operação que pressupõe a transferência da posição de 3,58% que estava no universo da Sonae Indústria para a casa-mãe.
A empresa salienta em comunicado divulgado na passada sexta-feira que o impacto nos lucros poderão ascender a 39 milhões quando convertidas as contas em IAS (’International Account Standards’).
Belmiro de Azevedo acabou por vender a sua posição de 7.210.285 acções a um preço unitário próximo dos 13,57 euros, um valor ligeiramente abaixo dos 14 euros que a Sonae pretendia. A formalização do negócio está ainda dependente de parecer favorável por parte da Autoridade da Concorrência.
Os dois grupos acordaram ainda a divisão dos interesses económicos decorrentes da acção a correr em tribunal sobre o “pedido de indemnização por violação do direito potestativo de aquisição das acções representativas de 25% do capital da Gescartão na segunda fase de reprivatização da empresa”. O valor da indemnização pedida pela Imocapital é de 40 milhões de euros.
Após a concretização da venda será estabelecida uma parceria entre a Sonae (49%) e a Gescartão (51%) na Investalentejo, sociedade que tem em desenvolvimento e em carteira investimentos superiores a 40 milhões de euros. A Sonae não revela os projectos, mas adianta no comunicado que, sobre o capital da Investalentejo, “existirão opções de cujo exercício resultará o seu controlo integral” por parte do grupo de Belmiro de Azevedo.
Já há muito que o mercado aguardava a concretização desta operação, depois de a Sonae ter perdido a corrida à aquisição da Portucel para a Semapa. Belmiro de Azevedo vendeu os 25% que tinha na papeleira em Setembro passado, por 297 milhões de euros, obtendo uma mais-valia de 75 milhões.
Vendas da Portucel e B&A marcaram 2004
Belmiro de Azevedo protagonizou, no ano passado, dois desinvestimentos em áreas tão distintas como o papel e o vidro. Após uma batalha política com o então ministro da Economia, Carlos Tavares, acabou por perder a corrida à compra da Portucel e alienou, em OPA, à Semapa a participação de 25% que detinha na papeleira por 297 milhões de euros, o que lhe garantiu uma mais-valia de 75 milhões de euros.
Já no final do ano passado, celebra um acordo para a venda faseada da posição de 49,97% que possuía na vidreira Barbosa & Almeida a Carlos Moreira da Silva, CEO da Sonae Indústria. Este negócio, que só ficará totalmente concretizado em 2008, garantiu à Sonae um encaixe total de 164 milhões de euros e uma mais-valia da ordem dos 65 milhões. Agora, falta saber se não está em preparação a venda dos activos da Sonae Distribuição no estado brasileiro de S. Paulo.