GAB Escreveu:Marco,
será que se deve logo designar de "panico" um comportamento bolsista de 1/2 sessão?
GAB, eu não defini o comportamento de hoje como sendo de panico em parte alguma, descrevi como uma reacção a quente.
Quando falei de panico não estava a falar do caso de hoje em particular.
Em todo o caso convém dizer que o panico ou o medo não «é ou não é», existem diferentes níveis de panico e de medo, pelo que podemos falar de muito, de algum, de pouco ou de nenhum.
Por isso, se a questão é se hoje houve panico eu diría que houve algum ou um pouco. Particularmente na abertura, bastante intempestiva, a qual já foi em parte corrigida...
Por outro lado, nota ainda outra coisa: o facto de ser 1/2 sessão também não nos diría nada acerca de se tratar de panico ou não. Um panico pode durar alguns minutos e normalmente o seu maior efeito faz-se precisamente sentir num curto espaço de tempo.
Resumindo e concluindo: eu não tenho estado a definir a situação de hoje como sendo de panico (parece-me exagerado colocar as coisas nesses termos).
GAB Escreveu:Penso que perante actual situação,*instabilidade governativa *; o pessimismo é normal e pressão vendedora surge como consequencia NORMAl.
A prazo, a minha opinião é a de que o mercado vai esquecer rapidamente estes acontecimentos e que a tendência será a de corrigir esta brusca reacção a quente. É o que me diz a experiência que tenho do acompanhamento dos mercados. E enquanto a situação se mantiver indefinida e por arrumar os mercados por cá poderão andar um pouco às aranhas mas não creio que com uma tendência de baixa definida (acredito mais rapidamente numa lateralização com alguma volatilidade).
E, no médio/longo-prazo, ou as alterações ao governo não terão grande impacto ou se tiveram deverá ser positivo. Porque digo isto?
Porque, em termos de sectores da sociedade portuguesa, esta convocação de novas eleições revela um consenso ou uma anuência bastante alargada.
Ontem tive ocasião de ouvir durante um largo período as diversas intervenções na TSF desde os quadrantes da esquerda aos quadrantes da direita, passando pelos sindicatos às entidades patronais. Confesso que não ouvia um consenso (ou pelo menos aproximação e não discordância) há bastante tempo.
Claro, cada um com as suas preocupações. O OE, em particular, era tal que não agrava a ninguém: nem aos sindicatos, nem às entidades patronais, nem ao Banco de Portugal, etc.
Isto não é sequer uma questão partidária (muitos destes comentários vinham de pessoas que ou são militantes do PSD ou lhe são mais próximas do que a outras cores políticas).
Dito de outra forma: o país não estava bem, portanto, piorar é improvável e melhorar (seja qual for a cor do proximo governo) é uma forte probabilidade. E isso poderá vir a ter, a prazo, reflexos nos mercados por via da confiança e do sentimento geral dos investidores, consumidores, etc.
Mas, tal como já disse ontem, se tal se vier a verificar só dentro de meses o poderemos constatar. No imediato teremos reacções a quente, tendencialmente exageradas e que na minha opinião serão entretanto corrigidas.
Um cenário quer de grandes quedas ou de fortes subidas, no imediato, não me parece credível.