PS decreta estado de emergência nas finanças públicas
eva cabral Arquivo DN-Rodrigo Cabrita
Promessa. Sócrates diz que recurso a receitas extraordinárias para equilibrar contas públicas tem dias contados
O PS considera que existe em Portugal um verdadeiro «estado de emergência nas finanças públicas», não se sabendo qual é o verdadeiro valor do défice público. Manuel Pinho apresentou ontem as linhas gerais das recomendações que o Conselho Económico do PS decidiu fazer nesta recta final dos trabalhos de elaboração do programa eleitoral socialista às próximas legislativas. Em caso de vitória eleitoral, o governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, vai ser convidado a presidir a uma comissão de peritos que determine o valor do défice real português.
Para inverter a actual situação das finanças e da economia, Manuel Pinho defende ser necessário que Portugal volte a crescer. Sem crescimento não será possível resolver as questões das finanças públicas, nem tão pouco voltar a criar emprego.
Para relançar a retoma, o coordenador da área económica do PS defende a necessidade de um clima de estabilidade política que faça com que o país volte a acreditar na suas potencialidades. «Boa parte da actual situação de Portugal deve-se ao facto de, nos últimos anos, não ter havido um rumo certo que leve o país a crescer», frisou Manuel Pinho, defendendo a necessidade de se estabelecer prioridades claras.
No curto prazo existem, na óptica do PS, vários factores capazes de «vitaminar» a economia portuguesa, citando a renegociação em Bruxelas do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) e os envelopes financeiros de um novo Quadro Comunitário de Apoio.
Falar verdade é outra «receitas» para se inverter esta situação de crise. Isso passa por cortar com a política dos últimos anos, em que se garantia que o país ia convergir com a UE em dez anos quando, na verdade, se está a divergir.
A aposta na Sociedade de Informação e uma parceria activa com as pequenas e médias empresas são outras das alavancas de crescimento. O preço dos factores de produção, designadamente da energia e das comunicações, devem baixar através do reforço das regras de concorrência.
A nível do poder, Manuel Pinho refere que irá existir uma coordenação governamental das áreas da Economia e da Inovação. O combate aos entraves burocráticos é outra frente de batalha anunciada.
O investimento público estará de regresso com um governo PS. Manuel Pinho lembra que o stock de investimento público português é, neste momento, dos mais baixos dos países da OCDE.
A consolidação orçamental, um projecto para uma legislatura, implica a nível das receitas uma simplificação do sistema fiscal e o reforço da sua estabilidade. «Os impostos não podem mudar todos os anos», realça Manuel Pinho. Já a nível da despesa, e também no horizonte de uma legislatura, a ideia é a redução consolidada do seu peso no PIB.
Em matéria de PEC, José Sócrates defende que Portugal vai apresentar propostas concretas. A ideia-base é aumentar os critérios de sustentabilidade das finanças, designadamente dando um maior peso ao rácio da dívida pública.
Também a solução para equilibrar o défice público com recurso a receitas extraordinárias tem os dias contados. José Sócrates garante que, no prazo de uma legislatura, é necessário uma efectiva consolidação das finanças públicas portuguesas, em que a fasquia do défice deixe de ser encontrada no final do ano com «recorrentes» receitas extraordinárias.
eva cabral Arquivo DN-Rodrigo Cabrita
Promessa. Sócrates diz que recurso a receitas extraordinárias para equilibrar contas públicas tem dias contados
O PS considera que existe em Portugal um verdadeiro «estado de emergência nas finanças públicas», não se sabendo qual é o verdadeiro valor do défice público. Manuel Pinho apresentou ontem as linhas gerais das recomendações que o Conselho Económico do PS decidiu fazer nesta recta final dos trabalhos de elaboração do programa eleitoral socialista às próximas legislativas. Em caso de vitória eleitoral, o governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, vai ser convidado a presidir a uma comissão de peritos que determine o valor do défice real português.
Para inverter a actual situação das finanças e da economia, Manuel Pinho defende ser necessário que Portugal volte a crescer. Sem crescimento não será possível resolver as questões das finanças públicas, nem tão pouco voltar a criar emprego.
Para relançar a retoma, o coordenador da área económica do PS defende a necessidade de um clima de estabilidade política que faça com que o país volte a acreditar na suas potencialidades. «Boa parte da actual situação de Portugal deve-se ao facto de, nos últimos anos, não ter havido um rumo certo que leve o país a crescer», frisou Manuel Pinho, defendendo a necessidade de se estabelecer prioridades claras.
No curto prazo existem, na óptica do PS, vários factores capazes de «vitaminar» a economia portuguesa, citando a renegociação em Bruxelas do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) e os envelopes financeiros de um novo Quadro Comunitário de Apoio.
Falar verdade é outra «receitas» para se inverter esta situação de crise. Isso passa por cortar com a política dos últimos anos, em que se garantia que o país ia convergir com a UE em dez anos quando, na verdade, se está a divergir.
A aposta na Sociedade de Informação e uma parceria activa com as pequenas e médias empresas são outras das alavancas de crescimento. O preço dos factores de produção, designadamente da energia e das comunicações, devem baixar através do reforço das regras de concorrência.
A nível do poder, Manuel Pinho refere que irá existir uma coordenação governamental das áreas da Economia e da Inovação. O combate aos entraves burocráticos é outra frente de batalha anunciada.
O investimento público estará de regresso com um governo PS. Manuel Pinho lembra que o stock de investimento público português é, neste momento, dos mais baixos dos países da OCDE.
A consolidação orçamental, um projecto para uma legislatura, implica a nível das receitas uma simplificação do sistema fiscal e o reforço da sua estabilidade. «Os impostos não podem mudar todos os anos», realça Manuel Pinho. Já a nível da despesa, e também no horizonte de uma legislatura, a ideia é a redução consolidada do seu peso no PIB.
Em matéria de PEC, José Sócrates defende que Portugal vai apresentar propostas concretas. A ideia-base é aumentar os critérios de sustentabilidade das finanças, designadamente dando um maior peso ao rácio da dívida pública.
Também a solução para equilibrar o défice público com recurso a receitas extraordinárias tem os dias contados. José Sócrates garante que, no prazo de uma legislatura, é necessário uma efectiva consolidação das finanças públicas portuguesas, em que a fasquia do défice deixe de ser encontrada no final do ano com «recorrentes» receitas extraordinárias.