EMPRESAS Publicado 27 Janeiro 2005 17:47
Sobem 18% em 2004
Lucros do Banco BPI superam previsões de analistas (act)
O Banco BPI anunciou hoje que apurou resultados líquidos de 192,7 milhões de euros em 2004, um valor que fica 18% acima do registado no ano anterior e do previsto pelos analistas. O banco conseguiu aumentar o crédito e as receitas a uma taxa superior à dos custos.
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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
O Banco BPI anunciou hoje que apurou resultados líquidos de 192,7 milhões de euros em 2004, um valor que fica 18% acima do registado no ano anterior e do previsto pelos analistas. O banco conseguiu aumentar o crédito e as receitas a uma taxa superior à dos custos.
Analistas consultados pelo Jornal de Negócios aguardavam que o banco liderado por Fernando Ulrich registasse lucros de 176 milhões de euros.
Num comunicado o Banco BPI [Cot] diz que o lucro por acção aumentou 17,6% para 25,4 cêntimos e que propôs o pagamento de um dividendo de 10 cêntimos, acima dos 9 cêntimos do ano passado, a que corresponde um «pay out» de 40%.
Na actividade em Portugal o Banco BPI conseguiu um lucro de 161,5 milhões de euros, mais 12% do que o obtido em 2003 e 84% do total. Nos activos internacionais os resultados líquidos cresceram mais de 50% para 31,2 milhões de euros.
A rendibilidade dos capitais próprios (ROE) situou-se em 15,2% em 2004, superior à rendibilidade de 13,9% obtida em 2003. A rendibilidade do activo (ROA) melhorou de 0,63% para 0,80% em 2004. Os capitais próprios considerados neste cálculo foram adicionados de 126,5 milhões de euros correspondentes ao «goodwill» da consolidação da SIC que foi abatido aqueles capitais para efeitos contabilísticos.
O produto bancário consolidado cresceu 4,5% para 809,8 milhões de euros e a margem financeira aumentou 3,2% até aos 489,6 milhões de euros. As comissões cresceram 6,7% e os lucros em operações financeiras subiram 24,1%.
Acções do BPI em seis meses
FSE anulam descida nos custos com pessoal
Os custos com pessoal baixaram 0,4%, mas o banco não conseguiu evitar uma subida nos custos de estrutura em 0,9%, para 497,4 milhões de euros. Contudo, o rácio de eficiência, que mede os custos de estrutura face ao produto bancário, melhorou de 63,6% para 61,4%.
Ainda no lado dos custos os fornecimentos e serviços externos (FSE) em Portugal cresceram 5%, com o banco a gastar mais em publicidade, informática e mão-de-obra eventual.
As dotações totais para provisões na conta de resultados consolidados ascenderam a 62,8 milhões de euros em 2004, uma redução em 22,7% face a 2003 que «beneficia, sobretudo, da redução das dotações de provisões específicas para crédito em 14,5 milhões de euros», diz o BPI.
Em 2004, o banco realizou dotações líquidas de provisões para títulos, participações, outras aplicações e risco país de 42,7 milhões de euros, das quais 35,3 milhões de euros foram afectas à cobertura de menos valias latentes em títulos e participações.
Os resultados extraordinários em 2004 foram negativos em 40,2 milhões de euros, que reflectem «principalmente, custos com pensões de 42,2 milhões de euros, custos com pensões de 42,2 milhões de euros em 2004».
Estes incluem 23,7 milhões de euros de amortização do acréscimo de responsabilidades por reformas antecipadas efectuadas ao longo dos últimos anos e 9,7 milhões de euros de incentivos à reforma antecipada.
Crédito à habitação aumenta 10,5%
A carteira de crédito consolidada cresceu 7% e atingia no final de 2004 os 18,9 mil milhões de euros. O banco diz que o crédito à habitação cresceu 10,5% contra Dezembro do ano passado e o crescimento do crédito a empresários e negócios subiu 8,4%.
Os recursos totais de clientes cresceram 8,1% para 19,55 mil milhões de euros. No final do ano o rácio de crédito a clientes (consolidado) vencido há mais de 90 dias ascendia a 1,1% e a respectiva cobertura por provisões situava-se em 161%.
O BPI tinha menos-valias latentes não provisionadas de 37,2 milhões de euros nas participações detidas na Portugal Telecom e Impresa. Em relação às restantes participações, o BPI procedeu em 2004 à cobertura integral das menos-valias latentes, através de dotações para provisões.
Na PT o BPI controla 1,7% e tem uma menos valia latente de 31,2 milhões de euros. As perdas potenciais na PT são de 6 milhões de euros.
Em 31 de Dezembro de 2004, as carteiras de participações e de investimento, valorizadas à cotação de fecho para as empresas cotadas e recorrendo a avaliação do BPI para as não cotadas, registavam mais valias potenciais de milhões de euros 37,9.
No final de Dezembro de 2004, o rácio de requisitos de fundos próprios, calculado de acordo com as regras do Banco de Portugal, situava-se em 9,9% e o Tier I em 6,6%. O «banco espera registar nas contas de 2005 a alienação da sua participação na SIC, já acordada em 2004 e, nesse momento, reverter o ‘goodwill’ abatido, pelo que os seus fundos próprios aumentarão em 126,5 milhões de euros», refere o comunicado do banco.