Euro em 2004: subida de 8% no terceiro ano .........
Euro em 2004: subida de 8% no terceiro ano consecutivo de ganhos
31/12/2004 13:09
Euro em 2004: subida de 8% no terceiro ano consecutivo de ganhos
O euro valorizou 8,3% este ano face ao dólar, depois de ter registado valorizações de 20,4% em 2003 e de 17,95% em 2002. No acumulado dos três anos a subida foi superior a 53%, mais por «vontade» dos Estados Unidos do que pelo comportamento da economia europeia, que continua apresentar um crescimento incipiente.
Na última sessão de 2004 o euro era trocado por 1,3649 dólares, acima dos 1,2595 dólares do final de 2003, ou os «longínquos» 0,8895 dólares verificados no último dia de 2001.
A última metade do ano foi marcada por máximos consecutivos da moeda europeia, que, quebrando várias barreiras, chegou ao máximo de sempre nos 1,3666 dólares, na penúltima sessão de 2004.
Apesar dos EUA defenderem uma moeda forte, não tomaram até à data qualquer medida para combater a queda do dólar, alegando que deve ser o mercado a ditar as taxas de câmbio.
O vigor do euro não reflecte, no entanto, a força da economia europeia face à norte-americana. Pelo contrário. A depreciação cambial foi uma das armas utilizadas pelos EUA para estimular a sua economia. Uma política velada, não admitida nas palavras (com o discurso da defesa do «dólar forte» a permanecer vivo nas intervenções públicas), mas evidente no comportamento da divisa no mercado financeiro.
Em 2004, o euro apreciou mais de 8% em relação à nota verde, uma subida que fica aquém dos ganhos acumulados nos dois anos anteriores. O ano de 2003, que encontrou a económica mundial em recessão, marcou a subida mais ostensiva de sempre do euro ao valorizar 20,04%, depois de já ter acumulado ganhos de 17,95% no ano anterior.
Euro caminha ao ritmo imposto pelos EUA
A permissividade face à queda do dólar ganhou peso com a aproximação das eleições presidenciais, realizadas em Novembro e que resultaram na recondução de George W. Bush à Casa Branca. A realização de eleições presidenciais exigia que o Executivo norte-americano acumulasse o maior número de trunfos possível para combater a oposição democrata e ter uma economia saudável era um factor essencial para arrecadar votos.
A nível doméstico, a redução da carga fiscal (elevando para níveis históricos o défice orçamental e o das contas correntes, fruto também dos esforços da «guerra contra o terrorismo») e a manutenção dos juros em níveis historicamente baixos (embora já apresentar uma política monetária contraccionista) permitiram às empresas regressar ao investimento em 2004, depois de dois anos de emagrecimento das suas estruturas.
E face ao exterior, a queda do dólar ajudou o tecido empresarial exportador a colocar a sua produção a preços mais apetecíveis em países terceiros. Os EUA conseguiram, assim, um crescimento económico acima de 4% nos últimos quatro trimestres, reduzindo a taxa de desemprego para cerca de 5,4% (de acordo com os dados mais recentes) e mantendo a inflação (que se encontra ligeiramente acima dos 3%) controlada.
E na Europa, mais interessada na inflação do que no crescimento, a subida do euro também foi bem recebida, para anular o impacto da subida do petróleo, que se registou até meados de Outubro.
FED subiu os juros por cinco vezes e BCE matem taxa nos 2%
No final de Junho a Reserva Federal (Fed) iniciou um ciclo de subida de taxas de juro de referência, que registou cinco aumentos de 25 pontos base, passando de 1% para uma taxa de 2,25%. O Banco Central Europeu (BCE) mexeu pela última vez na taxa de referência em Junho de 2003, depois de ter a reduzido por duas vezes. Actualmente a taxa de juro de referência dos EUA está 25 pontos base acima da praticada na Zona Euro.
A Europa, preocupada com os preços do petróleo, que até Outubro registaram subidas, viu nessa altura com agrado a subida do euro, pois anulava o impacto do aumento da matéria-prima. Com a queda dos preços dos combustíveis a valorização do euro deixou de ser benéfica.
31/12/2004 13:09
Euro em 2004: subida de 8% no terceiro ano consecutivo de ganhos
O euro valorizou 8,3% este ano face ao dólar, depois de ter registado valorizações de 20,4% em 2003 e de 17,95% em 2002. No acumulado dos três anos a subida foi superior a 53%, mais por «vontade» dos Estados Unidos do que pelo comportamento da economia europeia, que continua apresentar um crescimento incipiente.
Na última sessão de 2004 o euro era trocado por 1,3649 dólares, acima dos 1,2595 dólares do final de 2003, ou os «longínquos» 0,8895 dólares verificados no último dia de 2001.
A última metade do ano foi marcada por máximos consecutivos da moeda europeia, que, quebrando várias barreiras, chegou ao máximo de sempre nos 1,3666 dólares, na penúltima sessão de 2004.
Apesar dos EUA defenderem uma moeda forte, não tomaram até à data qualquer medida para combater a queda do dólar, alegando que deve ser o mercado a ditar as taxas de câmbio.
O vigor do euro não reflecte, no entanto, a força da economia europeia face à norte-americana. Pelo contrário. A depreciação cambial foi uma das armas utilizadas pelos EUA para estimular a sua economia. Uma política velada, não admitida nas palavras (com o discurso da defesa do «dólar forte» a permanecer vivo nas intervenções públicas), mas evidente no comportamento da divisa no mercado financeiro.
Em 2004, o euro apreciou mais de 8% em relação à nota verde, uma subida que fica aquém dos ganhos acumulados nos dois anos anteriores. O ano de 2003, que encontrou a económica mundial em recessão, marcou a subida mais ostensiva de sempre do euro ao valorizar 20,04%, depois de já ter acumulado ganhos de 17,95% no ano anterior.
Euro caminha ao ritmo imposto pelos EUA
A permissividade face à queda do dólar ganhou peso com a aproximação das eleições presidenciais, realizadas em Novembro e que resultaram na recondução de George W. Bush à Casa Branca. A realização de eleições presidenciais exigia que o Executivo norte-americano acumulasse o maior número de trunfos possível para combater a oposição democrata e ter uma economia saudável era um factor essencial para arrecadar votos.
A nível doméstico, a redução da carga fiscal (elevando para níveis históricos o défice orçamental e o das contas correntes, fruto também dos esforços da «guerra contra o terrorismo») e a manutenção dos juros em níveis historicamente baixos (embora já apresentar uma política monetária contraccionista) permitiram às empresas regressar ao investimento em 2004, depois de dois anos de emagrecimento das suas estruturas.
E face ao exterior, a queda do dólar ajudou o tecido empresarial exportador a colocar a sua produção a preços mais apetecíveis em países terceiros. Os EUA conseguiram, assim, um crescimento económico acima de 4% nos últimos quatro trimestres, reduzindo a taxa de desemprego para cerca de 5,4% (de acordo com os dados mais recentes) e mantendo a inflação (que se encontra ligeiramente acima dos 3%) controlada.
E na Europa, mais interessada na inflação do que no crescimento, a subida do euro também foi bem recebida, para anular o impacto da subida do petróleo, que se registou até meados de Outubro.
FED subiu os juros por cinco vezes e BCE matem taxa nos 2%
No final de Junho a Reserva Federal (Fed) iniciou um ciclo de subida de taxas de juro de referência, que registou cinco aumentos de 25 pontos base, passando de 1% para uma taxa de 2,25%. O Banco Central Europeu (BCE) mexeu pela última vez na taxa de referência em Junho de 2003, depois de ter a reduzido por duas vezes. Actualmente a taxa de juro de referência dos EUA está 25 pontos base acima da praticada na Zona Euro.
A Europa, preocupada com os preços do petróleo, que até Outubro registaram subidas, viu nessa altura com agrado a subida do euro, pois anulava o impacto do aumento da matéria-prima. Com a queda dos preços dos combustíveis a valorização do euro deixou de ser benéfica.