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Dividendos são responsáveis por 43% do ganho da bolsa

MensagemEnviado: 26/1/2005 9:14
por luiz22
MERCADOS Publicado 26 Janeiro 2005 6:10
Dividendos são responsáveis por 43% do ganho da bolsa
A caça aos dividendos arranca no mês de Março, com os investidores à procura das emitentes que melhor remuneram os seus accionistas. O Jornal de Negócios fez as contas à rendibilidade do mercado nos últimos doze anos, desde que o PSI-20 começou a ser calculado. Neste período, os dividendos reinvestidos foram responsáveis por 43% da rendibilidade total conseguida pela bolsa.

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Pedro Carvalho
pc@mediafin.pt



A caça aos dividendos arranca no mês de Março, com os investidores à procura das emitentes que melhor remuneram os seus accionistas. O Jornal de Negócios fez as contas à rendibilidade do mercado nos últimos doze anos, desde que o PSI-20 começou a ser calculado. Neste período, os dividendos reinvestidos foram responsáveis por 43% da rendibilidade total conseguida pela bolsa.

No próximo mês de Março, os investidores vão começar a tomar posições longas nas empresas que melhor remuneram os accionistas, com vista a embolsarem os dividendos relativos ao exercício de 2004.

Desde que o principal índice da Euronext Lisbon começou a ser calculado, no final de 1992, os dividendos trouxeram à bolsa um retorno adicional de cerca de 43%. Esta conclusão resulta da comparação do comportamento dos índices PSI-20 Total Return e PSI-20.

Os índices de «performance» ou de rendimento total (PSI-20 Total Return) distinguem-se dos índices de preços ou cotações (PSI-20) pelo tratamento diferenciado que os primeiros conferem aos rendimentos distribuídos pelas emissões que integram as respectivas amostras.

No caso dos índices de preços é pressuposto que, após a distribuição de rendimentos, os mesmos saiam fora do processo de capitalização enquanto que, os índices de rendimento total permitem aferir simultaneamente dos processos de valorização preço e de reinvestimento dos dividendos.

No final de 1992, o «benchmark» e o Total Return cotavam ambos nos 3.000 pontos. No final de 2004, o Total Return marcava 10.635,11 pontos, enquanto o PSI-20 valia 7.600,16 pontos. Num espaço de doze anos, as emitentes do índice geraram um retorno bruto de 254,5%. A variação das cotações foi responsável por 57,14% do retorno, enquanto os dividendos reinvestidos tiveram um peso de 42,86% na «performance» do mercado.

58% das cotadas que não remuneram tem resultados negativos
Os dividendos distribuídos por uma empresa resultam da proporção dos resultados líquidos apurados, num determinado período, que são distribuídos aos accionistas sob a forma de dividendos, em lugar de reinvestidos na actividade da empresa.

Na Euronext Lisbon, das 52 empresas que actualmente cotam no Mercado de Cotações Oficiais, 46% opta por distribuir parte dos lucros aos accionistas. Das 28 cotadas que não remuneram com dividendos, cerca de 58% apresentou, em 2003, resultados líquidos negativos, o que inviabilizou o repatriamento dos lucros para os accionistas.

Este ano, o Banco Comercial Português (BCP) foi o primeiro a desvendar o valor dos dividendos. Ontem, já após o fecho, o maior banco privado nacional disse que vai propor à assembleia-geral de accionistas um dividendo bruto de 0,065 euros por acção.

Tal como a Soluções Automóvel Globais (SAG), o banco também começou a pagar dividendos intercalares, tendo já distribuído, em Novembro de 2004, como pagamento antecipado por conta dos resultados do exercício, 0,03 euros por acção.

Além da distribuição de dinheiro pelos accionistas, as empresas, por vezes, optam por formas alternativas de remuneração. A Portugal Telecom e a PT Multimédia são duas das cotadas que, além de distribuírem dinheiro, vão este ano presentear os accionistas com uma remuneração extraordinária, através da recompra de acções próprias.