Caldeirão da Bolsa

Bolsa antecipa festa dos 8.000 pontos

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por marafado » 31/1/2005 15:48

Portugal foi o terceiro destino do investimento espanhol no primeiro semestre

Lusa


Portugal foi o terceiro destino dos investimentos espanhóis, depois do México e França, no primeiro semestre de 2004, apesar da queda de 311 milhões de euros face ao período homólogo de 2003, revelam dados oficiais hoje divulgados.

Dados da Direcção Geral do Comércio e Investimento demonstram um desvio dos investimentos para mercados europeus, bem como uma tendência de queda do montante global do investimento espanhol.

Devido à compra do Bancomex no México pelo Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA), aquele país da América Latina, com um investimento de 3,54 mil milhões de euros, de um total de 5,98 mil milhões no período em análise, surge como o primeiro destino do investimento espanhol.

No entanto, os investidores espanhóis consideram os mercados europeus mais seguros e destinaram, no primeiro semestre de 2004, mais de 21 por cento do seu investimento total a Portugal (462,94 milhões de euros) e França e 32 por cento à Holanda, Itália, Reino Unido e Polónia.

Em oitavo lugar encontram-se os Estados Unidos, onde o investimento espanhol caiu para 82 milhões de euros, contra 1,186 mil milhões de euros entre Janeiro e Junho de 2003.

Na América Latina e além do México, só o Brasil, com 49 milhões de euros, e o Uruguai, com 26 milhões de euros, aparecem na lista dos 15 principais destinos do investimento espanhol.
 
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por marafado » 31/1/2005 15:47

Um problema para 10 milhões

Jorge A. Vasconcellos e Sá


Os recentemente anunciados aumentos nos preços industriais da electricidade (entre 7 e 11%), após a reprovação europeia à integração do gás na EDP, evidenciam um problema. Chama-se EDP.

À EDP falta-lhe uma cultura quer do accionista/investidor (pequeno); quer dos consumidores, sejam eles particulares ou empresas (e independentemento do tamanho).

Vejamos os números. Em termos de cultura do accionista, a EDP está – segundo uma avaliação do ISS, a maior empresa de corporate governance do mundo – abaixo da média numa amostra de 2000 empresas mundiais.

São defeitos segundo a americana ISS, a inexistência dum comité de corporate governance, de informação sobre reuniões dos administradores externos sem a presença dos gestores, limitações várias a nível do comité interno de auditoria, etc.

Em termos dos consumidores e segundo o padrão de consumo definido pelo Eurostat, os portugueses já pagam (sem os aumentos que se avizinham) valores superiores à média (UE-15). Nas casas: + 25%; nas empresas industriais: + 8%.

Quando comparados com a Espanha, os valores são respectivamente: + 44% e + 27%. Naturalmente que depois, os preços elevados de electricidade se repercutem negativamente nos custos empresariais e na consequente menor competitividade das empresas.

É pois compreensível a veemência com que várias associações empresariais (desde a C.I.P. até à indústria metalúrgica passando pela Assoc. Cons. En. Eléctrica) se têm manifestado contra os referidos aumentos.

Perante isto, além de apontar o aumento do preço do petróleo, um dos vectores da actual administração da EDP foi uma política expansionista de aquisição, reforçando no Hidrocantábrico. Na esperança de que as sinergias geradas se traduzissem na baixa de custos de produção, aquisição conjunta de matérias-primas e optimização da margem do portfolio.

Só que estas sinergias não são imediatas. E na ausência de uma situação efectiva de concorrência, nada garante que sejam passadas para o consumidor através da baixa de preços. E finalmente, a actual situação de posição dominante da EDP seria ainda pior, não fora a intervenção de Bruxelas opondo-se à integração do gás no seu seio. Para além de que a EDP é uma máquina lenta e pesada.

O que falta pois à EDP e ao sector energético é uma reestruturação que provoque ganhos significativos de eficiência. E uma cultura de gestão onde as remunerações dos gestores estejam efectivamente ligadas aos benefícios. Quer dos consumidores. Quer dos accionistas.

A solução está assim 1º no governo, porque enquanto accionista e representante de todos os consumidores, deve impulsionar e controlar as medidas necessárias. E depois na administração da EDP a quem compete definir em pomenor e implementar essas mesmas medidas. Até lá, e sem solução à vista, a EDP representará um problema para... 10 milhões de portugueses.

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Bolsa antecipa festa dos 8.000 pontos

por marafado » 31/1/2005 15:45

Bolsa antecipa festa dos 8.000 pontos

Pedro Marques Pereira, António Costa e Luís Villalobos


Os investidores preparavam as garrafas de ‘champagne’ para celebrar o regresso da bolsa de Lisboa aos valores mais altos desde o início de 2002.

Já perto do fecho, alguns receios de última hora fizeram o PSI-20 escorregar alguns pontos, os suficientes para que o fecho, nos 7.942,7 pontos, fosse “apenas” o mais alto desde Março do ano passado.

As empresas atravessaram um deserto em que se preocuparam em cortar custos e pagar dívidas. Os observadores consideram que o esforço as colocou numa boa posição para aproveitar a retoma, quando (finalmente) chegar.

Os investidores estão igualmente sedentos de resultados que se vejam, e no que toca à liquidez do mercado - sobretudo medida em ‘champagne’ - todas as desculpas são boas.

E o facto é que, a mater-se a actual tendência da Bolsa, há muitas metas para quebrar, e garrafas para abrir, nas próximas semanas. Tomem nota: 7.952,5 pontos, o valor de fecho a 8 de Março de 2004. Batido este recorde, temos a fasquia dos 7.958,5, o valor de fecho de 4 de Janeiro de 2002. Estes são dois marcos intermédios que, caso sejam atingidos, permitirão um bom treino para a festa que todo o mercado aguarda: a meta dos 8.000 pontos. A última vez que o mercado atingiu este valor foi em 2001. A festa foi grande. A ressaca foi ainda maior. Espera-se, por isso, moderação nos festejos.


Recordes a bater
O índice PSI-20 aproxima-se de várias barreiras históricas.


Fonte: Reuters



Prognósticos só no final do jogo

Os primeiro-ministros e os ministros das Finanças de todos os governos, qualquer que seja o partido ou partidos políticos que os sustentem, garantem que as previsões para a arrecadação da receita e para a execução da despesa do orçamento de um determinado exercício são absolutamente fiáveis. Só que, todos os anos, estas promessas revelam-se ‘apenas’ profissões de fé, que nunca são cumpridas. Em 2004, confirmou-se mais uma vez que o orçamento tinha um conjunto de pressupostos que não se cumpriram e que, assim, tornaram mais uma vez inviável os objectivos fixados. A despesa corrente ficou 1,4 mil milhões de euros acima do previsto em Outubro de 2003, quando foi aprovado o orçamento. Mas as receitas também acabaram por superar as previsões. Se tal fosse necessário - e não é -, o desvio entre as previsões e a realidade mostra como é necessário um gabinete de controlo orçamental, a funcionar junto do Parlamento, e que valide os pressupostos na elaboração dos orçamentos do Estado.


A estratégia de crescimento através de fusões

A compra da Gillette pela Procter & Gamble (P&G), um negócio avaliado em 57 mil milhões de dólares (cerca de 43,8 mil milhões de euros), gerou a maior empresa de bens de consumo do mundo e trouxe a ideia das fusões e aquisições de volta ao sector. Grupos como a Unilever ou a Colgate-Palmolive, segundo os analistas, poderão sentir-se empurrados para operações deste género de modo a não serem ultrapassados pelo concorrente. A P&G afirma que irá haver sinergias que resultarão na poupança de largos milhões, e que irá despedir cerca de 4% dos trabalhadores devido à duplicação de funções. Quando, há poucos dias, TomPeters fez a sua intervenção em Lisboa, o pensador de gestão norte-americano dizia que este tipo de estratégia era um erro, principalmente quando a ideia apenas passava pela “engorda”, mantendo o modelo de negócio na mesma. É certo que a Procter poderá ganhar músculo na negociação com gigantes como a Wal-Mart, mas o fundamental é o reforço na inovação e o desbravar de novos caminhos. Senão, será apenas mais uma fusão, sem grandes garantias de sucesso.
 
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