Estado gordo
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Apesar de não gostar muito de entrar por este campo não consigo deixar de acrescentar o seguinte: antes desta mudança de gestão das águas os presidentes das câmaras eram os administradores e presidentes das empresas municipais de abastecimento de águas.
Mas não recebiam qualquer dinheiro porque as empresas eram propriedade municipal. Com esta nova situação, passaram pelo menos a receber boas senhas de presença por fazerem parte dos orgões de gestão das empresas de águas.
É mais uma ajuda acham alguns para o esforço desenvolvido, mas dirão outros que é mais uma esperteza saloia para receberem mais com menos trabalho e responsabilidades.
Um abraço e façam o favor de ser felizes.
Mas não recebiam qualquer dinheiro porque as empresas eram propriedade municipal. Com esta nova situação, passaram pelo menos a receber boas senhas de presença por fazerem parte dos orgões de gestão das empresas de águas.
É mais uma ajuda acham alguns para o esforço desenvolvido, mas dirão outros que é mais uma esperteza saloia para receberem mais com menos trabalho e responsabilidades.
Um abraço e façam o favor de ser felizes.
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Re: Estado gordo
marafado Escreveu:Em todos os ministérios existe duplicação de funções, e várias centenas de funcionários a desempenhar idênticas tarefas para o mesmo patrão. Serviços sociais, departamentos informáticos, decisões de compras ou metodologias administrativas, tudo é feito em circuito fechado e com regras próprias. Racionalização de procedimentos, portanto, é conceito estranho a esta máquina pública que consome, como se sabe, cerca de 80% da receita fiscal. Dito de outra forma, 80% dos impostos pagos pelos portugueses servem, apenas, para alimentar este monstro que, pelos vistos, trabalha quase exclusivamente para si próprio. Os autores do estudo sugerem uma metodologia para resolver o problema, claro: mais organização administrativa e maior concentração de serviços permitiria um emagrecimento significativo do Estado português. Simples, certo?
Muito simples. Mas como o próprio estudo explica, a solução passa pela privatização de serviços hoje executados por funcionários públicos. Ora isso implica cessação de funções, o que por sua vez significa despedimentos. Lá fora, foram feitos. A gestão de recursos humanos de toda a função pública do estado da Florida, nos EUA, por exemplo, foi entregue a privados, o que permitiu poupar quase 25 milhões de dólares por ano. Na Holanda, privatizou-se a gestão dos museus. No Reino Unido, entregou-se aos privados a gestão das prisões.
O que permite uma conclusão simples: se o próximo Governo não avançar em força para a reforma da administração pública (racionalizando serviços e, portanto, despedindo funcionários públicos) não há estratégia de longo prazo que salve Portugal.
mafigueiredo@economicasgps.com
Calma aí. Que interessa privatizar, sectores públicos? Repara, que muitos como o caso das águas, apenas serviu para "sacudir a água do capote" ao estado, mas quem pagou depois cara a factura foram e são os consumidores
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Visitante
Concordo
Seria realmente a unica forma de melhorar um pouco o estado da nossa Economia. Isto, naquilo que depende de nós sem que isso necessariamente possa contrariar a conjunto Exterior negativa do momento.
Posso dizer-lhe que na minha experiência profissional, em que tenho que lidar com instituições Publicas, por diversas vezes me pergunto COMO TANTA GENTE TRABALHA TÃO POUCO, TÃO MAL E DE FORMA TÃO DISPLICENTE.
Há que ter coragem politica para fazer os necessários cortes no Gigante Funcionário Publico!!
Posso dizer-lhe que na minha experiência profissional, em que tenho que lidar com instituições Publicas, por diversas vezes me pergunto COMO TANTA GENTE TRABALHA TÃO POUCO, TÃO MAL E DE FORMA TÃO DISPLICENTE.
Há que ter coragem politica para fazer os necessários cortes no Gigante Funcionário Publico!!
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BlueChip
A questão é que simplesmente não existem alternativas o grande desafio passa por ir convencendo as pessoas que eventualmente agora estejam a usufruir de benefecios insustentaveis que vão ter que abdicar mais dia ou menos dias desses mesmos beneficios vai doer mas é melhor sermos nós a fazermos as reformas que virem tecnicos de fora fazê -lo por nós que é o que vai acontecer se mantivermos este caminho na despesa publica.
Por exemplo se não estivessemos na UE há muito que o custo do dinheiro seria outro, muito provelmente já estariamos com os tecnicos do FMI há porta e esses são conhecidos por cortar a direito e de não serem especialmente sensíveis a beneficios caseiros. É uma pena que certas pessoas não percebam que a margem para aumentos de impostos é ZERO e portanto a unica alternativa é cortar nas despesas. como 80 % o bolo da fatia com a despesa publica é para pagar pensões e ordenados da administração publica ( sendo que existe uma quantidade de gente a fazer a mesma coisa e onde muitos serviços prestam serviços a eles proprios não é preciso ser bruxo para se perceber qual é o caminho e é melhor faze -lo á nossa maneira do que á maneira do FMI ( penso eu de que ...)
Por exemplo se não estivessemos na UE há muito que o custo do dinheiro seria outro, muito provelmente já estariamos com os tecnicos do FMI há porta e esses são conhecidos por cortar a direito e de não serem especialmente sensíveis a beneficios caseiros. É uma pena que certas pessoas não percebam que a margem para aumentos de impostos é ZERO e portanto a unica alternativa é cortar nas despesas. como 80 % o bolo da fatia com a despesa publica é para pagar pensões e ordenados da administração publica ( sendo que existe uma quantidade de gente a fazer a mesma coisa e onde muitos serviços prestam serviços a eles proprios não é preciso ser bruxo para se perceber qual é o caminho e é melhor faze -lo á nossa maneira do que á maneira do FMI ( penso eu de que ...)
Aqui no Caldeirão no Longo Prazo estamos todos ricos ... no longuissimo prazo os nossos filhos estarão ainda mais ricos ...
O que estes comentários mostram, é que reformar o que quer que seja não vai ser fácil. Ainda hoje comentei que, se se quisesse fazer todas as reformas necessárias isso seria anti-democrático, porque os afectados pelas reformas (e que a elas se oporiam) seriam a maioria do eleitorado.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein
Incognitus, www.******.com
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Comentários
Marta Faria
Martim, Gosto da conclusão. Para um editorial do Diário Económico que se apresenta como imparcial e objectivo a conclusão apocalíptica relativa à salvação de Portugal não está mal. Pena é que nãio utilizes mais as aptidões da objectividade. Para a próxima pensa nisso para que não mais apresentes tais conclusões idiotas.
NÃO HÁ ORÇAMENTO QUE AGUENTE!
Percebe-se porque é que muita gente detestava a Dra Manuela Ferreira Leite! Seria bom que o orçamento desse para tudo mais os abusos que todos conhecemos! Só que, mais tarde ou mais cedo, a situação vai ter que ser resolvida, seja o PS, seja o PSD a vencer as eleições! Por muito que isso possa custar às respectivas clientelas! Não há margem para tanto desperdício, nem há orçamento que aguente tal desgoverno!
vg
É mais grave do que isso:há reorganizações dos serviços feitas de propósito para amigos.Martim :as generalizações são perigosas e não conduzem aos objectivos porque branqueiam os incompetentes e desonestos .Estou convencido que o grande aumento da despesa deriva das promoções por inerencia e pelos estatutos criados para certos grupos especiais.Se a IGFtirou estas conclusões,tambem é possivel conhecer as distorções salariais que foram criadas e as chorudas pensões que estão a ser pagas.Não à "massa"do funcionalismo,que é quem paga a incompetencia ,mas aos compadres.Como mudar isto?Como não é possivel uma revolução(que tambem não serve ,como se viu)nem os partidos vão mudar os seus boys,temos que aguardar que apareça um grupo de patriotas capazes e convincentes ,ou mais provável,bater bem lá nofundo!
Falta Rigor
Os opinanços dos neo-liberais carecem de substância. Dizem que o Estado não funciona, e que por isso devem ser privatizados a Águas e seu tratamento, o Ensino, Saúde, Transportes, as Tesourarias, a Segurança Social. Ficava tudo resolvido. Mas nunca concretizam o que está mal... Muita despesa é nas Autarquias, com uma multiplicidade de gabinetes e acessores. Estranhamente nenhum dos que ataca o Estado na sua essência fala sobre isto. Será apenas um detalhe saber que muitos encontram aí um fonte de rendimento interessante... Se o problema é o Estado, porque não reage o sector Privado, e trilha sozino o seu sucesso?! Porque é incapaz, e muito mais fácil atacar que não pode reagir: gente modesta. Um aparte: Martim, pá, está mais anafado, mais gordo. Onde andas a comer!?
Pica-Miolos
O próximo governo de que partido(s)? Algum(ns) dos que existem? Que ilusão!
de pé atrás
Estado gordo ou partidos gordos? A primeira das reformas terá de passar pelos partidos políticos que têm usado o Estado como sua coutada.
Zé Lusitano
Dr. Martim....reduzir? Então onde vai meter os 150.000 prometidos pelo Candidato Sócrates? Estão todos a brincar com coisas muito sérias.
Tribunus
Parece que toda esta gente se esquece, que existe uma constituição ( amelhor do mundo, diziam os patetas que a fizeram) que zela para 60% da população viva de sacar do estado a sua côdea mensal, a bem a mal ou a não fazer nada! o que è estranho aparecerem uns idiotas que ainda não perceberam isto! Como julgam que vão receber pensões se a caixa de previdencia continuar com o saldo a ir pela pia abaixo? Há gente que não tem pai cego, eles já nasceram cegos...................
TM
nao podia concordar mais consigo. precisa-se de um pequeno-grande golpe. acho e q se vai ter q bater no fundo promeiro, e isso pode demorar ainda largos anos (embora a eleicao de Socrates possa acelerar esse processo de "autoconsciencializacao", dp de termos conhecido o "competente" Santana). ou seja, bater no fundo, mais do q uma alternativa, e provavelmente (e infelizmente) uma condicao sine qua non para esse tal golpe.
Nazaré Póvoas
Estado gordo?! Que se consome a si próprio?! Que só trabalha para si mesmo?! Eu dou aulas e trabalho "nesse" Estado - sempre pensei que o fizesse em favor dos meus alunos, a quem procuro, como todos os meus colegas, transmitir conceitos e conhecimentos(na minha área de especialização) que considero que lhes serão úteis, a eles e ao país, daqui por uns anos. Na minha faculdade, tiveram que ser os próprios alunos a fazer um peditório com o objectivo trágico-cómico de contratar mais assistentes (justamente porque os que existem são poucos para as necessidades do serviço em causa). Não Martim, não diabolize o Estado, nem tão pouco o "coisifique". Pois que há estados e estados. O meu - onde eu trabaho e que é certamente importante para o progresso presente e futuro do país - é por sinal um "monstrinho", a precisar de importantes suplementos calóricos...
Jose Santos (jose.santos@cm-oeiras.pt)
Gostava de saber onde está comprovado, com critérios qualitativos e não apenas com o recurso a indices estatísticos, que o sector privado gere melhor que o sector público. Há dias, um gestor de RH, proveniente do sector privado, referia-me como exemplo os rácios de gestão do grupo Mello na gestão dos hospitais SA.Deu-me obviamente vontade de chorar. Este é o modelo onde são contratados auxiliares para exercer funções de enfermagem e onde os enfermeiros executam alguns actos médicos. Sabe Sr. Martim, mudaria de opinião se a sua necessidade se converte-se um dia, num obstáculo ao cumprimento de um rácio. Obviamente que é necessário conceder ao sector privado algumas áreas de gestão de actividades públicas. É no entanto necessário fazê-lo com critério e prudência. Sabe Sr. Martim, um Funcionário Público para além de um trabalhador é um agente da causa pública (ou deve ser). A sugestão que deu da gestão de recursos humanos na Função Pública ser operada por privados é meramente ridicula. A falta de rigor no seu comentário e a ligeireza com que abordou a questão é sim, a prova provada que também no sector privado reina a imncompetência. V. Exa. Não não apresenta, em meu entender, qualidade para pisar o palco onde actua. Será esse um Diário Económico gordo?
Marta Faria
Martim, Gosto da conclusão. Para um editorial do Diário Económico que se apresenta como imparcial e objectivo a conclusão apocalíptica relativa à salvação de Portugal não está mal. Pena é que nãio utilizes mais as aptidões da objectividade. Para a próxima pensa nisso para que não mais apresentes tais conclusões idiotas.
NÃO HÁ ORÇAMENTO QUE AGUENTE!
Percebe-se porque é que muita gente detestava a Dra Manuela Ferreira Leite! Seria bom que o orçamento desse para tudo mais os abusos que todos conhecemos! Só que, mais tarde ou mais cedo, a situação vai ter que ser resolvida, seja o PS, seja o PSD a vencer as eleições! Por muito que isso possa custar às respectivas clientelas! Não há margem para tanto desperdício, nem há orçamento que aguente tal desgoverno!
vg
É mais grave do que isso:há reorganizações dos serviços feitas de propósito para amigos.Martim :as generalizações são perigosas e não conduzem aos objectivos porque branqueiam os incompetentes e desonestos .Estou convencido que o grande aumento da despesa deriva das promoções por inerencia e pelos estatutos criados para certos grupos especiais.Se a IGFtirou estas conclusões,tambem é possivel conhecer as distorções salariais que foram criadas e as chorudas pensões que estão a ser pagas.Não à "massa"do funcionalismo,que é quem paga a incompetencia ,mas aos compadres.Como mudar isto?Como não é possivel uma revolução(que tambem não serve ,como se viu)nem os partidos vão mudar os seus boys,temos que aguardar que apareça um grupo de patriotas capazes e convincentes ,ou mais provável,bater bem lá nofundo!
Falta Rigor
Os opinanços dos neo-liberais carecem de substância. Dizem que o Estado não funciona, e que por isso devem ser privatizados a Águas e seu tratamento, o Ensino, Saúde, Transportes, as Tesourarias, a Segurança Social. Ficava tudo resolvido. Mas nunca concretizam o que está mal... Muita despesa é nas Autarquias, com uma multiplicidade de gabinetes e acessores. Estranhamente nenhum dos que ataca o Estado na sua essência fala sobre isto. Será apenas um detalhe saber que muitos encontram aí um fonte de rendimento interessante... Se o problema é o Estado, porque não reage o sector Privado, e trilha sozino o seu sucesso?! Porque é incapaz, e muito mais fácil atacar que não pode reagir: gente modesta. Um aparte: Martim, pá, está mais anafado, mais gordo. Onde andas a comer!?
Pica-Miolos
O próximo governo de que partido(s)? Algum(ns) dos que existem? Que ilusão!
de pé atrás
Estado gordo ou partidos gordos? A primeira das reformas terá de passar pelos partidos políticos que têm usado o Estado como sua coutada.
Zé Lusitano
Dr. Martim....reduzir? Então onde vai meter os 150.000 prometidos pelo Candidato Sócrates? Estão todos a brincar com coisas muito sérias.
Tribunus
Parece que toda esta gente se esquece, que existe uma constituição ( amelhor do mundo, diziam os patetas que a fizeram) que zela para 60% da população viva de sacar do estado a sua côdea mensal, a bem a mal ou a não fazer nada! o que è estranho aparecerem uns idiotas que ainda não perceberam isto! Como julgam que vão receber pensões se a caixa de previdencia continuar com o saldo a ir pela pia abaixo? Há gente que não tem pai cego, eles já nasceram cegos...................
TM
nao podia concordar mais consigo. precisa-se de um pequeno-grande golpe. acho e q se vai ter q bater no fundo promeiro, e isso pode demorar ainda largos anos (embora a eleicao de Socrates possa acelerar esse processo de "autoconsciencializacao", dp de termos conhecido o "competente" Santana). ou seja, bater no fundo, mais do q uma alternativa, e provavelmente (e infelizmente) uma condicao sine qua non para esse tal golpe.
Nazaré Póvoas
Estado gordo?! Que se consome a si próprio?! Que só trabalha para si mesmo?! Eu dou aulas e trabalho "nesse" Estado - sempre pensei que o fizesse em favor dos meus alunos, a quem procuro, como todos os meus colegas, transmitir conceitos e conhecimentos(na minha área de especialização) que considero que lhes serão úteis, a eles e ao país, daqui por uns anos. Na minha faculdade, tiveram que ser os próprios alunos a fazer um peditório com o objectivo trágico-cómico de contratar mais assistentes (justamente porque os que existem são poucos para as necessidades do serviço em causa). Não Martim, não diabolize o Estado, nem tão pouco o "coisifique". Pois que há estados e estados. O meu - onde eu trabaho e que é certamente importante para o progresso presente e futuro do país - é por sinal um "monstrinho", a precisar de importantes suplementos calóricos...
Jose Santos (jose.santos@cm-oeiras.pt)
Gostava de saber onde está comprovado, com critérios qualitativos e não apenas com o recurso a indices estatísticos, que o sector privado gere melhor que o sector público. Há dias, um gestor de RH, proveniente do sector privado, referia-me como exemplo os rácios de gestão do grupo Mello na gestão dos hospitais SA.Deu-me obviamente vontade de chorar. Este é o modelo onde são contratados auxiliares para exercer funções de enfermagem e onde os enfermeiros executam alguns actos médicos. Sabe Sr. Martim, mudaria de opinião se a sua necessidade se converte-se um dia, num obstáculo ao cumprimento de um rácio. Obviamente que é necessário conceder ao sector privado algumas áreas de gestão de actividades públicas. É no entanto necessário fazê-lo com critério e prudência. Sabe Sr. Martim, um Funcionário Público para além de um trabalhador é um agente da causa pública (ou deve ser). A sugestão que deu da gestão de recursos humanos na Função Pública ser operada por privados é meramente ridicula. A falta de rigor no seu comentário e a ligeireza com que abordou a questão é sim, a prova provada que também no sector privado reina a imncompetência. V. Exa. Não não apresenta, em meu entender, qualidade para pisar o palco onde actua. Será esse um Diário Económico gordo?
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Estado gordo
Estado gordo
Martim Avillez Figueiredo
Mais de dois terços do esforço diário do Estado consome-se aí, no próprio Estado.
Em números, bem rigorosos, 65,8% do trabalho desenvolvido pela totalidade da administração pública destina-se a ela própria. Para os cidadãos, revertem 20,6% desse mesmo trabalho. Os números são assustadores. Em bom português, significam o que cada contribuinte nacional conhece na pele: ele e o Estado estão de costas voltadas.
Como se explica hoje na edição do Diário Económico, estas conclusões estão no relatório sobre a “Caracterização das Funções do Estado”, documento encomendado à Inspecção Geral das Finanças em 2003 pela ex ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite. O objectivo deste estudo, que nunca tinha sido tornado público, consistia em perceber o ponto em que se encontrava a máquina pública, e com base nessa informação decidir em que direcção deveria ser apontada a reforma. Mas o ponto, como se percebe, está num nível dramático.
Em todos os ministérios existe duplicação de funções, e várias centenas de funcionários a desempenhar idênticas tarefas para o mesmo patrão. Serviços sociais, departamentos informáticos, decisões de compras ou metodologias administrativas, tudo é feito em circuito fechado e com regras próprias. Racionalização de procedimentos, portanto, é conceito estranho a esta máquina pública que consome, como se sabe, cerca de 80% da receita fiscal. Dito de outra forma, 80% dos impostos pagos pelos portugueses servem, apenas, para alimentar este monstro que, pelos vistos, trabalha quase exclusivamente para si próprio. Os autores do estudo sugerem uma metodologia para resolver o problema, claro: mais organização administrativa e maior concentração de serviços permitiria um emagrecimento significativo do Estado português. Simples, certo?
Muito simples. Mas como o próprio estudo explica, a solução passa pela privatização de serviços hoje executados por funcionários públicos. Ora isso implica cessação de funções, o que por sua vez significa despedimentos. Lá fora, foram feitos. A gestão de recursos humanos de toda a função pública do estado da Florida, nos EUA, por exemplo, foi entregue a privados, o que permitiu poupar quase 25 milhões de dólares por ano. Na Holanda, privatizou-se a gestão dos museus. No Reino Unido, entregou-se aos privados a gestão das prisões.
O que permite uma conclusão simples: se o próximo Governo não avançar em força para a reforma da administração pública (racionalizando serviços e, portanto, despedindo funcionários públicos) não há estratégia de longo prazo que salve Portugal.
mafigueiredo@economicasgps.com
Martim Avillez Figueiredo
Mais de dois terços do esforço diário do Estado consome-se aí, no próprio Estado.
Em números, bem rigorosos, 65,8% do trabalho desenvolvido pela totalidade da administração pública destina-se a ela própria. Para os cidadãos, revertem 20,6% desse mesmo trabalho. Os números são assustadores. Em bom português, significam o que cada contribuinte nacional conhece na pele: ele e o Estado estão de costas voltadas.
Como se explica hoje na edição do Diário Económico, estas conclusões estão no relatório sobre a “Caracterização das Funções do Estado”, documento encomendado à Inspecção Geral das Finanças em 2003 pela ex ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite. O objectivo deste estudo, que nunca tinha sido tornado público, consistia em perceber o ponto em que se encontrava a máquina pública, e com base nessa informação decidir em que direcção deveria ser apontada a reforma. Mas o ponto, como se percebe, está num nível dramático.
Em todos os ministérios existe duplicação de funções, e várias centenas de funcionários a desempenhar idênticas tarefas para o mesmo patrão. Serviços sociais, departamentos informáticos, decisões de compras ou metodologias administrativas, tudo é feito em circuito fechado e com regras próprias. Racionalização de procedimentos, portanto, é conceito estranho a esta máquina pública que consome, como se sabe, cerca de 80% da receita fiscal. Dito de outra forma, 80% dos impostos pagos pelos portugueses servem, apenas, para alimentar este monstro que, pelos vistos, trabalha quase exclusivamente para si próprio. Os autores do estudo sugerem uma metodologia para resolver o problema, claro: mais organização administrativa e maior concentração de serviços permitiria um emagrecimento significativo do Estado português. Simples, certo?
Muito simples. Mas como o próprio estudo explica, a solução passa pela privatização de serviços hoje executados por funcionários públicos. Ora isso implica cessação de funções, o que por sua vez significa despedimentos. Lá fora, foram feitos. A gestão de recursos humanos de toda a função pública do estado da Florida, nos EUA, por exemplo, foi entregue a privados, o que permitiu poupar quase 25 milhões de dólares por ano. Na Holanda, privatizou-se a gestão dos museus. No Reino Unido, entregou-se aos privados a gestão das prisões.
O que permite uma conclusão simples: se o próximo Governo não avançar em força para a reforma da administração pública (racionalizando serviços e, portanto, despedindo funcionários públicos) não há estratégia de longo prazo que salve Portugal.
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