BES está em fase de negociação com candidatos à compra da Lusomundo
Cristina Ferreira, Anabela Campos
PÚBLICO
O processo de venda da Lusomundo Media está aparentemente numa fase avançada, uma vez que o BES, maior accionista privado da Portugal Telecom (PT), encontra-se já a receber diariamente os grupos interessados na compra nos activos de media controlados pela operadora de telecomunicações, adiantou ao PÚBLICO fonte próxima da operação.
São já oito os "candidatos" à compra da Lusomundo Media (LM) e o BESInvestimentos - banco do investimento do BES e responsável pela coordenação da operação de venda - tem estado a receber um grupo por dia, estando já em relação a alguns deles na fase "due dillenge", ou seja, de fornecer as contas não públicas do grupo de media. O número de "candidatos" à compra não pára de crescer e na lista encontram-se os portugueses Impresa de Pinto Balsemão; Cofina de Paulo Fernandes; Sonaecom de Belmiro de Azevedo; Media Capital de Paes do Amaral; os empresários João Pereira Coutinho (SAG) e Jaime Antunes. Entre os estrangeiros há nomes como os espanhóis Vocento, donos do "ABC" e a Recoletos, que em Portugal controla os jornais "Diário Económico" e "Semanário Económico".
A mesma fonte esclareceu, todavia, que nem todos os grupos que manifestaram publicamente interesse, apresentaram qualquer proposta formal ou demonstraram interesse presencial em fazê-lo. Mas adianta que alguns dos grupos foram já recebidos pelo BES e assinaram mesmo um acordo de confidencialidade, que lhes dá acesso a um conjunto de dados não conhecidos no mercado sobre os activos da Lusomundo Media, do qual fazem parte jornais como o "Diário de Notícias" (DN), o "Jornal de Notícias" (JN) e a rádio TSF.
O PÚBLICO apurou ainda que a PT deverá em breve definir uma data limite para a entrega de propostas de compra, a qual poderá ser fixada para antes das eleições legislativas, marcadas para 20 de Fevereiro.
Sobre este assunto a PT não faz qualquer comentário. Mas na semana passada, o presidente da Comissão Executiva (CEO) da operadora, Miguel Horta e Costa, disse em entrevista ao "Jornal de Negócios" que havia já "muitos passos concretos dados por algumas entidades que têm demonstrado publicamente interesse". Horta e Costa não esclareceu, contudo, quem eram os interessados nem que passos tinham sido dados.
A próxima fase do processo, segundo adiantou ao PÚBLICO fonte ligada à operação, será decidir o que fazer com os activos da LM. Ou seja, a PT irá determinar se a opção passa por vender o grupo na sua globalidade ou aliená-lo por partes. É, no entanto, pouco provável que a PT opte por retalhar a LM, embora se admite que a operadora fique nesta fase com um dos activos do grupo, aparentemente o "DN", cuja compra para alguns dos "candidatos" poderia trazer problemas ao nível da concorrência. O PÚBLICO apurou ainda que dificilmente a PT venderá a maioria da LM a um grupo estrangeiro. E também não estará disponível para alienar os activos a um testa de ferro, perfil que algum dos "candidatos" poderá ter.
A operadora espera, disse a mesma fonte, que a Autoridade da Concorrência "seja razoável", já que se o regulador vier a colocar muitos obstáculos haverá grupos portugueses ligados ao sector dos media que não poderão comprar a LM. O BES recebeu manifestações de interesse por parte de grupos de nacionalidade francesa e inglesa, as quais não terão passado de aproximações exploratórias.
A possibilidade de venda da Lusomundo, conforme o PÚBLICO tem noticiado, já está a ser estudada há algum tempo, dado que a PT deixou de considerar que os media sejam uma área estratégica para o grupo. Um estudo efectuado pelo BESInvestimento e o pelo BPI, há menos de um ano, avaliou os activos da LM em mais de 250 milhões de euros, valor que inclui o endividamento do grupo.
Cristina Ferreira, Anabela Campos
PÚBLICO
O processo de venda da Lusomundo Media está aparentemente numa fase avançada, uma vez que o BES, maior accionista privado da Portugal Telecom (PT), encontra-se já a receber diariamente os grupos interessados na compra nos activos de media controlados pela operadora de telecomunicações, adiantou ao PÚBLICO fonte próxima da operação.
São já oito os "candidatos" à compra da Lusomundo Media (LM) e o BESInvestimentos - banco do investimento do BES e responsável pela coordenação da operação de venda - tem estado a receber um grupo por dia, estando já em relação a alguns deles na fase "due dillenge", ou seja, de fornecer as contas não públicas do grupo de media. O número de "candidatos" à compra não pára de crescer e na lista encontram-se os portugueses Impresa de Pinto Balsemão; Cofina de Paulo Fernandes; Sonaecom de Belmiro de Azevedo; Media Capital de Paes do Amaral; os empresários João Pereira Coutinho (SAG) e Jaime Antunes. Entre os estrangeiros há nomes como os espanhóis Vocento, donos do "ABC" e a Recoletos, que em Portugal controla os jornais "Diário Económico" e "Semanário Económico".
A mesma fonte esclareceu, todavia, que nem todos os grupos que manifestaram publicamente interesse, apresentaram qualquer proposta formal ou demonstraram interesse presencial em fazê-lo. Mas adianta que alguns dos grupos foram já recebidos pelo BES e assinaram mesmo um acordo de confidencialidade, que lhes dá acesso a um conjunto de dados não conhecidos no mercado sobre os activos da Lusomundo Media, do qual fazem parte jornais como o "Diário de Notícias" (DN), o "Jornal de Notícias" (JN) e a rádio TSF.
O PÚBLICO apurou ainda que a PT deverá em breve definir uma data limite para a entrega de propostas de compra, a qual poderá ser fixada para antes das eleições legislativas, marcadas para 20 de Fevereiro.
Sobre este assunto a PT não faz qualquer comentário. Mas na semana passada, o presidente da Comissão Executiva (CEO) da operadora, Miguel Horta e Costa, disse em entrevista ao "Jornal de Negócios" que havia já "muitos passos concretos dados por algumas entidades que têm demonstrado publicamente interesse". Horta e Costa não esclareceu, contudo, quem eram os interessados nem que passos tinham sido dados.
A próxima fase do processo, segundo adiantou ao PÚBLICO fonte ligada à operação, será decidir o que fazer com os activos da LM. Ou seja, a PT irá determinar se a opção passa por vender o grupo na sua globalidade ou aliená-lo por partes. É, no entanto, pouco provável que a PT opte por retalhar a LM, embora se admite que a operadora fique nesta fase com um dos activos do grupo, aparentemente o "DN", cuja compra para alguns dos "candidatos" poderia trazer problemas ao nível da concorrência. O PÚBLICO apurou ainda que dificilmente a PT venderá a maioria da LM a um grupo estrangeiro. E também não estará disponível para alienar os activos a um testa de ferro, perfil que algum dos "candidatos" poderá ter.
A operadora espera, disse a mesma fonte, que a Autoridade da Concorrência "seja razoável", já que se o regulador vier a colocar muitos obstáculos haverá grupos portugueses ligados ao sector dos media que não poderão comprar a LM. O BES recebeu manifestações de interesse por parte de grupos de nacionalidade francesa e inglesa, as quais não terão passado de aproximações exploratórias.
A possibilidade de venda da Lusomundo, conforme o PÚBLICO tem noticiado, já está a ser estudada há algum tempo, dado que a PT deixou de considerar que os media sejam uma área estratégica para o grupo. Um estudo efectuado pelo BESInvestimento e o pelo BPI, há menos de um ano, avaliou os activos da LM em mais de 250 milhões de euros, valor que inclui o endividamento do grupo.