CALDEIRÃO DE BOLSA

Penso que a lei da oferta e da procura neste mercado não está a fazer-se sentir nos preços, muito também por culpa dos bancos...

Uma taxa de incumprimento de 2% não me parece alarmante. Tanto mais que as taxas oficias de incumprimento têm uma componente transitória muito grande, que resulta de divórcios litigiosos. Quando o casamento entra em rotura, nenhum dos membros do casal quer avançar com a prestação e entram em incumprimenmto, mas é regularizado logo que o processo litigioso termine. Não podemos esquecer que grande parte desse parque habitacional que refere foi ocupado por recém casados.

Por isso julgo que por essa via (a do incumprimento)o banco não precisa de se preocupar.

Mas mesmo que o nível de endividamento fosse crítico, como você diz, não estou a ver como os bancos podem controlar os preços, não permitindo que eles caiam.

Compreendo, referia-me mais concretamente às zonas limitrofes das grandes cidades, habitação usada e apesar de relativamente recente já apresenta níveis de degradação acentuados, esses preços tem que cair forçosamente, são os espaços que poderam vir a ser ocupados pelas pessoas com menos recursos que hoje vivem em bairros complicados e que só conseguirão comprar casa se esse mercado existir, quanto aos locais de elite já sabemos que a história é outra. Penso que a lei da oferta e da procura neste mercado não está a fazer-se sentir nos preços, muito também por culpa dos bancos que estão enterrados até aos limites nos valores pelo qual financiaram os ditos. Verifique a taxa de incumprimento no crédito à habitação, perto dos 2%, o que que leva as margens de lucro neste mercado a ser recuperadas em contencioso e não convém nada aos bancos deixar cair os preços de avaliação.

quer queiramos, quer não, podemos estar perto de um pequeno crash imobiliario.

O mercado imobiliário não pode ser visto como um todo, pois há zonas em que os preços estabilizaram, outras onde caíram um pouco, e outras onde subiram e continuam a subir.

Quanto a correcções de preços, julgo que já foram feitas com quedas mais ou menos ligeiras, ou com manutenção dos preços (correcção no tempo). A correcçãpo no tempo é, aliás, a forma preferencial para correcçaõ de preços no imobiliário.

Tenho conhecimento de zonas em que os preços estão estabilizados desde há cerca de 6 anos. Portanto, não é de esperar que, pelo menos nessas zonas, os preços venham a cair mais. A correcção está mais que feita.

Mas, como disse, cada zona tem de ser tratada casuisticamente. Quanto a mim é errado tratar o mercado imobiliário como um todo.

Se se reparar bem, os bancos estão a voltar ao ataque no que diz respeito ao crédito à habitação.

Actualmente o mercado de arrendamento é rentável se te contentares com um rendimento de 4/5% incluindo impostos, o que é francamente arriscado. A nova lei do arrendamento poucas alterações coloca ao nível juridico, o despejo continua a ser um problema. Depois existe um outro problema, a aquisição ainda tem de ser feita a preços que demoram a dissociarem-se do ambiente especulativo que se viveu nos ultimos anos, quem tem bens imóveis não aceita que os preços também caem, vale a pena esperar algum tempo até que o mercado defina os preços reais, pois o verdadeiro valor das coisas é aquele que o mercado paga e não o que existe na cabeça dos proprietários e nas repartições de finanças, para efeitos de IMI, quer queiramos, quer não, podemos estar perto de um pequeno crash imobiliario.

Alguem me podia ilucidar se e rentavel o mercado de arrendamento, isto e se em termos de legislaçao nao e prejudicial a quem quer arrendar.
E onde posso saber mais sobre a lei actual corrente, visto que que futura caiu com o actual Governo.