Caldeirão da Bolsa

BCP reflecte parte da venda dos seguros nas contas de 2004

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por marafado » 25/1/2005 10:18

Queda da PT contrabalança subida do BCP

Pedro Duarte


O pessimismo vindo do exterior relativamente ao sector TMT está a contrabalançar o optimismo do mercado relativamente aos resultados que irão hoje ser apresentados pela instituição financeira liderada por Jardim Gonçalves.

Deste modo, às 8h32 o PSI-20 deslizava 0,05% para os 7856,95 pontos, com os investidores a aguardar pelos resultados do Millennium bcp.

"As contas do BCP serão provavelmente o evento nacional mais importante de hoje, e o mercado não se quer arriscar em excesso. Ainda assim, os investidores estão a apostar que estes sejam favoráveis", diz uma operadora, a qual adianta que, no entanto, "a PT sofre com o sentimento negativo vindo do exterior, apesar dos bons resultados hoje apresentados pela telecom britânica Cable & Wireless".

Em consequência, enquanto o BCP avança 0,49% para os 2,05€, a PT cai 0,43% para os 9,36€. A EDP encontra-se inalterada nos 2,24€.

Nota ainda para a descida em 0,32% para os 3,10€ do BPI à medida que se aproxima a apresentação dos resultados do banco, enquanto o BES recua 0,68% para os 13,11€.

Em alta encontra-se a Sonaecom, que progride 0,48% para os 4,21€.

Fora do PSI-20, a Mota-Engil segue num novo máximo nos 2,40€.

O título mais transaccionado é o do BCP, com 545 036 acções movimentadas, seguido pela PT e Sonae SGPS, com 275 493 e 146 498 papéis negociados, respectivamente.

Dos vinte títulos que compõem o PSI-20, oito sobem de cotação, quatro descem, cinco mantém-se inalterados e três (Novabase, Media Capital e Semapa) ainda não foram negociados. O volume total de negócios ascende a 4,5 milhões de euros.
 
Mensagens: 3433
Registado: 5/10/2004 16:59

BCP reflecte parte da venda dos seguros nas contas de 2004

por marafado » 25/1/2005 9:43

BCP reflecte parte da venda dos seguros nas contas de 2004

Maria João Gago


BdP terá aceite contabilização da parceria com o Fortis. A decisão sobre o negócio com a CGD só foi tomada ontem à noite.

O Banco Comercial Português deverá contabilizar pelo menos parte do negócio da venda dos seguros nas contas de 2004, que a instituição liderada por Jardim Gonçalves vai apresentar hoje após o fecho do mercado. Ao que o Diário Económico apurou, o Banco de Portugal (BdP) terá autorizado o BCP a considerar nos resultados do ano passado o negócio com o Fortis. No entanto, até ao fecho desta edição a autoridade de supervisão ainda não se tinha pronunciado sobre a contabilização da alienação da Império Bonança à Caixa Seguros.

A provável incorporação da venda de 51% da actividade de ‘bancassurance’ ao grupo belga-holandês nos resultados do ano passado, vai permitir ao banco liderado por Jardim Gonçalves reforçar as suas reservas em cerca de 228 milhões de euros e aumentar o seu rácio de capital ‘core tier’ 1 em 0,4 pontos percentuais.

No caso do negócio com o Grupo CGD, a eventual autorização do BdP resultaria num aumento das reservas do BCP no valor de 150 milhões de euros e na subida do ‘core tier’ 1 de 0,3 pontos percentuais.

Independentemente da posição final do BdP, a venda da actividade seguradora não terá qualquer impacto nos lucros do banco que, segundo os analistas citados pela Reuters, deverão rondar os 500 milhões de euros. As previsões das nove casas de ‘research’ apontam para um resultado líquido médio de 495 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 13% face ao valor registado em 2003.

Este desempenho terá sido suportado pelos resultados extraordinários de cerca de 20 milhões de euros gerados pela venda da PZU, a seguradora que era detida pelo Bank Millennium, controlado em 50% pelo BCP. Também o aumento da margem financeira do banco polaco – mais 5,4% para 129,4 milhões de euros – e o crescimento das comissões – cuja progressão terá sido de 9%, segundo a estimativa do BPI – ajudou a ‘performance’ do grupo.

Outro dado positivo destacado pelos analistas foi a redução dos gastos de funcionamento. “Os custos deverão ter caído 2% em termos anuais, apesar do aumento verificado no último trimestre do ano”, adiantou Tiago Dionísio, do BPI, ao DE. Já a margem financeira terá diminuído 3,3%, passando de 1.466 milhões para 1.417 milhões, de acordo com as estimativas.

Apresentação a analistas regressa a Londres
A apresentação dos resultados do BCP aos analistas vai ter lugar na próxima quinta-feira, em Londres, o que não acontece pelo menos há dois anos. Para o mercado, o facto de o grupo regressar à ‘City’ para divulgar de forma pormenorizada as suas contas é um sinal de que o banco liderado por Jardim Gonçalves se prepara para apresentar resultados positivos. Nos dois últimos exercícios, a divulgação dos resultados junto dos analistas foi feita através de uma ‘conference-call’ realizada a partir de Lisboa.

S&P sobe notação da área de ‘bancassurance’
A Standard & Poor’s (S&P) reviu em alta a notação de ‘rating’ das companhias visadas pela parceria entre o BCP e o Fortis, que passou de BBB+ para A+. As seguradoras deixaram de estar sob avaliação, situação em que tinham sido colocadas em Julho. A S&P justificou a decisão com o facto de o grupo belga-holandês já ter recebido as autorizações para adquirir 51% da ‘holding’ Millennium bcp Fortis Seguros. Para a agência, o negócio é estrategicamente importante para o Fortis, uma vez que permite reforçar o contributo das actividades situadas fora do Benelux para os resultados do grupo.

Acções tocam em máximos desde Abril

As acções do Banco Comercial Português tocaram ontem nos 2,06 euros, o valor mais elevado desde Abril do ano passado. No entanto, nos últimos 30 minutos da sessão, o título acabou por anular todos os ganhos, acabando por se fixar nos 2,04 euros, valor a que tinha encerrado na última sexta-feira. Uma situação que não terá sido alheia à pressão negativa evidenciada pelos seus congéneres europeus, o que levou o índice europeu de banca a perder 0,3% e a contribuir para a desvalorização das praças do Velho Continente.

Mas o interesse pelo BCP foi também visível no seu volume de negócios. O banco liderou as transacções, com cerca de 14 milhões de títulos a mudarem de mãos. A tendência positiva e a elevada liquidez evidenciadas pelo título resultam, segundo os analistas, da antecipação dos resultados que o banco vai apresentar hoje após o fecho do mercado. De acordo com as estimativas, os lucros do BCP deverão ter crescido mais de 10%, para cerca de 500 milhões de euros (ver texto em cima).

O interesse de investidores institucionais, designadamente estrangeiros, também ajudou a suportar o desempenho do banco liderado por Jardim Gonçalves.
 
Mensagens: 3433
Registado: 5/10/2004 16:59