ESR diz dividendo e possível desinvestimento na EDP são boas notícias para Brisa
A Brisa admitiu, no seu «Investor Day» que teve lugar sexta-feira, que pretende desinvestir na Energias de Portugal – EDP e que o seu dividendo poderá crescer 10%, o que para os analistas da Espírito Santo Research são boas notícias para a concessionária.
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Ana Filipa Rego
arego@mediafin.pt
A Brisa admitiu, no seu «Investor Day» que teve lugar sexta-feira, que pretende desinvestir na Energias de Portugal – EDP e que o seu dividendo poderá crescer 10%, o que para os analistas da Espírito Santo Research são boas notícias para a concessionária.
A Brisa prevê que o dividendo do exercício de 2004 cresça 10%, em linha com a subida dos seus lucros recorrentes, disse Vasco de Mello, «chairman» e CEO da Brisa, no seu «Investor Day». A empresa admite subida nas tarifas nas auto-estradas em 2005 devem subir, o desinvestimento na EDP – onde detém 2% - e ainda não decidiu se vai ao seu aumento de capital.
Segundo o mesmo responsável, «o dividendo deve crescer em linha com o 'profitability' que esperamos seja, em 2004, superior a 10%, ou seja manter um dividendo significativo e com um «dividend yield» claramente acima do dos nossos concorrentes». A Brisa distribuiu um dividendo de 23 cêntimos referente ao exercício de 2003, com um «dividend yield» de 4,3%.
Para os analistas da Espírito Santo Research quer as estimativas em relação ao dividendo, quer a posição estratégia em relação à EDP são positivas para a Brisa. Com base na previsão da Brisa a ESR estima que a empresa page um dividendo de 25 cêntimos no próximo ano, valor que representa um «dividend yield» de 3,9%.
A Brisa estima que o Produto Interno Bruto português vai crescer 2% o que implica uma subida de 4,4% no seu tráfego médio diário. Isto é comparável «positivamente com a nossa estimativa de 0,8%, uma vez que estamos a incorporar um impacto negativo da abertura da Scut da Costa da Prata, que concorre com a A1 (que perfaz 49% das receitas da Brisa)», segundo os mesmos analistas.
Em relação a esta matéria, o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, anunciou sexta-feira que a tarifa das portagens das ex-SCUT vai ser inferior a 5 cêntimos por quilómetro. António Mexia revelou que o custo por quilómetro nas ex-SCUT (auto-estradas sem custos para o utilizador) será entre 85% a 90% da tarifa média por quilómetro cobrada pela Brisa.
Os analistas da Espírito Santo Research, que têm uma recomendação de «compra» para a concessionária e um preço-alvo de 7,5%, explicaram que também lhes deu confiança o facto da Brisa se ter comprometido a manter os actuais «ratings».
As acções da Brisa seguiam descer 0,31% para os 6,40 euros.