comentário.....

Enviado:
18/1/2005 23:19
por jotabil
Mas é isso mesmo.......o PEC.....é apenas uma agenda na qual é programado o condicionamento que nos haverá de reduzir a nossa condição de mainates da europa.....isto é propaganda para nos sentirmos culpados e não podermos reagir à escravatura que nos querem impor.....e depois existem uns indivíduos a atraiçoarem o nosso ser.
Isto é apenas propaganda...tems de reagir....e denunciar os agiotas.
cumps.
E esta?

Enviado:
18/1/2005 20:20
por Dwer
Não só, brevemente, vamos ter funcionários públicos a menos, como o custo deles vai manter-se.
A realidade é muito diferente do que pensamos ou do que nos querem fazer pensar.
Então nos mercados é a multiplicar por 10.
Abraços,
Alvíssaras!

Enviado:
18/1/2005 19:25
por marafado
Alvíssaras!
Correia de Campos
Alvíssaras! O discurso de parceiros sociais, formais e informais, sobre a Administração Pública (AP) começa a mudar.
Carvalho da Silva, da CGTP, reconhece ser necessário cuidar do peso da AP, admitindo que possa haver uma redução de efectivos, mas não uma redução cega. António Carrapatoso, porta-voz do “Compromisso Portugal” (CP), confirma a necessidade de se reduzir o número de funcionários públicos, mas afasta o conceito de despedimentos. Dever-se-ia partir de um bom planeamento, identificando necessidades e serviços a extinguir; a redução daí decorrente deveria ser feita em migração planeada para a sociedade civil, através de programas de formação e compensações que incentivem os “redundantes” a dirigirem-se para a iniciativa privada. Duas metas para quatro anos: reduzir o peso da AP de 48 para 40% do PIB e o peso dos ordenados de 15 para 11% do PIB. Estamos longe, quer do discurso entrincheirado no reduto sindical poderoso, quer do discurso culpabilizante e arrogante dos gestores privados, para quem a AP não passaria de um exército de preguiçosos. São boas notícias.
Claro que é ligeireza de análise afirmar-se, como em muitas intervenções na pré-campanha, que tudo passa pela reforma da AP, por ser elevado o custo de oportunidade da sua manutenção. Não se conhecem ainda propostas de emagrecimento, tendo o governo demissionário de Santana Lopes delas fugido, no que acompanhou, de resto, o governo de Barroso.
Importante será conhecer bem o universo etário da AP, o que pode ser feito através do recenseamento aferido a 1 de Janeiro de 2000, ainda no “execrável” governo socialista. Passaram cinco anos, pelo que se deve deslocar a legenda para a direita e poderemos falhar em até10%, se as aposentações ocorridas desde então não tiverem sido supridas pelo acolhimento de novos beneficiários na Caixa Geral de Aposentações (CGA), com idades semelhantes aos que se aposentaram de 2000 até hoje. Basta ter acompanhado a saga das medidas extraordinárias de composição do défice para se concluir não haver grande risco na previsão.
Haverá, hoje, cerca de 85 mil funcionários no grupo etário entre os 55 e os 60 anos. Mas logo no grupo anterior, dos 50 aos 55 eles serão 115 mil, sendo 118 mil no imediatamente anterior, só começando a baixar nos de 40 a 45 anos, os quais serão 112 mil. Ou seja, as admissões maciças de pessoal na segunda metade dos anos sessenta e na primeira dos setenta, começam agora a criar o efeito de bolha. Para uma quantificação mais próxima do segmento de tempo da próxima legislatura, 2005 a 2008, teremos uma progressão de potenciais reformáveis (com pelo menos sessenta anos e a suposição de 36 de serviço), que começa em 52 mil no corrente ano e termina em 79 mil em 2008, no total, 266 mil cidadãos em condições estatutárias de requererem reforma voluntária. Este número assusta: representa um terço do total do funcionalismo, uma potencial perda abrupta de conhecimento e experiência e uma sobrecarga insuportável sobre a CGA.
Se estamos preocupados com o excessivo peso da AP, não há fartura que não dê fome. Se estamos preocupados com a elevada idade média dos funcionários, ainda vamos chorar a saída dos mais experientes. Se estamos preocupados com o custo dos activos, o custo dos reformados atingirá o paroxismo. Como sair deste enredo de contradições? Atrasar, o mais que se possa, a conversão de activos em pensionistas, ou em alternativa pedir aos novos pensionistas que contribuam para a Caixa como se estivessem no activo, pelo menos por mais uns anos? Combinadamente, recrutar gente nova do exterior com níveis de qualificação elevados e passíveis de fácil adaptação às novas tarefas. Como se vê, não haverá um problema de despedimentos, mas o seu contrário. Mas, desiludam-se os economistas normativos: neste contexto, não vai ser possível reduzir o peso da massa salarial da AP de 15 para 11% em quatro anos, a menos que o PIB cresça a 7%.
____
Correia de Campos, professor universitário e ministro da Saúde do último Governo PS