CALDEIRÃO DE BOLSA

O Ministro do Desporto, Juventude e Reabilitação, Henrique Chaves, anunciou, este domingo, a demissão do Governo, quatro dias depois de ter assumido o cargo, alegando falta de «lealdade e verdade» do primeiro-ministro Santana Lopes.

( 17:32 / 28 de Novembro 04 )




Num comunicado enviado à Agência Lusa, Henrique Chaves até há poucos dias ministro-adjunto do primeiro-ministro, refere que não concebe «a vida política e o exercício de cargos públicos sem uma relação de lealdade entre as pessoas», nem «o exercício de qualquer missão privada ou pública, sem o mínimo de estabilidade e coordenação».

Henrique Chaves, que não pretende de momento prestar mais declarações, responsabilizou, no referido comunicado, o primeiro- ministro pela sua demissão, acusando-o de «grave inversão dos valores da lealdade e verdade» e revelou já ter tido intenções de se demitir na altura da remodelação (quarta-feira).


DEVEMOS OU NAO ACREDITAR EM TUDO O QUE DIZ O SANTANINHA?

Proponho-vos uma leitura do artigo de V. P. Valente no Público. Está lá tudo e com uma capacidade de síntese impressionante (como é habitual). Só para aguçar o apetite deixo-vos um excerto.

A propósito de maus políticos

"...Com o tempo foram aparecendo várias teses. Nesta melancólica época de Santana e sarilhos, convém talvez recapitular. 1.ª tese: A política, por não exigir qualquer espécie de qualificação substâncial, e por ser uma forma de vadiagem reconhecida e glorificada, atrai os piores."

....
3.ª Tese: Um povo analfabeto, ignorante e primitivo, se o deixam votar, escolhe fatalmente a "canalha"

evidente para quem?

porque é que tens tanta certeza que o santana das discotecas que adia cerimonias de estado para ir a casamentos que convida amigos para ministros que se vao embora passados uns dias dizendo que não há verdade e lealdade dentro do governo é que está a falar verdade?

isso nao certezas a mais na palavra do santana das discotecas?

mas tornasse evidente para todos que o presidente da republica foi falso e hipocrita para com o primeiro ministro

Anda muita gente a dizer disparates. O Governo continua com plenitude de funções (não parece!!!)e a Assembleia também. Todo este imbróglio só tem um responsável - Santana Lopes. Aquele comício feito no Palácio de Belém à saída da audiência com o Presidente foi que despoletou toda esta irracionalidade. Valha-nos a serenidade do Senhor Presidente da República Dr Jorge Sampaio.

Santana Lopes não tem a noção do rídículo!!!?

Por muito menos chegou a dizer que ía abandonar a política, que grande favor ele teria feito ao PPD/PSD...

O senhor primeiro ministro estava mesmo desconfiado, se calhar já tinha ido à bruxa. E normal numa conversa normal ou mesmo numa audiência com o PR, fazer 3 vezes a mesma pergunta?

A faceta de hipocondríaco do Santana já era conhecida, mas não o tinha por surdo...

Ainda vamos gramar os santanetes por mais 2 anos!

O homem arrepender -se -á e vira o bico ao prego?

...que mais será necessário? não é significativo a ausência de perfil, de sentido de Estado, de alguêm com tamanha responsabilidade vir "denunciar" as "três vezez"?
...
Aguardava uma oportunidade, e tenho uma teoria que tudo o que se têm passado foi programado, e que o Presidente caíu na armadilha. A prova está aí: um ataque à sua pessoa, vitimando-se. Resulta neste momento ANTES de maior desgaste governativo e afasta Cavaco das Presidênciais.
...
E vós POVO alinhais nisto?
...
R.d.O

AC Escreveu:e da sua falta de coordenação dos seus ministros, vem agora agora apontar o presidente como irresponsável, devia era ter vergonha na cara.

Palmas para o Pres. da Republica

«O Santana devia-se era queixar-se de si próprio .........»
...e eu diria, sobretudo dos marcelos,dos cavacos, dos do seu proprio partido, foram estes sobretudo que o «fuzilaram».
...porque afinal o Sampaio, é um socialista, embora presidente, defende naturalmente quem o levou ao poleiro.
R. Martins

e da sua falta de coordenação dos seus ministros, vem agora agora apontar o presidente como irresponsável, devia era ter vergonha na cara.

Palmas para o Pres. da Republica

SIC

Última actualização: 2004-12-04 10:38
"Por três vezes"

Santana assegura que Sampaio garantiu que não dissolveria o Parlamento




O primeiro-ministro afirmou, na Póvoa de Varzim, que o Presidente da República lhe garantiu "por três vezes" que não dissolveria o Parlamento na véspera de fazer cair o Governo. Pedro Santana Lopes disse ainda que a política não pode ser feita com segredos, numa clara referência ao silêncio de Sampaio sobre as razões para a decisão que tomou.






"A política não pode ter segredos. Na segunda-feira de manhã (na reunião em Belém com Jorge Sampaio) foi-me expressamente garantido que quarta-feira de manhã não haveria dissolução. Fiz a pergunta três vezes, no início, a meio e no fim da conversa, e das três vezes isso foi-me garantido. Toda a gente tem direito a mudar de opinião, mas o que fez o PR mudar de opinião?" afirmou Santana Lopes.

”Por isso aguardo as explicações públicas sobre a dissolução do Parlamento", afirmou o também líder do PSD, que pouco depois disse que "os portugueses perguntam: o que se passou de segunda para terça-feira?".

Sublinhando que Portugal vai passar o próximo ano e meio em eleições, o líder do PSD questionou: "alguém consegue avaliar a responsabilidade ou a irresponsabilidade duma situação destas?".

O primeiro-ministro, que falava na tomada de posse da concelhia da Póvoa de Varzim do PSD, retomou a tese desenvolvida minutos antes pelo presidente da câmara local, Macedo Vieira, de que a decisão de Jorge Sampaio pode ter sido precipitada pelo "jantar de aniversário de um qualquer patriarca", numa alusão à festa dos 80 anos de Mário Soares dentro de uma semana.

O primeiro-ministro considerou ainda que o seu Governo mexeu com determinados interesses instalados, nomeadamente os dos que promovem a fuga ao fisco e os que temem o fim do sigilo bancário.